Este artigo visa a colocar em debate, em formato de ensaio teórico, a temática da me-dicalização e da farmacologização da existência. Discute-se a multiplicidade de acontecimentos que sustentam a medicalização e o campo de lutas no qual tais situações ocorrem e se materializam em um dispositivo de farmacologização subjetivante. Recupera-se, para tanto, aspectos da obra de Rodrigo Souza Leão que problematizam dimensões dos modos de subjetivação atuais urdidos na economia política da indústria farmacêutica e que instauram práticas de liberdade. Ao final do artigo, conclui-se que a difusão da medicalização e da farmacologização da vida é uma prática muito disseminada e, portanto, as resistências endereçadas às mesmas precisam ser ampliadas e articuladas cada vez mais com vistas a produzir efeitos na sociedade atual, de maneira a abrir brechas que façam ressoar práticas não medicalizantes em um campo de tensão de forças. Propomos que a genealogia das resistências à medicalização das existências deve ser articulada à composição de arquivos não conformistas capazes de evidenciar que, apesar da força da farmacologização na configuração das nossas subjetivações, práticas de liberdade continuam a ser urdidas em seus interstícios.
Esse artigo visa a analisar as práticas de produção da subjetividade engendradas pelo mercado de células-tronco do cordão umbilical, que se constitui por meio da gestão de riscos e precauções do futuro biopolítico, no âmbito da família e da relação pais e filhos. O interesse da psicologia pela inovação biotecnológica pode ser visualizado tanto na problematização crítica realizada pelo campo científico sobre os modos de subjetivações que emergem do acoplamento entre biotécnicas e corpo quanto em seu campo de atuação profissional, por meio de psicoterapias de aconselhamento genético. Nas estratégias biopolíticas de controle e de manipulação das células-tronco do cordão umbilical, evidenciam-se subjetivações que emergem em uma rede complexa de produção tecnobiológica.palavras-chave: mercado; biopolítica; subjetividades; família; células-tronco. resumenEste artículo tiene como objetivo analizar las prácticas de producción de bio-social subjetividad a través del mercado de células madre realizado a través de medidas de gestión de riesgos y la biopolítica futuras, dentro de la familia y la relación padre-hijo. El interés de la psicología de la innovación biotecnológica se puede ver tanto en cuestionamiento crítico efectuado por campo científico sobre las formas de subjetividades que emergen del acoplamiento entre la biotecnología y el cuerpo, y en su campo profesional, a través de la psicoterapia asesoramiento genético. En las estrategias biopolíticas de control y la manipulación de las células madre del cordón umbilical, mostrará subjetividades que emergen en una compleja red de tecnobiológica producción.palabras clave: mercado; biopolítica; subjetividades; familia; las células madre. aBstractThis article aims to analyze production practices of bio-social subjectivity through the stem cell market made through risk management and biopolitics future precautions, within the family and the parent-child relationship. The interest of psychology from biotechnological innovation can be viewed both in critical questioning conducted by scientific field on ways of subjectivities that emerge from the coupling between biotech and body, and in your professional field, through genetic counseling psychotherapy. In biopolitical strategies of control and manipulation of umbilical cord stem cells show up subjectivities that emerge in a complex network of tecnobiológica production.Keywords: market; biopolitics; subjectivities; family; stem cells.Galindo, D., Rodrigues, R. V., Lemos, F. C. S. & Almeida, L. C. C. S. (2017). Biotecnologias, subjetivação e psicologias: mercado 2/9 introdução As biotecnologias, na medida em que oferecem variados modos de manipular e controlar os genes humanos e, consequentemente, nossas vidas, produzem novos conceitos para discorrermos sobre nós mesmos. Nesse sentido, elas passam "a exercer um impacto crescente nos modos de definir e produzir subjetividades, provocando deslocamentos das e nas versões psicológicas da abordagem da subjetividade" (Hüning, 2014, p. 192). Para entender a tecnologia como mediadora...
Biopolítica Células-tronco do cordão umbilical Dispositivos de segurança Biobancos
Este artigo tem o objetivo de interrogar as práticas de medicalização dos corpos, no presente, e descrever alguns movimentos, associações e entidades que participam das resistências às práticas medicalizadoras. Busca-se pensar quais são os efeitos desses movimentos, quais são suas pautas e preocupações e como articulam reivindicações e críticas, diante do crescente processo de medicalização das existências e da sociedade. Aborda-se a constituição do objeto e a problemática do trabalho, a partir de Michel Foucault e das contribuições produzidas nas aulas, conferências e publicações realizadas, no Brasil. As resistências são apresentadas, descritas e analisadas no limite do contexto nacional, apesar de também serem pensadas em uma esfera internacional, mas não é o caso neste estudo. A presença das psicologias é marcante em boa parte dos movimentos de resistência e, em vários casos, se tornou a base de crítica à medicalização, nas últimas décadas com atuação relevante neste âmbito político e social.
IntroduçãoNeste artigo, abordamos o acontecimento cidades e corpos medicalizados por uma rede bioeconômica, descrevendo e analisando suas zonas cinzentas, suas linhas constitutivas e a materialização da regulação da saúde, dos corpos e do espaço pelo biocapital. Enfatizamos o papel constitutivo do cálculo econômico de custo e benefício, na gestão pela medicalização enquanto racionalidade que se sustenta pelo biocapital e opera por ele, em uma economia política neoliberal. Estamos interessados, neste texto, em pensar as estratégias biopolíticas centradas na capitalização dos espaços e dos corpos, regulados enquanto empreendimentos neoliberais.Problematizamos a maneira como questões específicas da vida e da população foram postas no interior de tecnologias de governo que regem a conduta humana e performaram subjetivações cada vez mais precaucionárias, temerosas e caracterizadas pelo empresariamento de si e dos outros. Pensar a medicalização do espaço é relevante para as psicologias, em diferentes facetas, por exemplo, em termos dos efeitos, os quais forjam subjetividades medicalizadas e medicalizantes.Vertentes das Psicologias têm repensando as teorias e práticas subjetivas, considerando a subjetividade como uma figura histórica, social e política e propondo falar em "produção de subjetividade" como uma alternativa à problematização de identidades, que se esgota numa exaustão ao idêntico MARTINS, 2007).Como psicólogas, indagamos as naturalizações dos jogos de verdades que acionam processos de subjetivação característicos do mercado biomédico e médico-psicológico das populações e das cidades, em especial, pelo mercado e religião da saúde, hoje. Discutimos a capitalização da vida para problematizar as formas de subjetivações que emergem na comercialização dos corpos e na privatização das cidades, na atualidade.Mais especificamente, examinamos as estratégias biopolíticas, na contemporaneidade, as quais impulsionam uma capitalização da vida por segmentos empresariais, na esfera de sua gestão do espaço das cidades e dos corpos. Discorremos sobre os modos de subjetivação que emergem nesse cenário na imanência do cuidado em saúde, pautados na lógica do temor frente aos futuros riscos, de acordo com os cálculos liberais de segurança. Cidades medicalizadas e empreendedoras: segurança e biocapitalA biopolítica, no século XXI, abre-se para dimensões nas quais as biotecnologias arregimentam novas formas de vida social e participação política (NOVAS, 2006;RABINOW, 1999). Política e ciência se cruzam com as biomedicinas, com o objetivo de proporcionar saúde e longevidade à população. Dessa maneira, a biopolítica atual está dirigida às exigências globais dos mercados internacionais, ao mesmo tempo em que está embutida nas políticas locais que regulam e reformatam os corpos e cidades, na direção de torná-los mais saudáveis e resistentes à depredação do tempo.Gómez (2004)
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