ResumoUm dos focos da Política Nacional de Humanização (PNH) é promover saúde e bem-estar dos profi ssionais do SUS; a literatura aponta sua vulnerabilidade ao estresse ocupacional. Um estudo quali-quanti (observações etnográfi cas e aplicação da Escala de Estresse no Trabalho -13 respondentes) investigou o estresse na equipe de um CAPS e suas práticas/processos de trabalho. Diagnosticou-se "nível intermediário de estresse" na equipe (M=2,5); 09 de 23 fatores psicossociais tiveram médias acima de 2,5 (altamente estressores). As mais altas: defi ciência nas capacitações (M=3,8) e na circulação das informações (M=3,2); discriminação/favoritismo na instituição (M=3,2). A análise qualitativa, construcionista social, elucidou processos psicossociais e sentidos, "por trás" dos fatores objetivos, construídos sobre a assistência, a instituição e seus problemas. Destacam-se: sensações de despreparo técnico, tensões interpessoais, difi culdades comunicacionais e de lidar com a "loucura". O estresse elevado sugere possível "desumanização" dos/ nos processos de trabalho do serviço e na sua relação com a gestão. Palavras-chave: Humanização; Saúde mental; Estresse; Saúde do trabalhador; Centro de Atenção Psicossocial. AbstractOne of the focuses of the Brazilian National Humanization Policy (NHP) is to promote SUS's staff health and wellbeing; literature indicates staff's vulnerability to occupational stress. A quali-quanti study (ethnographic observations and Work Stress Scale -13 respondents) investigated stress level among staff in a Psychosocial Care Center and their work practices/processes. "Intermediate level of stress" (M=2.5) was diagnosed on the team; 9 out of 23 psychosocial items had averages above 2.5 (highly stressful), the highest being: defi cit in professional training (M=3.8); information fl ow (M=3.2); and institution discrimination/favoritism (M=3.2). Qualitative analysis, through social constructionist epistemology, elucidated psychosocial processes "behind" quantitative results. Worth mentioning: unpreparedness, helplessness, interpersonal confl icts, communication issues and problems on how to deal with "insanity". High stress levels suggest a possible "dehumanization" of working processes or at work, and its relation with management. Key-words: Humanization; Mental health; Stress; Occupational health; Psychosocial Care Center. ResumenUno de los focos de la Política Nacional de Humanización es promover la salud y bienestar de los profesionales del SUS; la literatura apunta para la vulnerabilidad al estrés ocupacional. Un estudio quali-quanti (observaciones etnográfi cas y Escala del Estrés en el Trabajo -13 encuestados) investigó el estrés en un equipo de un Centro de Atención Psicosocial y sus prácticas/procesos laborales. Se diagnosticó un "nivel intermedio de estrés" en el equipo (Prom. 2,5); 9 de 23 factores psicosociales tuvieran promedios arriba del 2,5 (altamente estresantes). Los más altos: defi ciencia en capacitaciones (3,8); y en la circulación de informaciones (3,2); discriminación/favoritism...
Este trabalho relata a experiência do projeto "Rotas recriadas: crianças e adolescentes livres da exploração sexual", que problematiza, a partir de uma perspectiva sociocultural, as formas de enfrentamento da exploração sexual comercial infanto-juvenil, em Campinas-SP. Com diferentes eixos de atuação, de caráter intersetorial e interdisciplinar, o projeto propõe o embasamento teórico e o desenvolvimento de ações-piloto, com o intuito de promover debate para a construção de uma política pública de enfrentamento dessa relevante temática. Apresentamos a experiência de um dos campos de intervenção, a área de saúde, por meio do trabalho com uma das populações-alvo deste projeto: crianças e adolescentes em situação de rua e exploração sexual comercial. Fundamentamo-nos na necessária articulação entre saúde e direitos humanos, uma vez que negligências e violações dos direitos podem resultar em conseqüências para a saúde. Buscamos a garantia dos direitos desta população, tão cerceada em vivenciá-los. Para atingir essa articulação atuamos a partir da técnica do Acompanhamento Terapêu-tico, como estratégia que propicia a junção entre necessidades coletivas e individuais, incluindo intervenções pautadas na promoção e na garantia de direitos. Utilizamo-nos de relatos de "cenas" de histórias de vida, sobre as quais objetivamos a diminuição das vulnerabilidades sociais vivenciadas, à luz do direito ao exercício pleno de direitos.
ResumoAs DST/HIV e a gestação não-planejada entre jovens têm exigido o incremento da atenção em saúde sexual e reprodutiva, desafiando a formação profissional tradicional, os processos de trabalho e gestão na atenção primária. Este estudo etnográfico (observação e entrevistas) foi realizado em duas unidades básicas de município turístico do Estado do Rio de Janeiro, focalizando o trabalho das agentes comunitárias de saúde. As agentes abordavam a sexualidade jovem, principalmente das garotas; orientavam o fluxo de ações e influenciavam as estratégias de prevenção e cuidado, enfatizando "gravidez precoce" e "promiscuidade sexual". A saúde de jovens não era considerada integralmente, embora o trabalho das agentes constituísse uma tecnologia de processo com grande potencial na atenção à saúde sexual de jovens. A juventude se beneficia da atuação dessas profissionais, que podem ter seu saber prático mais valorizado. Sugere-se a formação em abordagens baseadas nos direitos humanos e na construção social da sexualidade.
O sigilo integra o cuidado em saúde para proteger as pessoas com HIV/Aids, ou “sob suspeita”, do estigma/discriminação. A partir de observações etnográficas buscou-se compreender sentidos e práticas envolvendo sigilo e privacidade em um serviço especializado em DST/Aids, num município pequeno, no Estado de Mato Grosso do Sul. A análise, de cunho construcionista social, de episódios e conversações evidenciou a valorização do sigilo no plano discursivo, mas em razão de limites tênues entre privacidade e sociabilidade em municípios interioranos “quebras de sigilo” eram práticas sociais naturalizadas, não intencionais, tampouco reconhecidas como falhas técnicas/éticas. A análise revelou que fluxos e processos de trabalho violavam a privacidade de usuários. O sentido de manter sigilo, era, predominantemente, o de não revelar a soropositividade dos pacientes; não se associava aos modos de organização do trabalho. Acreditamos que ao problematizarem os sentidos e implicações locais de suas práticas, as equipes podem construir novas práticas e realidades institucionais adensadas pelos referenciais do Cuidado, Humanização e Atenção Psicossocial
Objective: To identify in the scientific literature the feelings of women living with HIV in relation to reproduction and motherhood, as well as the care provided by health professionals regarding reproductive health as a right. Method: Integrative review carried out in 2017, in the databases LILACS, PUBMED, BDENF and SciELO Virtual Library. We analyzed 30 articles. Results: As feelings, the motivation for reproduction and self-care, fears, uncertainties and hopes were evidenced. As care, services that support reproductive decisions were evidenced, but, predominantly, the disregard for the desire and care incipience for reproductive planning. Conclusion: There is no comprehensive and humanized work on the reproductive issues of these women, either through the neglect of the desire and viability of gestation or by the incipient care to the ambivalent emotional experiences. There is a need to qualify the care model in order to configure it, in fact, as care, aiming at guaranteeing reproductive rights.
Abordagens cognitivistas da comunicação profissional-paciente e dos comportamentos em saúde predominam nas intervenções para apoiar a adesão ao tratamento de HIV/Aids. Mediante uma perspectiva construcionista social da comunicação profissional-paciente e de suas experiências com o tratamento, avaliou-se a implementação de uma intervenção psicossocial individual, composta por quatro encontros e informada pelo referencial da Vulnerabilidade e dos Direitos Humanos na dimensão psicossocial do Cuidado. No conjunto dos 16 encontros (quatro com cada voluntário), avaliou-se que o processo de implementação foi "moderadamente desenvolvido". Houve dificuldades para desenvolver conversas dialógicas e decodificar sentidos das falhas de adesão em situações sociais, articuladamente aos cenários interpessoais e socioculturais. Mesmo predominando orientações e incentivos aos pacientes, também ocorreram momentos dialógicos de co-compreensão das dificuldades de adesão, em seus diferentes sentidos nas cenas de tomadas. Esta modalidade de cuidado revela-se produtiva no campo das práticas em adesão.
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