Este artigo tem como objetivo refletir sobre algumas definições que os termos texto e discurso recebem em diferentes linhas de pesquisa. Verifica-se que os conceitos funcionam isoladamente ou em conjunto; em oposição ou em complementaridade; hierarquicamente ou de modo coordenado. Na análise desse quadro, mais do que identificar (as) distinções entre os dois termos – já que elas se modificam de um campo teórico para outro – buscamos encontrar as orientações teóricas mais amplas que, nos estudos sobre a linguagem, promovem as distinções e o emprego dos dois termos. Palavras-chave: texto; discurso.
A análise do discurso fundamentada nos desenvolvimentos teórico-metodológicos do Círculo de Bakhtin vem sendo praticada no Brasil desde a difusão da tradução de suas obras. O termo análise dialógica do discurso (ADD), no entanto, só foi popularizado após a publicação de “Análise e teoria do discurso” de Brait em 2006 e, como tal, solidificou-se o domínio de importante e distinta área de análise do discurso. Desde então, muito se dissertou sobre sua metodologia e, com a franca expansão da área, torna-se importante constituir uma revisão sistemática integrativa que investigue de forma rigorosa os conhecimentos já construídos no campo. Em vista disso, o objetivo desta pesquisa é, por meio do método de revisão citado, identificar, reunir, apreciar e sintetizar as principais contribuições das publicações teórico-metodológicas acerca da ADD, a fim de organizar as discussões metodológicas fundamentais e contribuir para possíveis direcionamentos de análise discursiva de cunho bakhtiniano. Destacaram-se, assim, três principais focos metodológicos para a ADD: as relações dialógicas, os gêneros discursivos e as formas da língua. Para o estudo desses focos, mostraram-se recorrentes as atividades analíticas integradas nomeadas aqui como descrição, análise e interpretação. De modo único, tais atividades promovem o encontro constitutivo entre linguística e metalinguística na relação dialógica do objeto de estudo com o pesquisador e com outros discursos relacionáveis. Nesse processo, o ideário bakhtiniano é mobilizado de forma coerente a fim de compreender, profundamente, o enunciado concreto por meio da contínua atribuição de sentidos desenvolvidos na atuação conjunta de elementos de singularidade e estabilidade.
São diversas as recepções da obra bakhtiniana: as que a situam em perspectiva histórica e cultural, dando a conhecer o contexto inerente a ela, as interlocuções com as quais se edificou e os caminhos de seu desenvolvimento; as que adotam, isoladamente, um ou outro de seus conceitos e as que buscam dela depreender um arcabouço, menos ou mais sistematizado, para a reflexão de um objeto em particular. Fixando-nos nestas últimas e no domínio dos estudos sobre a linguagem, examinamos as recepções do pensamento bakhtiniano como uma pragmática, uma sociolinguística, uma semiótica, uma teoria social, uma teoria do discurso. Na perspectiva desta disciplina, é que nos centramos, por último, para refletir sobre algumas de suas bases fundamentais.
[…] according to Bakhtin, […] the dialogue can be understood as mode that denotes how language functions as well as point of view that establishes an object of study. (BRAIT; MAGALHÃES, 2014 . Anderson Salvaterra Magalhães, advised by Brait on his doctorate, has a recognized reputation along the same line of thought.Taken from the introductory text by Brait and Magalhães, the words in the epigraph define the adopted theory and expose the methodology that guides the chapters. By recognizing the dialogic nature of language, the researcher her/himself takes on the role of interlocutor in relation to her/his object of study. Thus, as the organizers remind us, the object of study is not only characterized as cognoscible but also as cognoscitive. There lies the challenge of the sixteen chapters that compose the book: the production of knowledge as a result of theoretically qualified interlocution.The coherence and unity of the book are revealed in the titles of the parts into which it is organized. All of them start with the word "dialogism" and are paramount to specific questioning, central in the Bakhtin Circle: dialogism in knowledge production, dialogism in life and dialogism in art. Following this organization, in the first partDialogism: Brazilian knowledge production -, we can find three chapters that deal with genre of discourse and another one dealing with translation. In the last one, Sheila Vieira de Camargo Grillo and Ekaterina Vólkova América, who study the works of the Bakhtin Circle, and who have translated three of them 3 directly from Russian to Brait (2013) stands out, the importance of which can also be seen in the reviewed book herein.
RESUMOElegendo tanto contraposições a outros pensadores - Barthes entre eles -, quanto confluências com correntes do pensamento filosófico, caso em que se ressaltam os conceitos de mundo da vida e mundo da cultura, retoma-se a reflexão sobre a noção de autor, e também de sujeito, na obra de M. Bakhtin. Nesse caminho, mostra-se a relação dessas noções de autor e sujeito com outros importantes conceitos do pensamento bakhtiniano e, passando-se por quase toda a obra de Bakhtin, acaba-se por assinalar também o desenvolvimento da obra do pensador, bem como os princípios que a embasam, desde sempre, como um todo. Ao final, espera-se ter destacado que os conceitos de mundo da vida e mundo da cultura, que revelam uma importante filiação filosófica de Bakhtin, semelhante a que se verifica em G. Simmel, particularizam as contribuições bakhtinianas, inclusive em relação ao paradigma estruturalista, em contraposição ao qual se iniciou a reflexão.
Há etapas da vida de uma teoria em que ficam mais evidenciadas, mais frequentes e mais intensas as suas transformações. São etapas também de incertezas e polêmicas, e, por isso mesmo, produtivas e estimulantes. É nesse contexto de dinamicidade que este artigo situa a teoria semiótica greimasiana, para, com base na obra Da imperfeição do mesmo Greimas, identificar e refletir sobre proposições e métodos cujo estatuto teórico na semiótica não é consensual.
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