ResumoO desenvolvimento do bebê é entendido, neste estudo, como biologicamente cultural e constituído por processos de mediação, inicialmente externa. Uma situação de crise foi investigada. O estudo de caso de um bebê mordedor (Vítor, 12 meses) foi oriundo de um projeto que acompanhou bebês em creche. A análise microgenética foi conduzida em material empírico formado pelo entrelaçamento de videogravações e entrevistas, tendo como base pressupostos histórico-culturais. Verificaram-se processos de mediação relacionados tanto a períodos particulares como ao drama das relações. A mediação foi dirigida não só à criança em estudo, como às educadoras e às demais crianças.Inicialmente, valorizou-se a aproximação entre estas, promovendo vínculos. Posteriormente, como Vítor revelasse comportamentos agressivos, passou-se a tomar cuidado com ele. Apesar da sua idade, as práticas pautavam-se em concepções ligadas a crianças maiores e adolescentes. O comportamento do bebê foi entendido como inato ou como problema de personalidade, o que levou ao seu relativo isolamento. No entanto, por meio de um referencial histórico-cultural, buscou-se novo olhar: a mediação representou um processo dialógico, com construção conjunta de significações/papéis e participação da criança. Sinaliza-se, aqui, a necessidade de novas investigações, essa discussão sendo particularmente útil à Educação Infantil.
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