O objetivo do trabalho foi identificar se houve mudança estatisticamente significante na quantidade de filiados em partidos políticos, sua escolaridade e idade após os escândalos políticos ocorridos em 2005 (Mensalão) e 2014 (Operação Lava Jato). Como metodologia foi analisada a base de dados de filiações do TSE e, a classificação dos partidos políticos da [ABCP] para a segregação por vertentes partidárias. Foi realizada a decomposição das séries temporais utilizado o software RStudio®. Os dados foram tratados como séries temporais de ciclos quadrienais. Com vistas a testar os dados com base em métodos supervisionados, foi efetuada a análise de autorregressão com médias móveis para modelos sazonais (SARIMA) para as séries temporais. Foram inseridas duas variáveis binárias, cada uma para referenciar temporalmente os eventos mencionados. Tal procedimento teve o intuito de verificar a significância estatística de sua inclusão como coeficientes dos modelos gerados. Analisando-se as séries temporais observa-se que o comportamento das novas filiações partidárias no Brasil a partir da redemocratização segue um padrão sazonal (esperado) de 4 anos. Os fatores de idade e níveis de escolaridade não apresentaram mudanças significativas. No entanto, verificou-se que as novas filiações migraram de partidos tradicionais para novos partidos, reduzindo o poder de partidos tradicionais, e que a esquerda, quando a segregação de partidos é feita em 5 vertentes, mostra pouca expressividade quantitativa. Em relação entre mobilização popular e filiação partidária, os resultados obtidos sugerem que tal relação inexiste e que o ritmo e o perfil dos novos filiados se mantêm os mesmos das últimas décadas.