Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 25(4): 644-650, out.-dez. 2005 644 -INTRODUÇÃOO mel é considerado um fluido viscoso, aromático e doce elaborado por abelhas a partir do néctar e/ou exsudatos sacarínicos de plantas, principalmente de origens florais, os quais, depois de levados para a colméia pelas abelhas, são amadurecidos por elas e estocados no favo para sua alimentação [9]. O mel é proveniente das abelhas e algumas vespas, porém devido a sua domesticação antiga e por ser originária dos principais países consumidores, a abelha Apis mellifera L. é a espécie considerada como principal produtora do mel comumente utilizado para consumo humano, apesar da grande diversidade de espécies de abelhas existentes e que produzem mel de boa qualidade, como as abelhas sem ferrão das tribos Meliponini e Trigonini. Na história da humanidade, o mel foi uma das primeiras fontes de açúcar para o homem. Isso é demonstrado pelo uso do mel e pólen das abelhas nativas sem ferrão nos períodos pré-hispânicos e o papel que desempenharam na dieta das comunidades indígenas americanas. No Brasil até o século XIX, o mel e a cera utilizados na alimentação pelos índios e brancos e a confecção de velas pelos jesuítas eram provenientes das abelhas sem ferrão [14,20,21,28]. for the human consumption, facilitating the exploration of the product by rural communities of the semi-arid area of Bahia. However, the high moisture content is an aspect that deserves a greater attention by the part of producers, who should have concern with hygiene cares when manipulating the honey during the collection and the storage processes, avoiding its contamination with microorganisms that may cause depreciation of the product. Keywords: Stingless bees, meliponiculture, quality control. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE AMOSTRAS DEAs abelhas sem ferrão perfazem aproximadamente 300 espécies, sendo que a maioria é produtora de méis de grande reputação. Embora produzindo mel em menor quantidade, os meliponíneos têm o importante papel de fornecer um produto que se diferencia do mel de A. mellifera, principalmente no sabor diferenciado e no aroma, alcançando preços elevados no mercado [4,5,14,16,20,23,28].A composição do mel depende, principalmente, das fontes vegetais das quais ele é derivado, mas também de diferentes fatores, como o solo, a espécie da abelha, o estado fisiológi-co da colônia, o estado de maturação do mel, as condições meteorológicas quando da colheita, entre outros [10,16,29]. De maneira geral, o mel das espécies de meliponíneos tem como principal característica a diferenciação nos teores da sua composição, destacando-se o teor de água (umidade), que o torna menos denso que o mel das abelhas africanizadas (A. mellifera) [10]. A cor varia do quase transparente ao âmbar escuro e o gosto e níveis de açúcar dependem do paladar, da espécie, da época, da região e, principalmente, da florada [7]. Além dos açúcares em solução, o mel também contém ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas, flavonóides, minerais e uma extensa variedade de compostos orgânicos, que...
In spite of the importance of the "uruçu" bee as honey producer of excellent quality, as well, potential pollinator both in agricultural and natural ecosystems, mainly in North-eastern Brazil, just some information is found in literature about sources that such bees utilize to collect nectar and pollen. The identification of the plants visited by Melipona scutellaris was accomplished with base on the analysis of pollen types found in the honey samples collected every two months, from March 1997 to February 1998, in 15 colonies located in Catu, State of Bahia, Brazil (12°21'00"S, 38°22'40"W, 76 m of altitude). Qualitative and quantitative analysis of the pollen types were carried out determining the percentage and occurrence classes. Twenty-eight pollen types were found, being considered dominant pollen, the Eucalyptus spp. and Psidium sp. types and secondary pollen, Bauhinia sp., Caesalpinia sp. and Mimosa verrucata types. It was verified dominant pollen of Eucalyptus spp. in honeys produced in November/December 1997 and January/February 1998. The families Caesalpiniaceae (14%), Mimosaceae (25%) and Myrtaceae (56%) were the most represented in the pollen spectrum.
Epiphytes are hyper‐diverse and one of the frequently undervalued life forms in plant surveys and biodiversity inventories. Epiphytes of the Atlantic Forest, one of the most endangered ecosystems in the world, have high endemism and radiated recently in the Pliocene. We aimed to (1) compile an extensive Atlantic Forest data set on vascular, non‐vascular plants (including hemiepiphytes), and lichen epiphyte species occurrence and abundance; (2) describe the epiphyte distribution in the Atlantic Forest, in order to indicate future sampling efforts. Our work presents the first epiphyte data set with information on abundance and occurrence of epiphyte phorophyte species. All data compiled here come from three main sources provided by the authors: published sources (comprising peer‐reviewed articles, books, and theses), unpublished data, and herbarium data. We compiled a data set composed of 2,095 species, from 89,270 holo/hemiepiphyte records, in the Atlantic Forest of Brazil, Argentina, Paraguay, and Uruguay, recorded from 1824 to early 2018. Most of the records were from qualitative data (occurrence only, 88%), well distributed throughout the Atlantic Forest. For quantitative records, the most common sampling method was individual trees (71%), followed by plot sampling (19%), and transect sampling (10%). Angiosperms (81%) were the most frequently registered group, and Bromeliaceae and Orchidaceae were the families with the greatest number of records (27,272 and 21,945, respectively). Ferns and Lycophytes presented fewer records than Angiosperms, and Polypodiaceae were the most recorded family, and more concentrated in the Southern and Southeastern regions. Data on non‐vascular plants and lichens were scarce, with a few disjunct records concentrated in the Northeastern region of the Atlantic Forest. For all non‐vascular plant records, Lejeuneaceae, a family of liverworts, was the most recorded family. We hope that our effort to organize scattered epiphyte data help advance the knowledge of epiphyte ecology, as well as our understanding of macroecological and biogeographical patterns in the Atlantic Forest. No copyright restrictions are associated with the data set. Please cite this Ecology Data Paper if the data are used in publication and teaching events.
introduçãoO mel dos meliponíneos é um produto que tem apresentado uma demanda crescente de mercado, obtendo preços mais elevados que o das abelhas do gênero Apis. Mesmo assim, ainda são poucos os estudos sobre as suas características físico-químicas, que auxiliem na definição de padrões de qualidade para sua comercialização, sendo que a maioria dos trabalhos que objetivam ao maior conhecimento deste produto leva em consideração padrões e características estabelecidas para o mel de A. mellifera.No entanto, a tentativa de aplicar estas normatizações internacionais, ou mesmo nacionais, estabelecidas para o mel de A. mellifera tem a possibilidade de gerar problemas quanto à avaliação da qualidade do mel produzido pelos meliponíneos. Além disto, Fallico et al.
IntroduçãoO mel, juntamente com os demais produtos das abelhas, está associado a uma imagem de produto natural, saudável e limpo (BOGDANOV, 2006), sendo atribuídas a ele propriedades medicinais e atividade antimicrobiana, geralmente relacionadas às suas características físicas e químicas (MOLAN, 1999).A despeito destas características ainda é possível observar a ocorrência de diversos microrganismos no mel, que se constituem em um dos principais critérios de qualidade do produto, juntamente com as suas características sensoriais, químicas e físicas. Internacionalmente, estes critérios de qualidade são especificados em regulamentos, compilados no Codex Alimentarius (BOGDANOV et al., 1999). Apesar da atual legislação brasileira para mel (BRASIL, 2000) não contemplar as características microbiológicas aceitáveis para o produto, estes conceitos precisam ser revistos principalmente por se tratar de um produto consumido por crianças, idosos, gestantes e doentes (TCHOUMBOUE et al., 2007), sendo os únicos valores de referência estabelecidos pela RDC 012 da ANVISA (BRASIL, 2001) e constituindo na contagem de bolores e leveduras, e verificação da presença de coliformes a 35 °C e coliformes a 45 °C.Importante ressaltar que todas estas regulamentações que visam ao controle de qualidade do mel, seja nacional ou internacional, consideram características de qualidade AbstractHoney is a product that presents antimicrobial activity attributed to physical and chemical factors. Even so, it is still possible to find many microorganisms present in this product, which can be used as quality indicators. The objective of this work was to evaluate the microbiologic quality of the honey produced by stingless bee species from the State of Bahia, Brazil. Fourteen samples of honey were evaluated for the moisture content, water activity, standard counting of moulds and yeasts, and presence of microorganisms of coliform group. A total of 50.0% of the samples presented standard counting of moulds and yeasts above the maximum value permmited by the Brazilian food legislation. This disqualification of samples asseptically harvested indicates the need of identification of this microbiota and its possible natural occurrence in the honey produced by this group of bees. None of the samples was disqualified regarding the counting of microorganisms of the coliform group. Keywords: water activity; moulds and yeasts; coliform; microbiological quality control; stingless bee honey. ResumoO mel é um produto que apresenta atividade antimicrobiana atribuída a fatores físicos e químicos. Mesmo assim, ainda é possível encontrar uma série de microrganismos presentes neste produto e que servem como indicadores de qualidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica do mel produzido por espécies de abelhas sem ferrão (Trigonini) do Estado da Bahia. Quatorze amostras de mel foram avaliadas quanto ao teor de umidade, atividade de água, contagem padrão de bolores e leveduras, e presença de microrganismos do grupo coliforme. Um total de 50,0% ...
IntroduçãoO mel das abelhas sem ferrão é muito procurado pelos consumidores, principalmente pelos efeitos terapêuticos que lhe são atribuídos. Contudo, os meliponicultores têm demonstrado preocupação com a conservação da qualidade desse produto, em função do seu elevado teor de umidade, o que favorece o processo de fermentação e promove a sua deterioração.Resultados de análises de amostras de mel de abelhas sem ferrão revelam valores de umidade entre 16,72 e 45% ( CARVALHO et al., 2005;FONSECA et al., 2006). Considerando que o limite máximo para a umidade deve ser igual a 20%, acima do qual o mel estará sujeito à fermentação (FRÍAS; HARDISSON, 1992), a maioria dos méis dessas abelhas está suscetível à contaminação por microrganismos.Diversas técnicas são empregadas para conservação de alimentos, dentre as quais a desumidificação, a pasteurização e a refrigeração, que têm por objetivo principal manter durante o maior espaço de tempo possível suas qualidades sanitárias, organolépticas e nutricionais (SILVA, 2000).Métodos analíticos/instrumentais efetivos em detectar o surgimento de problemas durante o processo de conservação de alimentos são conhecidos na literatura, embora muitas vezes se tornem incapazes de medir alterações perceptíveis que afetam a aceitação do produto (CARDELLO; CARDELLO, 1998).A análise sensorial é uma técnica de avaliação de atributos perceptíveis pelos órgãos do sentido (atributos organolépticos) e é usada em muitos campos, permitindo estabelecer o perfil organoléptico de diversos produtos, indicando a preferência do consumidor (PIANA et al., 2004). As características sensoriais estimulam os sentidos e provocam vários graus de reações de desejo ou rejeição, em que o consumidor escolhe um alimento pelo seu nível de qualidade sensorial (ARAÚJO et al., 2000).De acordo com Carvalho et al. (2006), os atributos sensoriais do mel de abelhas sem ferrão, como aroma, sabor, cor, fluidez e cristalização, fornecem informações relevantes para a identificação e promoção desse produto, agregando valor que é convertido em renda para os meliponicultores. AbstractThe present work was conducted to evaluate the sensorial profile and the acceptability of the honey of stingless bees submitted to two conservation processes seeking to obtain longer shelf life. The samples of Melipona scutellaris and M. quadrifasciata honey were collected in the State of Bahia, Brazil, between December 2005 and January 2006. The samples were first submitted to pasteurization and dehumidification processes and then to sensorial evaluation. The sensorial profile was determined in the Laboratory of Entomology in the Center for Agrarian, Biological, and Environmental Sciences of the Federal University of Recôncavo Bahiano, in Cruz das Almas, in the state of Bahia. The analyzed attributes were: fluidity, color, scent, crystallization, flavour, and acceptability. The results show that the conservation processes used do not interfere with the sensorial profile and the product acceptability.
Pollen in honey reflects its botanical origin and melissopalynology is used to identify origin, type, and quantities of pollen grains of the botanical species visited by bees. This study aimed to identify the pollen spectrum of honeys from Apis mellifera and stingless bees produced in the semi-arid region of Bahia, Brazil. We analysed 78 honey samples, which were submitted to the acetolysis process for identification and quantification of pollen types. Fabaceae, Asteraceae and Euphorbiaceae were the most predominant families in pollen types. For Fabaceae, the most representative pollen types were Chamaecrista 1, Mimosa caesalpiniifolia, Mimosa pudica, Mimosa tenuiflora, Prosopis and Senna. The results indicate that the flora explored by the bees to collect nectar is diverse in the semi-arid region of Bahia and the honeys analysed were classified as multifloral.
Cienc. anim. bras., Goiânia, v.16, n.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.