Resumo: Neste artigo, discutiremos o trabalho sobre luz e cores de Newton publicado em 1672 para vermos exemplos de questões que podem ser abordadas em sala de aula através da História da Ciência. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados para não apresentarmos uma visão distorcida do método científico e uma idéia mítica sobre a Ciência. Este estudo analisa o experimento principal de Newton cuja intenção era mostrar que a luz branca é uma mistura de raios com diferentes refrangibilidades. Embora atualmente essa teoria seja aceita e ensinada sem discussão, um estudo histórico-crítico sobre ela levanta muitas questões que serão discutidas neste artigo.Unitermos: Isaac Newton, História da Óptica, teoria das cores, ensino de ciências, método científico. Abstract: This paper analyses some features of Newton's theory of light and colors, especially as presented in his paper of 1672, as an example of the classroom use of History of Science. Although this theory is nowadays accepted and taught without discussion, it is not so simple as it seems and many questions arise from a critical study. Besides, an inadequate use of History of Science in Science Teaching may convey to the students a wrong conception of the scientific method. Keywords: Isaac Newton, History of Optics, theory of colors, Science Teaching, scientific method. IntroduçãoAtualmente assume-se que o uso da História da Ciência é importante para o ensino de ciências 3 . Apesar disso, há uma grande carência de livros e artigos que apresentem exemplos de como utilizar a História da Ciência em sala de aula, principalmente na língua portuguesa. Neste artigo, discutiremos o trabalho sobre luz e cores de Newton publicado em 1672 4 para vermos algumas questões que podem ser abordadas em sala de aula através da História da Ciência.Normalmente a teoria das cores de Newton é apresentada nos livros didáticos como bastante simples e direta, além de ser considerada como um exemplo de apresentação do méto-do científico. Os livros-texto também levam a crer que é fácil chegar às mesmas conclusões que Newton a partir dos seus experimentos. Veremos que a teoria das cores de Newton não é simples como os livros-texto a apresentam, já que seus argumentos não são tão diretos quanto parecem. Discutiremos certos detalhes de seus experimentos, as idéias implícitas em sua argumentação e também alguns outros trabalhos da época sobre o assunto.
Palavras-chave: Natureza da ciência. História da ciência. Historiografia da história da ciência. Obstáculos na construção de saberes escolares. Escola Básica.
Vectors and quaternions are quite different mathematical quantities because they have different symmetry properties. Gibbs and Heaviside created their vector system starting from the quaternion system invented by Hamilton. They identified a pure quaternion as a vector and introduced some changes in the product of two vectors defined by Hamilton without realizing that the scalar product and vector product cannot be interpreted as the scalar part and vector part of the quaternion product. Toward the end of the 19th century some authors realized that there was an incompatibility between the vector and quaternion formalisms, but the central problem was not altogether clear. This paper will show that the main difficulty arose from Hamilton's contradictory use of i, j, and k both as versors and as vectors.
Resumo: Este trabalho descreve as pesquisas realizadas por Henri Becquerel e por Silvanus Thompson, em 1897, que são normalmente descritas como representando a descoberta da radioatividade. No entanto, o estudo histórico detalhado desse episódio mostra que os pesquisadores em questão tinham uma interpretação sobre os fenômenos que estudaram muito diferente da atual. Sua interpretação, segundo a qual haviam descoberto a "hiperfosforescência", baseava-se nos pressupostos que guiaram seus experimentos -como a conjetura de Henri Poincaré, de que havia uma relação entre a emissão de raios X em um tubo de Crookes e a luminescência do vidro. Este estudo de caso mostra como a observação científica é guiada por idéias pré-existentes, e quão difícil é interpretar os fenômenos observados. Este exemplo histórico pode ser utilizado no ensino, para apresentar uma visão mais adequada do que a ordinária, a respeito do próprio processo de pesquisa experimental. Thompson, in 1897, that are usually described as the discovery of radioactivity. However, the detailed historical scrutiny of this episode shows that those researchers had an interpretation of the phenomena they studied that was widely different from the one accepted nowadays. Their interpretation that they had discovered a phenomenon called "hyperphosphorescence" was grounded upon the presuppositions which guided their experiments -such as Henri Poincaré's conjecture that there was a relation between the emission of X rays by a Crookes tube, and the luminescence of its glass. This case study shows how scientific observation is guided by preexisting ideas, and how difficult it is to interpret the observed phenomena. This historical example can be used in teaching, to present a view on the process of experimental research, that is more adequate that the ordinary one. Abstract: This work describes the research developed by Henri Becquerel and Silvanus IntroduçãoÉ muito comum encontrar entre alunos e professores de física, de todos os níveis, uma visão empirista da Ciência, segundo a qual o cientista faz observações, de forma neutra e isenta de teorias, e depois chega a hipóteses baseado em suas observações 2 . No entanto, o estudo cuidadoso da História da Ciência mostra que não é esse o procedimento do pesquisador. Ao contrário da visão simplista que costuma ser transmitida pelos professores, há atualmente um consenso entre filósofos e historiadores da ciência sobre alguns pontos básicos a respeito da natureza da Ciência, que podem e devem ser transmitidos aos estudantes. Alguns deles estão enfatizados no currículo nacional de Ciências da Grã-Bretanha (PUMFREY,
Resumo No ensino e na divulgação da teoria da relatividade é comum apresentar-se o experimento de
A maioria dos resultados da dinâmica relativística já havia sido obtida antes do artigo de Einstein de 1905. A partir do eletromagnetismo, já haviam sido obtidas relações entre massa e velocidade, e massa e energia. Esses desenvolvimentos foram devidos a uma crença generalizada noéter como sendo uma realidade física capaz de produzir forças e que era dotado de propriedades mecânicas como massa, energia e momento. Este artigo descreve o desenvolvimento dessas idéias e compara os resultados obtidos pelos partidários doéter com as propostas de Einstein. Palavras-chave: teoria da relatividade, Albert Einstein, dinâmica relativística, história da física.Most of the results of relativistic dynamics had already been obtained before Einstein's 1905 paper. Relations between mass and velocity, and mass and energy, had already been obtained from electromagnetic theory. Those developments were due to a widespread belief in the ether as a physical reality, that could produce forces and was endowed with mechanical properties such as mass, energy and momentum. This paper describes the development of those ideas and compares the results obtained by the ether partisans and Einstein's proposals. Keywords: relativity theory, Albert Einstein, relativistic dynamics, history of physics. IntroduçãoCostuma-se pensar que a teoria da relatividade especial foi criada por Albert Einstein, em 1905. No entanto, quando Einstein era uma criança e ainda não sabia ler nem escrever, já se discutia um dos principais efeitos relativísticos: a influência da velocidade na massa.Muitos resultados importantes da teoria da relatividade foram obtidos antes de 1905, por Lorentz, Poincaré e outros pesquisadores. Esse fatoé bem conhecido pelos historiadores da ciência 2 , mas geralmenteé desconhecido pelos físicos. O objetivo deste artigoé proporcionar uma compreensão daquilo que já havia sido feito antes de Einstein, dando o devido crédito aos muitos físicos que contribuíram para a criação de uma dinâmica relativística e comparando esses resultadosàs propostas do próprio Einstein.E impossível discutir neste artigo tudo o que havia sido feito antes de Einstein. Vamos abordar apenas alguns aspectos relacionados com a relação entre massa e energia, deixando de lado o desenvolvimento da cinemática relativística (as transformações de Lorentz e suas conseqüências) e do eletromagnetismo relativista.E impossível compreender o estado da física no final do século XIX sem tratar sobre oéter. Atualmente temos uma visão totalmente negativa a respeito doéter. Esse conceito parece ser o "vilão da história" -algo que não precisaria nunca ter surgido e que, graças a Einstein, foi expelido da física. Mas seria totalmente anacrônico tentar descrever a evolução da dinâmica relativística sem falar noéter 3 . Assim, vamos iniciar o artigo mostrando qual era a motivação histórica para aceitar a existência dessa entidade. Depois, será descrito o desenvolvimento da dinâmica doéter, com a atribuição de propriedades mecânicas (como energia e momento) a essa entidade, e como isso lev...
Resumo:Estudando o trabalho experimental sobre eletromagnetismo realizado por Michael Faraday no início do século XIX, encontramos vários elementos que poderiam ser utilizados no Ensino de Ciências. Um conhecimento histórico sobre o trabalho experimental desenvolvido por Faraday e que o levou à descoberta da indução eletromagnética pode transmitir aos estudantes uma concepção mais adequada do processo de desenvolvimento da Ciência. No entanto, isso só pode ser feito utilizando-se um estudo detalhado e bem fundamentado do processo histórico ocorrido, deixando de lado as simplificações e os mitos que costumam ser apresentados. Unitermos História da Ciência no Ensino de CiênciasOs últimos parâmetros curriculares nacionais evidenciaram o que diversas pesquisas relacionadas ao Ensino de Ciências apontam (Peduzzi, 2001): a fecundidade do uso da História da Ciência para que "o ensino de Física, na escola média, contribua para a formação de uma cultura científica efetiva, que permita ao indivíduo a interpretação dos fatos, fenômenos e processos naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano com a natureza como parte da própria natureza em transformação" (Brasil, Ministério da Educação, 2002: 229).Diante dessa perspectiva, entende-se que o Ensino de Ciências, desde o Ensino Fundamental, deve situar o aluno em uma realidade científica mais ampla na tentativa de desmitificar a visão que se tem do cientista. Não se trata apenas de se preocupar com novas metodologias, como formas de facilitar a aprendizagem dos conceitos físicos, mas levar ao aluno o conhecimento do processo de fazer Ciência, bem como a compreensão dessa Ciência como uma ferramenta útil para um diálogo com o mundo e com sua possível transformação.Acreditando na validade do emprego da História da Ciência no ensino, o maior problema que se impõe é: como fazê-lo? Os trabalhos desenvolvidos nesse sentido, 3 apontam possibilidades de discussão, na sala de aula, de influências de fatores sociais, políticos, religiosos; indicam também a importância de ilustrar aspectos da Filosofia e da metodologia da Ciência, DRCC, Instituto de Física "Gleb Wataghin", Unicamp (e-mail: rmartins@ifi.unicamp.br) 3 Uma abordagem geral do tema pode ser encontrada em Matthews, 1994.
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