Este artigo analisa a natureza das tensões presentes na saída das mulheres para o espaço público e na montagem dos sistemas protecionistas no Brasil. Situa experiências e revisões teóricas no âmbito da história das mulheres, das relações de gênero e dos movimentos feministas, na perspectiva da longa duração histórica. Lutas feministas e padrões de domesticidade reafirmam a casa como o lugar, por excelência, das práticas protecionistas, dispensando ou retardando a montagem dos sistemas públicos de proteção social. Relações entre as mulheres mantidas na administração da casa e as que asseguram sua saída para as atividades fora do espaço doméstico estabelecerão desigualdades nos acessos a direitos sociais. O artigo examina indícios de mudança dessa tendência histórica nas lutas pela universalização dos direitos reprodutivos nos anos 80 do século XX.
Este trabalho examina, em caráter exploratório, experiências de isolamento social vividas por indivíduos portadores de hanseníase, internados na ex-colônia Tavares de Macedo, em Itaboraí, onde foram mantidas da década de 1930 até os dias de hoje, para problematizar noções sobre segregação e discriminação social presentes nesse meio. Para tanto, examina sociabilidades e redes sociais de cuidados estabelecidas na vida em comum nessa "ex-colônia de leprosos", quase sempre como alternativas às condições oferecidas pelos sistemas públicos de proteção social. Faz isso com base em narrativas de alguns desses sujeitos, vistos em suas diferenças - nas interseções das relações por sexos, classes, raças/etnias, gerações, e também por religiões e graus de escolaridade. Recorre à história oral, modo de oferecer novas interpretações qualitativas de processos histórico-sociais evidenciados nessas sociabilidades e redes, nem sempre visíveis como formas singulares de proteção social da vida em comum.
RESUMO:Este artigo examina noções de onda, rizoma e "sororidade" como metáforas de representações sobre mulheres e seus movimentos, em diferentes lugares e tempos históricos. Associa-se à crítica a tendências analíticas que acentuam experiências feministas conjunturais que podem tornar invisíveis tensões e rupturas entre gerações de mulheres e de feministas. Problematiza, ainda, a metáfora da "sororidade": por solidariedades presumidas com a experiência comum da maternidade, exclui contingências que, subterraneamente, podem mover mulheres e feminismos em diferentes direções. Destaca, enfim, a perspectiva da longa duração histórica e dos tempos múltiplos como modo de perceber a história das mulheres e dos feminismos em suas continuidades e rupturas.
Palavras-chave:Feminismos. Ondas. Rizomas. Sororidade. Rupturas. Continuidades.
ABSTRACT:This article analyses the conceptions of wave, rhizome, and "sorority" as metaphors for the representation of women and their movements in different places and
Este artigo, uma crítica à produção da história das mulheres sob fundamentações feministas nos anos 1970 e 1980, faz um balanço dos conceitos daí advindos e de suas repercussões sobre o conhecimento histórico. A partir das questões e dos objetos postos pelas pesquisas sobre o masculino e o feminino e das revisões conceituais surgidas nas novas tendências da historiografia, avalia sua mudanças e reconhece sua efetiva contribuição para os estudos sobre relações de dominação, poder e contrapoder, o público e o privado, dentre outros, de interesse da história social. Palavras chave: História das mulheres; Historiografia; Feminismo.
Este artigo, com base em fontes diversas, especialmente textos literários e relatos de viagens, analisa ritos doméstico-religiosos tais como o batismo de escravos em igrejas de negros e a educação religiosa dos mestres de reza, dentre outros, no Rio de Janeiro do século XIX, como expressão de sociabilidades políticas. Propõe-se a analisar padrões de domesticidade e intimidade em processos de longa duração histórica, admitindo-os como indissociáveis das relações de gê-nero, bem como suas interseções com outras relações sociais (classe/raça/etnia/geração). Palavras-chave: sociabilidades políticas; ritos doméstico-religiosos; relações de gênero e outras relações sociais (classe/raça/etnia/geração).
ABSTRACTThis article is based on several sources, especially literary texts and traveler's accounts for the analysis of religious and domestic rites such as the baptism of slaves in exclusively 'black' churches and in the religious education of the prayer leaders, besides others, in Rio de Janeiro at the dawn of the 19 th century, as an expression of social politics. It proposes the analysis of standards of domesticity and intimacy patterns in social processes of historically long duration, considering them inseparable from gender relations within the context of social relations, and their relationship with other categories of social relations (class/ gender/race/ ethnicity/generation).
Ori gi nal men te tese de dou to ra do, pre mi a da em 2008, Mu lhe res, mães e mé di cos: dis cur so ma ter na lis ta no Bra sil, ao tra tar do ideá rio da "ma ter ni da de ci entí fi ca" nas duas pri me i ras dé ca das do sé cu lo XX, traz im por tan tes con tri bu i ções para se pen sar os mo vi men tos de mu lhe res no país. Duas re vis tas fe mi ni nas ilus tra das, con sul ta das ao lon go dos anos 20-Re vis ta Fe mi ni na , que cir cu lou en tre 1914 e 1936, e Vida do més ti ca , en tre 1920 e 1963-e ou tras três pu bli ca ções cons ti tu em suas fon tes prin ci pa is de pes qui sa. A au to ra tem como ob je ti vo cen tral "ana li sar como se con for mou a afi ni da de ele ti-210
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