O processo de envelhecimento e masculinização no meio rural é um fenômeno mundial. Esse fato gera diversas situações que necessitam ser (re)conhecidas pela sociedade pública e privada. Esse artigo tem por objetivo tencionar uma reflexão sobre o homem idoso trabalhador rural por suas vulnerabilidades, em três dimensões: individual, a social e a pragmática. Trata-se de uma revisão narrativa que buscou na literatura contemporânea descrever e analisar o corpo de conhecimento sobre a temática. Por fim, evidenciou-se que os homens idosos rurais estão em situação de vulnerabilidade, uma vez que encontram-se isolados socialmente; além de trabalharem em ambientes insalubres e perigosos devido suas deficiências físicas e psíquicas; outrossim, há limitações em exercerem seus direitos enquanto trabalhadores, aposentados e cidadãos.
Estas linhas se constituem em políticas que pretendem promover o desenvolvimento econômico e social através da geração de trabalho e renda. Este artigo tem como objetivo analisar se as linhas de crédito públicas - Proger e BNDES/Finame - foram acessadas pelas microempresas no município de Chapecó (SC), suas dificuldades e perspectivas. Caracteriza-se como um estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa. Do universo investigado constatou-se um baixo índice de acesso, existindo mais dificuldades do que perspectivas concretas de que essas linhas se constituam em políticas de inclusão social que promovam o desenvolvimento para o município e região. A ausência de informações dos públicos-alvo a serem beneficiados por essas políticas mostra a necessidade de reformular as diretrizes de exigência necessárias para o acesso ao crédito.
Este artigo analisa a atuação do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) no processo de construção da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA). Configura-se como um estudo de abordagem qualitativa, embasado no reconhecimento e na valorização das ações coletivas desse grupo social na área da saúde pública. As técnicas de coleta de dados consistiram na realização de observação participante, entrevista exploratória e grupo focal. A partir dos achados empíricos e com base no conceito de ação coletiva em Alberto Melucci, considera-se que as ações dos movimentos sociais influenciam a construção da política pública e a produção da realidade social, pois os resultados evidenciam o protagonismo do MMC em espaços representativos de planejamento, elaboração e avaliação de políticas públicas, como o Grupo da Terra, o observatório de acompanhamento e avaliação da referida política e os conselhos municipais de saúde. O MMC realiza ações de enfrentamento, resistência e pressão no Estado por meio de marchas, caminhadas e atos públicos, em parceria com outras organizações, em defesa da saúde pública e efetivação da PNSIPCFA. Também é protagonista no que se refere a ações de formação/capacitação junto ao Movimento para a disseminação e compreensão do conteúdo da Política.
Dados apontam que a saída do jovem do meio rural segue sendo uma ameaça para reprodução social da agricultura familiar, bem como para as organizações sociais que a representam. Essa situação implica na necessidade de construção de políticas que envolvam os processos sucessórios. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar como as organizações sociais representativas da agricultura familiar situadas no oeste do estado de Santa Catarina avaliam os efeitos das políticas públicas para a sucessão familiar no meio rural. O método utilizado foi o da pesquisa qualitativa, em que foram realizadas doze entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental. Participaram da pesquisa nove organizações sociais da agricultura familiar, um pesquisador e uma empresa pública. Como resultados pode-se identificar a importância dos espaços de representação social da agricultura familiar como articuladoras e provedoras de políticas públicas. Entre as políticas existentes foram destacadas as voltadas ao crédito e assistência técnica. As organizações sociais passaram a ser operadoras das políticas desenvolvendo um papel mais técnico-operacional do que político-organizativo. Apesar dos avanços das políticas voltadas à agricultura familiar nos últimos 20 anos, e da presença de diversas organizações sociais voltadas à agricultura familiar na região, essas ainda estão desarticuladas e restringem-se às ações pontuais, não promovendo efetivamente a sucessão familiar.nto socioeconômico da região.
A política pública do PRONAF a partir do Plano Safra 2003/2004 passou a disponibilizar um conjunto de linhas de crédito para áreas específicas no interior da agricultura familiar. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa é apresentar o acesso e a distribuição dessas linhas alternativas do PRONAF no estado de Santa Catarina no período compreendido entre 2013 e 2018. Em termos metodológicos, o estudo contou com uma revisão bibliográfica e pesquisa dos dados relativos ao crédito rural junto ao Banco Central do Brasil. Quanto aos resultados, apesar de considerar esse conjunto de linhas de financiamentos, - neste trabalho denominadas de alternativas -, um processo inovador, em termos de desempenho em número de contratos, volume de recursos e amplitude, tais linhas apresentaram resultados inexpressivos ao comparado com as linhas tradicionais do programa. Os principais argumentos levantados para explicar esse resultado foram: i) baixo número de agricultores familiares envolvidos na produção orgânica e agroecológica, bem como atração, entraves e subsídios de tais linhas de financiamento; ii) as relações de poder no interior da família ainda impedem um maior acesso de jovens e mulheres no programa em linhas específicas; iii) os agentes bancários não incentivam e “preferem” centrar suas operações nas linhas tradicionais; iv) frágil articulação das organizações sociais da agricultura familiar em torno do apoio desses públicos para acesso a tais linhas de financiamentos.
O Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) é uma organização de mulheres residentes/trabalhadoras do campo que emerge em diferentes regiões do Brasil durante a década de 1980. Caracteriza-se por ser um movimento autônomo, feminista, classista e popular. Desde sua emergência tem acumulado importantes conquistas no que se refere à garantia de direitos para as mulheres do campo. Protagonista de uma forma peculiar de compreensão e intervenção sobre a realidade cotidiana, o MMC vem, ao longo de sua história, tecendo novas relações em diferentes dimensões da experiência humana. Deste modo, o artigo que ora se apresenta objetivou compreender as articulações entre os temas ‘saúde’ e ‘ambiente’, estabelecidas como pautas de interesse no interior do MMC. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, com análise de documentos produzidos pelo próprio movimento e de pesquisa de campo (observação, entrevista e grupo focal) realizada entre 2015 e 2016 com mulheres integrantes do MMC/SC. Considera-se, a partir do estudo, que o MMC defende um projeto de agricultura camponesa, agroecológica e feminista, que exige repensar as relações entre os seres humanos e destes com o ambiente, compreendendo que suas escolhas e atitudes implicam diretamente na saúde humana.
Os movimentos sociais, aqui entendidos como expressões de poder da sociedade civil organizada, têm sido objeto de diferentes discursos, tanto em nível acadêmico quanto dos governos, pressionados a produzir respostas às demandas destes atores sociais coletivos. No Brasil, diversos movimentos sociais emergem nas décadas de 1970 e 1980, juntamente com o processo de redemocratização do país, sendo que, na região do oeste catarinense, destaca-se o surgimento de movimentos relacionados ao campo, como é o caso do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), objeto deste estudo. O MMC caracteriza-se como um movimento popular, feminista e autônomo, que busca a valorização das mulheres do campo, em contraposição à cultura patriarcal, ainda visualizada na sociedade contemporânea. Aposta na construção de um projeto de agricultura camponesa e agroecológica na defesa da soberania alimentar. Através de revisão da literatura e documental, este artigo analisa a organização política do MMC na defesa de um modelo de desenvolvimento baseado nos princípios da soberania alimentar. Como resultados, evidencia-se que uma das principais bandeiras de luta do MMC refere-se à defesa da vida, considerando a busca por justiça, liberdade e solidariedade, com destaque para a construção de um projeto de agricultura agroecológica em contraposição ao modelo de agricultura convencional. A defesa da soberania alimentar pelo MMC assume questões específicas, como a preservação do solo, a recuperação de sementes crioulas, o plantio e manejo agroecológico, entendendo que não se trata apenas de um conceito, mas de uma estratégia política no enfrentamento ao sistema neoliberal globalizado.
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