RESUMO -Racional -Deficiências nutricionais, por vezes graves, são comuns em pacientes com insuficiência hepática, candidatos a transplante de fígado. A terapia nutricional pode corrigir total ou parcialmente tais deficiências, melhorando as condições clínicas e o prognóstico desses indivíduos, frente ao grande desafio do transplante hepático. Objetivos -Breve revisão do papel do fígado no metabolismo dos diversos nutrientes. Descrição dos métodos de avaliação do estado nutricional, traçando-se as bases da terapia nutricional segundo condições hepáticas diversas, no pré e pós-transplante, em relação às necessidades calóricas e dos diversos nutrientes. Apresentação de intervenções nutricionais, no controle das complicações metabólicas resultantes do uso de drogas imunossupressoras. Conclusão -A terapia nutricional é valiosa aliada no tratamento clínico de pacientes candidatos ou já submetidos ao transplante hepático, contribuindo para um prognóstico favorável e para a melhora da qualidade de vida desses indivíduos. DESCRITORES INTRODUÇÃOAdequada avaliação do estado nutricional em pacientes portadores de hepatopatias crônicas permite diagnosticar importantes desvios e enseja a aplicação de medidas de correção capazes de melhorar o prognóstico, especialmente quando se pretende submeter tais pacientes ao recurso heróico do transplante hepático.A terapia nutricional representa um dos procedimentos de maior importância no manejo das doenças do fígado, devendo ser considerada como um adjuvante imprescindível às opções terapêuticas de que dispõe a clínica.Moléculas de nutrientes provenientes da digestão, absorvidas em nível de enterócitos e conduzidas através da circulação portal, encontram no fígado um complexo laboratório de transformação, armazenagem e redistribuição dos metabólitos destinados à nutrição dos órgãos periféricos e à própria síntese macromolecular hepática. Provenientes de outros tecidos, demais nutrientes vêm ao fígado, como os ácidos graxos e o glicerol originários dos tecidos adiposos, e importantes contribuintes para o provimento energético.Assim, também, são nutrientes de afluxo hepático o lactato e o piruvato originados nas células sangüíneas e nos músculos esqueléticos, a alanina, outros aminoácidos e os alfa-cetoácidos ramificados, resultantes da transaminação da leucina, isoleucina e valina.Através da glicogenólise do glicogênio armazenado, o fígado garante a produção de glicose e, portanto, a energia necessária aos processos metabólicos dos demais tecidos. Outro importante substrato, o acetoacetato, se produz pela oxidação dos ácidos graxos provenientes da gordura alimentar. Lipídios de depósito, como os fosfolipídios e o triacilglicerol são também sintetizados pelo fígado para armazenagem como lipoproteínas e sua utilização é gradativa, segundo as exigências dos tecidos periféricos (34) . Podemos idealizar o fígado como uma central metabólica provida de sensores que identificam as necessidades energéticas que ocorrem nos tecidos.Pela atividade hepática e renal se produz carnitina, nutriente ...
RESUMO -Racional -Estudos recentes têm sugerido possível associação entre infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) e diabetes melito tipo 2, relatando prevalência elevada de infecção pelo vírus C nessa população. Objetivo -Verifi car a prevalência de infecção pelo VHC em adultos portadores de diabetes melito em nosso meio. Métodos -Foram avaliados consecutivamente 145 adultos com diabetes melito tipo 2 e 104 com diabetes melito tipo 1, em acompanhamento no ambulatório de diabetes de um hospital universitário, quanto à presença de anticorpos contra VHC (anti-VHC) por método ELISA de quarta geração, utilizando como grupo controle 16 720 doadores de sangue da cidade de Curitiba, PR, no período em que foi realizada a pesquisa. Os pacientes diabéticos foram também avaliados quanto a dados demográfi cos, clínicos, bioquímicos (níveis séricos de aminotransferases) e exposição prévia a fatores de risco para infecção pelo VHC. Resultados -Maior prevalência de positividade do anti-VHC foi observada em pacientes com diabetes melito tipo 2, em comparação aos doadores de sangue. A prevalência de anti-VHC naqueles com diabete melito tipo 2 foi superior à encontrada no tipo 1, embora não tenha alcançado signifi cância estatística. Nos dois grupos de diabéticos houve predomínio do sexo feminino, sendo que os do tipo 2 apresentavam idade média superior aos do tipo 1. A distribuição de cor, tempo de diagnóstico do diabetes e a freqüência de exposição a fatores de risco foram semelhantes nos dois grupos. A mediana da taxa de alanina aminotransferase dos pacientes com diabetes tipo 2 foi superior à observada nos do tipo 1. Conclusões -Encontrou-se maior prevalência de infecção pelo VHC em diabéticos tipo 2 se comparado à população saudável de Curitiba, corroborando publicações prévias em outras populações. DESCRITORES -Hepatite C. Diabetes mellitus tipo II. INTRODUÇÃOO vírus da hepatite C (VHC) é uma das principais causas de doença hepática crônica em todo o mundo e a indicação mais freqüente de transplante hepático na atualidade. Estimase que existam hoje, pelo menos, 170 milhões de portadores do VHC e que parte destes irá desenvolver complicações como cirrose e hepatocarcinoma. A infecção pelo VHC tem sido implicada na gênese de algumas doenças extra-hepáticas como a crioglobulinemia mista essencial, porfi ria cutânea tardia esporádica, doença da tireóide e glomerulonefrite (8) . Mais recentemente, estudos epidemiológicos sugerem que o diabetes melito (DM) possa representar também manifestação da infecção crônica pelo VHC (12,13) . Vários autores relataram prevalência aumentada de infecção pelo VHC em diabéticos tipo 2, em contraste com a população geral (5,15,18,19) . A possível associação entre VHC e DM também é sugerida por estudos transversais que encontraram prevalência aumentada de DM tipo 2 em pacientes com hepatite crônica C, quando comparada à observada em pacientes com outras formas de doença hepática crônica, mesmo na ausência de cirrose (1,2,6,9,11,13) . Embora sua patogênese não esteja defi nitivamente estabelecida, ...
Propiltiouracil é uma droga amplamente utilizada no tratamento do hipertiroidismo. A hepatotoxicidade é um dos efeitos colaterais mais raros e também mais graves associados a ela. Relata-se um caso de hepatite aguda colestática que acomete um jovem de 15 anos em uso de propiltiouracil para tratamento de hipertiroidismo. Causas virais, metabólicas e autoimunes foram excluídas e a biopsia hepática revelou achados histopatológicos sugestivos de hepatite colestática induzida por droga. Com a suspensão da droga, houve remissão dos sintomas e normalização progressiva das provas de função hepática. Raramente, os pacientes em uso de propiltiouracil podem desenvolver injúria hepática grave.
Considerados agentes de baixa patogenicidade, estes fungos são encontrados freqüentemente nos aparelhos digestivo, respiratório, genital e na pele. Em determinadas circunstâncias as espécies C. albicans, C. tropicalis, C. guilliermondi e C. parakrusei são patogênicas. A mais freqüentemente encontrada como agente patogênico, inclusive para o sistema nervoso central, é a C. albicans. A candidíase do sistema nervoso central, comumente está associada a uma enfermidade sistêmica básica 3 . 9 . A sintomatologia neurológica não apresenta características próprias e manifesta-se freqüentemente com sinais de irritação das meninges ou de comprometimento cerebral , mais raramente, com hipertensão intracraniana 4 . OBSERVAÇÃO E.B.S. 46 anos de idade, sexo masculino, branco, sapateiro, residente em Curitiba, internado no Departamento de Medicina em 23-08-1962 (R.G. 51391). História clínica -Doença iniciada há 5 dias quando, algumas horas após haver batido com martelo em uma tábua colocada sobre a sua coxa, apresentou dor de caráter contínuo, localizada na coxa esquerda e regiões sacroilíacas. Permaneceu por 4 dias com intensa dor e edema na face anterior da coxa esquerda e dificuldade para deambulação. Há dois dias apresentou quadro diarréico com 20 evacuações diárias e, nas últimas 24 horas, está prostado no leito, com oliguria. Antecedentes -Aos 29 anos perdeu subitamente a visão durante 20 dias, tendo sido atribuído o quadro, segundo informes do paciente, a um processo sifilítico e, desde então, apresenta manifestações maníaco-depressivas e de agressividade. Exame físico
Objetivo: Determinar a influência da ingestão dietética hospitalar sobre o estado nutricional de adultos candidatos ou submetidos a transplante hepático. Pacientes e métodos: estudo prospectivo avaliou 48 adultos, 81,3% pré-transplante (idade média de 46,36 anos) e 18,7% pós-transplante (idade média de 51,89 anos) internados no Serviço de Transplante Hepático do HC/UFPR, na data da internação e da alta. Foi aplicado o teste de T Student. Analisou-se sexo, idade, índice de massa corporal - adequação: do peso atual em relação ao peso usual e ao ideal, da reserva adiposa localizada e generalizada, da circunferência muscular do braço e controle da ingestão dietética/ necessidades nutricionais. Resultados: Para o índice de massa corporal, 51,28% dos pacientes pré-transplante encontravam-se eutróficos na data da internação e da alta, enquanto que no pós-transplante 44,44% dos pacientes encontravam-se com excesso de peso no período da internação. Ocorreu algum grau de depleção adiposa localizada para os pré-transplantes, sendo 58,96% no período da internação e 61,52% no período da alta; para os pós-transplantes a depleção foi de 44,44% na internação e 66,66% na alta; 95,83 % não ingeriram as necessidades energéticas e 85,41 % as necessidades protéicas. Houve diferença estatística (p< 0,05) para o percentual de adequação do peso ideal (p=0,01) nos pré-transplantes e no percentual de adequação da gordura localizada (p=0,03) para os pós-transplantes. Conclusão: as necessidades nutricionais podem ter sido superestimadas.
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