A votação de Lula em 2006 suscitou hipóteses sobre a repercussão das políticas públicas do primeiro mandato nos resultados eleitorais. Os programas sociais de transferência direta de renda, em especial o Bolsa Família, foram associados ao grande crescimento de sua votação nos municípios mais pobres do norte e nordeste. Empregamos conceitos e métodos da geografia eleitoral moderna para averiguar qual a participação do Bolsa Família nesta mudança geográfica. Os resultados mostram um novo padrão na distribuição espacial dos votos de Lula, confirmando que este ainda recebe o apoio de suas bases anteriores, mas revelam que os blocos regionais de municípios de alta votação em 2002 perderam a coesão em 2006, tornando-se mais vulneráveis. Os resultados confirmam ainda que a participação do Bolsa Família sobre a renda local foi um determinante do novo contorno das bases geoeleitorais, e o fator de maior peso na explicação da votação municipal.
The voting of Lula in 2006 excited hypotheses on the repercussion of the public politics of the first mandate in the electoral results. The social programs of direct transference of income, in special the "Bolsa Família", had been associates to the great growth of its voting in the cities poor of the north and northeast. We use concepts and methods of modern electoral geography to inquire which the participation of the "Bolsa Família" in this geographic change. The results show a new standard in the space distribution of the votes of Lula, confirming that he still receives the support from its previous bases, but disclose that the regional blocks of cities of high voting in 2002 had lost the cohesion in 2006, becoming more vulnerable. The results confirm the participation of the "Bolsa Família" on the local income was a determinative one of the new contour of the electoral-geographic basis, and the factor of big weight in the explanation of the municipal voting
O debate sobre o distanciamento entre Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou corpo na eleição de 2006, quando a popularidade de Lula e de seu governo não se estendeu ao PT, como seria esperado. Pela primeira vez o partido não melhorou o desempenho na votação para a Câmara dos Deputados em relação à eleição anterior. Analisamos as bases eleitorais de Lula e do PT nas quatro últimas eleições para presidente e deputado federal (1994-2006), e comprovamos o distanciamento entre elas. Pesquisamos a distribuição espacial das votações ao nível do município com mapas, estatísticas e regressões espaciais. Identificamos o "descolamento" dos territórios eleitorais do candidato e do partido a cada eleição, e as regressões espaciais mediram a crescente independência espaço-temporal das votações: os coeficientes baixaram de 0,85 em 1994, para 0,15 em 2006. Houve um processo de distanciamento geossocial, no período de 1994 a 2002, e um "divórcio" entre as bases eleitorais, em 2006, quando se formaram territórios de configurações praticamente irrelacionadas.
The debate about the distancing between Lula and the Workers Party (PT) gained acceptance in the 2006 election, when the popularity of Lula and his government did not extend to the PT, as expected. For the first time the party did not improve performance in the voting for the Chamber of Deputies regarding the previous election. We analyzed the electoral bases of Lula and the PT in the last four elections for president and federal deputies (1994-2006), and we prove the distancing between them. We studied the spatial distribution of votes at the municipal level with maps, statistics and spatial regression. We identified the detachment of the candidate's and party's electoral territories every election, and the regressions measured the growing spatial-temporal independence of the votings: the coefficient fell from 0.85 in 1994 to 0.15 in 2006. There was a process of geossocial distancing in the period 1994 to 2002, and a "divorce" between the electoral bases in 2006 when the territories seemed to be nearly unrelated to each other
Se considerarmos apenas os filiados recentes a partidos políticos no Brasil, eles equivalem ao triplo dos votos recebidos por Jânio Quadros na eleição presidencial de 1960. Segundo a base de dados da justiça eleitoral brasileira, cerca de 16,8 milhões de eleitores estavam filiados a partidos políticos no final de 2018, o equivalente a 11,4% do eleitorado. Como os filiados se distribuem no Brasil? Que variáveis explicam as diferenças geográficas da filiação? Nossos objetivos são: 1) constatar o crescimento da filiação partidária nos municípios brasileiros nos anos eleitorais de 2014, 2016 e 2018; 2) analisar as variações entre eles, desde uma perspectiva socioespacial. É um estudo exploratório. Utilizamos métodos estatístico-espaciais e cartográficos para analisar a base de dados de filiação partidária. Constatamos uma teia de associações com indicadores sociodemográficos, econômicos e eleitorais. Queríamos saber o que mudou, quando mudou, onde mudou. Identificamos padrões de associações que apresentamos no artigo.
RESUMO Analisamos as oito eleições presidenciais brasileiras do período pós-ditadura militar, dado o papel central que ocupam na organização do nosso Presidencialismo de Coalizão. Investigamos a polarização eleitoral e geográfica nesses pleitos, suas características e dinâmica, analisando com estatísticas espaciais a votação nos 5.570 municípios. Encontramos uma polarização significativa em todas elas. No entanto, variam em sentido e intensidade. Há dois períodos delimitados pela eleição de 2002. Há também duas trajetórias, observadas com mais detalhamento através das estatísticas e dos mapas dos Territórios Eleitorais. PT e PSDB tem dinâmicas diferentes ao longo da série, mas a partir de 2006 seguem polarizados geograficamente com mesmo grau de intensidade e com tendência ascendente. PRN (Collor) e PSL (Bolsonaro), nos extremos da série, são protagonistas de duas eleições atípicas, e tem polarização e alinhamento territorial semelhantes aos do PSDB.
Há padrões espaciais de representatividade na câmara municipal do Rio de Janeiro? Análise dos territórios eleitorais dos eleitos em 2008Are there spatial patterns of representation in council chamber of Rio de Janeiro?Analysis of the electoral territories of the councilors elected in 2008
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