RESUMO:Os movimentos sociais populares do campo que surgiram no Oeste Catarinense, a partir da década de 1970 apresentam particularidades fundamentais para compreendermos as transformações e dinâmicas regionais em várias dimensões. O presente estudo, caracterizado como uma revisão bibliográfica e documental, objetiva analisar o seu processo de constituição e significado histórico, no contexto do desenvolvimento da região e do País. Debruça-se sobre um conjunto de documentos e, principalmente, de pesquisas realizadas ao longo de mais de três décadas, por pesquisadores de diferentes áreas. Como resultados, pode-se afirmar que o seu surgimento, mesmo reagindo às novas condições sociais e econômicas experimentadas na região, não pode ser explicado apenas a partir delas. Foram decisivos os processos pedagógico-elucidativos desenvolvidos por algumas instituições, nos quais os agricultores puderam construir novas interpretações sobre sua realidade. Atualmente, algumas das velhas questões exigem novas respostas e se colocam no campo dos desafios e deixam em aberto as possibilidades de futuro.Palavras-chave: Movimentos Sociais. Movimentos Populares do Campo. Oeste Catarinense. Lutas Camponesas. ABSTRACT:The popular social movements of the countryside that emerged in western Santa Catarina in the 1970s present fundamental peculiarities for understanding regional transformations and dynamics in various dimensions. The present study, characterized as a bibliographical and documentary review, aims to analyze its process of constitution and historical significance, in the context of the development of the region and the country. It focuses on a set of documents and, mainly, of research done over more than three decades, by researchers from different areas. As a result one can affirm that its emergence, even reacting to the new social and economic conditions experienced in the region, cannot be explained only from them. The pedagogical-elucidative processes developed by some institutions were decisive, in which farmers were able to construct new interpretations about their reality. Today, some of the old issues require new responses and place themselves in the field of challenges and leave open the possibilities of the future.Keywords: Social Movements. Popular Countryside Movements. Western Santa Catarina. Peasant Struggles. RESUMEN:Los movimientos sociales populares del campo que surgieron en Oeste Catarinense, a partir de la década de 1970, presentan particularidades fundamentales para que podamos comprender las transformaciones y dinámicas regionales en diversas dimensiones. El presente estudio, caracterizado como una revisión bibliográfica y documental, objetiva analizar su proceso de constitución y significado histórico, en el contexto del desarrollo de la región y del país. Se basa en un conjunto de documentos y, principalmente, de investigaciones realizadas a lo largo de más de tres décadas, por investigadores de distintas áreas. Como resultados se puede afirmar que su surgimiento, aunque reaccionando a las nuevas cond...
Le Mouvement des Femmes Paysannes (MMC), depuis le début des années 1980 dans la région ouest de Santa Catarina, construit des expériences et des pratiques alternatives dans la perspective d'un Projet d'Agriculture Paysanne, agroécologique et féministe, avec d'autres organisations et mouvements autonomes des femmes rurales existant dans d'autres États du Brésil. Ce rapport d'expérience présente le programme de semences créoles dans le cadre de la MMC, qui cherche à comprendre comment les pratiques historiques et sociales des paysannes en mouvement conditionnent la production de connaissances et du savoir faire dans le MMC, à l'ouest de Santa Catarina. Nous prenons comme référence quelques réflexions sur la perspective matérialiste de l'histoire, en articulation avec les contributions théoriques de différents auteurs, en utilisant la technique du «cercle épistémologique de la culture», qui permettait aux femmes de raconter leurs expériences tout en réfléchissant à leurs réalités, faire des propositions alternatives pour l'agriculture paysanne, considérée non plus comme une forme de production sur le terrain, mais comme un mode de vie individuel et collectif, générant de l'autonomie. Cette autre perspective antecipe la possibilité de diversifier la production basée sur l'échange et la socialisation. Les aspects de ce qu'il faut produire, comment produire, quand produire, pour qui produire, sont marqués par les voies ouverts et dynamiques qui sont reconstitué avec une nouvelle signification, en suscitant un nouveau espoir dans la propre expérience. Mots-clés:Paysannes. Semences créoles. Cercle épistémologique de la culture. Santa Catarina. O programa de sementes crioulas no âmbito doSirlei Antoninha Kroth Gaspareto movimento de mulheres camponesas em
Este texto busca fazer reflexões sobre o momento atual caracterizado pela pandemia da Covid-19. Evidenciamos, como ponto de partida, memórias de uma experiência fundamentada na Teologia da Libertação, a qual influenciou o surgimento dos Movimentos Sociais Populares, principalmente na região oeste de Santa Catarina. Realiza-se a análise de repetidas crises originadas no seio do sistema capitalista que, em sua perversidade, re-cria-se de múltiplas maneiras e se faz permanente na travessia de nossas vidas. E, em meio à pandemia, destaca-se a sofisticação tecnológica, os “paradigmas tecnocráticos” que, no dizer do Papa Francisco, orientam muitos governos ao redor do mundo, mas “não são suficientes para abordar esta crise, nem os outros grandes problemas da humanidade”. O texto menciona o importante papel das mulheres no enfrentamento à pandemia. Acrescenta-se à reflexão elementos do referencial bíblico cristão que fundamentam e provocam o questionamento: a que re-invenção, re-criação, re-encontros nos referimos? O propósito é refletir sobre a necessidade permanente de aprimorar os elementos narrativos e críticos considerados fundamentais enquanto perspectiva humana de continuidade da vida.
RESUMO:A autobiografia que apresento é parte de minha trajetória de vida. Trajetória esta que tem como perspectiva a militância no Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a atuação na educação superior como professora. O texto apresenta aspectos que caracterizam a infância no campo, mostra como foi necessário deixar a família e o meio rural para estudar e, ao mesmo tempo, para conhecer a realidade dos empobrecidos. Este texto também faz referência ao tempo de inserção pastoral na diocese de Chapecó, o qual foi a porta de entrada para um trabalho de maior comprometimento através do engajamento pastoral. A partir desta atuação foram sendo elaboradas as bases de uma inspiração teórica que marcaram minha trajetória. Mas é no Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) que fui aprendendo e repensando práticas pedagógicas e educativas que caracterizam um perfil de militante pesquisadora e pesquisadora militante. Ao longo do texto destaco uma das diferentes pedagogias do MMC, que visa comunicar sua mensagem através do teatro, e também explicito alguns aspectos relacionados à militância partidária. Em seguida, mostro a importância do papel de professora-pesquisadora com responsabilidade militante. Por fim, trato ainda, no âm-bito da minha trajetória, sobre a perspectiva de gênero a partir da compreensão de empoderamento das mulheres em luta pela igualdade e faço menção à experiência estabelecendo uma relação entre o curso de pedagogia e o MMC. Neste sentido, na perspectiva da "dupla militân-cia", abordo os desafios de articulação das problemáticas das práticas educativas construídas pelo MMC e das prá-ticas pedagógicas produzidas pela universidade, tendo como referência básica o comprometimento com as lutas por transformação.Palavras-chave: Autobiografia. Militância. Movimento de Mulheres Camponesas. Práticas Educativas. ABSTRACT:The autobiography I present is part of my life story whose perspective militancy in the Movement of Peasant Women (Movimento das Mulheres Camponesas -MMC) and the performance in higher education as a teacher. The text presents aspects that characterize childhood in the countryside, it shows how it was necessary to leave the family and the countryside to study at the same time know the reality of impoverished. It also makes reference to the pastoral insertion time in the diocese of Chapecó which was the gateway to a greater commitment by pastoral engagement. From this activity begin to be developed the foundations of theoretical inspiration that have marked my journey. But, in the Movement of Peasant Women I learned and rethought pedagogical and educational practices that have characterized a profile as militant researcher and activist researcher. Throughout the text I highlight one of the different pedagogies MMC aimed at communicating its message through drama, and also I explicit some aspects related to the party militancy. Then I show the important role as teacher-researcher-militant. Finally, I try even in the context of my career on a gender perspective from empowerment for all women in the st...
Ao completar 30 anos de história, o Movimento de Mulheres Camponesas em Santa Catarina (MMC/ SC) construiu coletivamente um processo pedagógico de reafirmação da luta histórica pela libertação das mulheres em consonância com a transformação da sociedade que se efetiva, através de novas práticas e relações sociais. Partindo do eixo motivador dessa experiência, foi elaborada uma estratégia de trabalho que ganhou o formato de uma gincana participativa, envolvendo, de forma direta e indireta, as integrantes do MMC num grande mutirão de trabalho e (re)organização de seu movimento. Este trabalho culminou na realização de uma grande concentração ocorrida em Xanxerê/SC nos dias 30 de abril e 1º de maio de 2013. Um dos grandes desafios para o MMC é persistir na busca de uma pedagogia camponesa e feminista.
Discute-se neste artigo alguns aspectos relacionados ao debate sobre o (des)aparecimento da agricultura camponesa como um tema recorrente que ganha visibilidade em diferentes contextos e perspectivas teóricas com diferentes entendimentos, concepções e percepções. Esta discussão resulta de processos que estão em construção, vão sendo (re)significados e (re)elaborados pelos próprios sujeitos que permanentemente “se fazem” nas lutas por diferentes modos de vida e por sua vez, tais construções estão em disputa tanto no mundo acadêmico quanto no mundo político. Trabalha-se com a ideia de que mesmo considerando os conflitos e as contradições inerentes ao contexto rural, a agricultura camponesa ao invés de desaparecer, se reinventa e se fortalece. A revisão conceitual sobre o tema se dá a partir de uma leitura de autores clássicos como Lênin (1899/1985) Kautsky (1980) Shanin (2005) em diálogo com outros autores como: Lamarche (1993,1998) e Abramovay (1992), Wanderley (1989), Oliveira (2004), Mendras (1976) Sandroni (1985). Busca-se na experiência do Movimento de Mulheres Camponesas em Santa Catarina os significados do termo camponês – camponesa, bem como, aspectos relativos à experiência das mulheres camponesas desse Movimento em relação à ressignificação da agricultura camponesa. Conclui-se que contrariamente ao que vem sendo afirmado historicamente, o modo de vida camponesa, ao invés de desaparecer, se (re)cria, se (re)inventa e se (re)coloca nos diferentes cenários enquanto modo de vida, de resistência e de enfrentamento às determinações do Capital.
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