A Polícia Militar está balizada em dois pilares fundamentais: a disciplina e a hierarquia. O que a faz uma organização complexa com feixes de interesses que obstam a capacidade de resistência à mudança. Identificar como essa organização se estrutura e, sobretudo, relacioná-la com a saúde mental é o objetivo deste artigo. Buscamos contextualizar as finalidades dos serviços de segurança pública via breve histórico da polícia estadual, sua divisão e aplicabilidade frente à violência cotidiana. Através da psicologia do trabalho, usamos técnicas e conceitos fundamentados na Ergonomia da Atividade e na Psicodinâmica do Trabalho: observação do processo de trabalho, pesquisa documental, entrevistas individuais e coletivas. A análise de natureza qualitativa demonstrou que o policial militar está no centro de uma conjugação de forças advindas da organização do trabalho, da precarização do trabalho e, por fim, da sociedade contemporânea. As formas como essas relações de forças se conjugam, contribuem para implicações danosas à saúde (mental) dos profissionais, cuja configuração favorece o aumento do sofrimento psíquico, podendo se desdobrar em alcoolismo, depressão e até em suicídio. Dados da Junta Médica, de 2003 a 2005, mostram uma média de 489 policiais militares afastados do serviço por licenças médicas. Trata-se de números preocupantes em uma área de serviço público essencial à população. Esses números seriam maiores se as liberações ocorridas no local de trabalho também fossem computadas. O procedimento de liberação interna ocorre para tentar mediar os possíveis longos períodos na atividade para tratamento de saúde.
Este artigo trata da análise da atividade desenvolvida por um grupo de mulheres, em uma cidade do interior da Região Nordeste do Brasil, que se dedicam a um artesanato denominado “labirinto”. Trata-se de um bordado trabalhoso, utilizado para produzir peças de decoração e vestuário. O objetivo do estudo é verificar a relação das condições e da organização do trabalho e a saúde das labirinteiras. Foram utilizados os aportes teóricos da ergonomia da atividade e da psicodinâmica do trabalho, por permitirem analisar o trabalho real e as vivências subjetivas de prazer e sofrimento ligadas ao trabalho. Como instrumentos metodológicos, foram utilizadas observações, entrevistas individuais e entrevistas em grupo. Os resultados indicam que se trata de uma atividade majoritariamente desenvolvida por mulheres que se acham inseridas no mercado informal de trabalho. O processo, a organização e as condições de trabalho tornam essas trabalhadoras dependentes de comerciantes intermediários, em situação vulnerável para a saúde e sem poder de mobilização para se organizarem em cooperativas de trabalho.
Palavras-chave:Manifestações culturais, Eficácia terapêutica e Ideologia Individualista. AbstractCultural context and psychological practices: Introductory remarks. The predominance of an explicative model in the field of mental health which emphasizes the physical-organic sphere of the subject, regardless of other forms of approaching the health/disease process is discussed. The understanding of aspects regarding the therapeutic effectiveness and the different interpretations and treatments to deal with the psychical suffering is sought. The main axis of the analysis is grounded on anthropological investigations about the modern concept of person.
Tem-se por objetivo discutir a abordagem dos riscos ocupacionais segundo dois enfoques: o tributário às metodologias tradicionais em segurança do trabalho, cujo enfoque de análise é o das normatizações determinadas por técnicos especializados na área e, outro, que propõe a participação dos trabalhadores. Como abordagem participativa, a referência é a Psicodinâmica do Trabalho e a Ergonomia. A revisão da literatura indica que, embora haja esforço em implantar políticas públicas e de gestão, via participação mais efetiva dos trabalhadores, observa-se, ainda, uma supremacia de metodologias tradicionais na análise dos riscos ocupacionais. Analisam-se suas causas reafirmando a necessidade de novos enquadres teórico-metodológicos.
Este artigo objetiva analisar questões relativas à gestão coletiva da atividade docente no curso de Medicina de uma instituição federal de ensino superior, evidenciadas pela avaliação externa realizada pelo Ministério da Educação (MEC), e seu referencial teórico baseia-se nas abordagens da ergonomia e da psicodinâmica do trabalho. Trata-se de um estudo qualitativo do qual participaram dez docentes, oito homens e duas mulheres, de um total de cento e quarenta e nove existentes no curso de Medicina. O critério que serviu de base à composição desse grupo de pesquisa foi ter participado do processo de avaliação do curso de Medicina. Este estudo cumpriu as exigências éticas pertinentes à investigação que envolve seres humanos e sua estratégia metodológica combinou a realização de entrevistas não diretivas, gravadas sob autorização dos entrevistados, com a análise documental de relatórios de avaliação. Os resultados apontaram um engajamento profissional aquém do desejado em atividades de pesquisa e extensão e uma organização do trabalho que dificulta a consolidação dos coletivos e a manutenção de laços de cooperação entre os docentes, aspectos fundamentais para a qualidade e a produtividade, com saúde e segurança no trabalho.
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