Eu agradeço seus esforços… Entendo que é bom ter acesso àquelas ideias... É sério. Agora pelo menos eu sei o que é neoliberalismo, como ele opera e como ele afeta minha vida pessoal e profissional. Talvez... Eu não acho que seja uma professora ingênua, que não sabe nada sobre discriminação, racismo e opressão... E sobre as críticas que devem ser feitas às escolas ruins, mas... Após ler e discutir todos esses livros, não sei não, mas estou me sentindo triste, estou sentindo que, não importa o que aconteça, não podemos vencer.Estas foram as reflexões que Nancy -mexicanaamericana orgulhosa, a primeira pessoa de sua família a fazer a faculdade, professora de matemática da 4 a série, perseguindo seu título de doutora, que se autodescrevia como "dedicada, cuidadosa e competente" -compartilhou com a turma durante a avaliação de um seminário sobre pedagogias críticas e políticas de educação.1 Naquela época, Nancy tinha 26 anos e era uma aluna nota A, que, durante o semestre, defendeu consistentemente a perspectiva prática e aplicada dos professores que atuam nas escolas, a qual ela frequentemente chamava "linha de frente ou campo de batalha pedagógica". As opiniões de Nancy sempre eram otimistas e se constituíam em uma referência positiva e importante para o grupo.Nesse dia, pela primeira vez no semestre, ela concluiu: "Não podemos vencer".1 O seminário foi ministrado por um dos autores deste artigo, professor Gustavo E. Fischman. Por essa razão, quando são feitas referências a esse seminário, mantemos a primeira pessoa do singular, para fazer distinção entre a situação de aula e as análises dela decorrentes feitas pelos dois autores.
O campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA), especialmente a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, se encontra tensionado entre grandes aspirações e promessas e significativas limitações cotidianas como a falta de implementação de políticas e práticas pedagógicas apropriadas ao público ao qual ela se destina. Se por um lado, parece evidente o consenso de parte da sociedade, expresso em textos legais, em torno da ideia de que a educação é um bem social que deve ser expandido a todos independentemente da idade, por outro lado, os debates sobre a idade certa, os processos de "migração perversa" que expulsam jovens das "escolas regulares" para a EJA e os posicionamentos que veem a heterogeneidade dos estudantes da EJA como um déficit, combinados com as políticas de fechamento de turmas, escolas e programas, além das limitações orçamentárias, fragilizam as oportunidades de aprender que deveriam sustentar a promessa da EJA. Neste texto interrogamos as políticas atuais, as promessas, as tensões conceituais e os debates sobre as identidades dos sujeitos da EJA não apenas para identificar problemas, mas, sobretudo, para encorajar um compromisso pedagógico de resistência às politicas de fragilização da EJA a partir do reconhecimento da interseccionalidade de seus sujeitos e da recuperação da noção de "esperança" Freireana.
Educação (Porto Alegre, impresso), v. 37, n. ABSTRACT -Contemporary societies require the ability to understand and follow implicit rules of visual culture, which are developed through multiple, heterogeneous and often ephemeral images. This phenomenon has been named as the "pictorial turn". This article aims to discuss the following: the effects of the "pictorial turn" seem to be more limited in the field of research in education, the substantial absence of phenomena of visual culture in educational research, as well as the underutilization of the tools of visual research methodologies, is not based on epistemological barriers. We propose to investigate educational phenomena from the perspective of iconoclash, analyzing images of Affirmative Action published in Veja a weekly magazine during the period 1995-2010. We conclude by recognizing the unavoidability of the constant tension between the pair image/meaning.Keywords -Visual culture. Educational research. Pictorial turn.RESUMEN -Las sociedades contemporáneas requieren la capacidad de entender y seguir las reglas implícitas de la cultura visual, las cuales se desarrollan a través de numerosas, heterogéneas, ya menudo efímeras imágenes. Este fenómeno se ha denominado como el "giro pictórico". Este artículo tiene como objetivo discutir los siguientes puntos: los efectos de giro pictórico parece ser más limitada en el campo de la investigación en la educación; la ausencia sustancial de los fenómenos de la cultura visual en la investigación de la educación, así como la infrautilización de las herramientas de las metodologías de investigación visual, no parece relacionarse con los obstáculos epistemológicos. Se propone investigar fenómenos educativos desde la perspectiva de Iconoclash analizando las imágenes sobre las políticas de acción afirmativa que la revista Veja publicó durante el período 1995-2010. Concluimos reconociendo la presencia constante de la tensión entre imagén/significado.
Usando os processos de modelagem de pessoas de Ian Hacking recontamos as invenções da educação popular e da EJA pela perspectiva de compreender quem é e como se formaram os sistemas de classificação dos sujeitos. Em um segundo momento, estabelecemos um diálogo crítico entre a noção de modelagem com os aprendizados do tempo presente, identificados nos trabalhos que compõem o segundo Dossiê de EJA na EPAA, destacando os movimentos de investigação que os pesquisadores-autores desenvolveram; as epistemologias; as metodologias de conhecimento utilizadas no campo da EJA, sintetizando o que as pesquisas revelam sobre as muitas invenções dos sujeitos da EJA. Em última instância, queremos destacar os aprendizados, e o que ainda teríamos que aprender para que os pesquisadores da EJA possam intervir efetivamente nos múltiplos contextos brasileiros e latino-americanos no sentido da transformação social. Palavras-chave: modelagem de pessoas; sujeitos da EJA; processos de investigação; aprendizados. The many inventions of the EJA Summary: Using the processes of making up people of Ian Hacking, we recount the inventions of popular education and Adult and Youth Education (EJA from the Portuguese) from the perspective aape epaa As muitas invenções da EJA DOSSIE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 2 of understanding who they are and how the systems of classification of subjects and subjectivities were generated. In a second step, we establish a critical dialogue between the notion of making up people with the lessons identified in the articles that make up the second special issue of EJA in EPAA, highlighting the systems of inquiry developed by the researchers-authors, their epistemologies, the methodologies of knowledge open in the field of EJA, and synthesizing what research has revealed about the many inventions of the subjects of EJA. Ultimately, we want to highlight what we, as researchers in EJA, have learnt, and what we still need to learn to effectively intervene in the multiple Latin American and Brazilian contexts towards the goal of social transformation.
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