A humanização se insere no campo da saúde como um recurso imprescindível nas práticas. Dentro do leque de agentes que possibilitam este processo, o palhaço se põe como fomentador da humanização. Foi realizada uma pesquisa em um hospital no interior do estado de Sergipe, onde os dados foram coletados no ano de 2018, por meio de entrevista que aconteceu após intervenções dos palhaços, integrantes do projeto Território Feliz. O objetivo geral da pesquisa é compreender o significado da humanização no contexto hospitalar, para diferentes atores, por meio da atuação do palhaço. A análise de dados foi feita por meio da abordagem Sócio-Histórica. Como resultado observou que o significado de humanização está intrinsicamente ligado ao âmbito das relações humanas, envolvendo a compreensão da ética, dos valores e das relações com o meio em que os sujeitos estão inseridos, sendo que um dos grandes obstáculos para que a humanização aconteça é a exclusão da singularidade dos sujeitos e de suas potencialidades como promotoras de saúde. Neste sentido, ressalta a urgência de inserir a humanização nos ambientes hospitalares, onde, as relações se mostram fragilizadas, distantes e permeadas pela lógica do trabalho, engessada em práticas e ações técnicas que visam apenas acabar com a doença.
Objetivo: Entender as histórias de vida de mulheres autodeclaradas negras e pardas. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório com uma abordagem qualitativa em um presídio feminino no interior do estado de Sergipe, que conta com 234 mulheres com idade entre 18 e 80 anos. Foram realizados três encontros que abordaram dois temas: (1) como era sua vida antes de cometer o delito e (2) o significado dos encontros de Terapia Ocupacional. Os temas foram abordados mediante atividades expressivas como a pintura, desenho e escrita no papel para que as participantes do estudo pudessem expressar seus sentimentos, emoções e suas vivências. Resultados: Foi identificada através das atividades expressivas a relação entre gênero, classe social e etnia. As práticas de preconceito vivenciadas anteriormente ao aprisionamento e a estadia no sistema prisional causaram impactos na saúde mental das participantes. Conclusão: Os encontros com profissionais de Terapia Ocupacional promoveram a possibilidade de as participantes compreenderem seus sentimentos, resgatar suas subjetividades e ampliar o repertório ocupacional. Além de poder contribuir para adoção de práticas antirracistas e criar um espaço discussão e reflexão desse tema tão emergente.
Há tempos, muitas pesquisas vêm sendo realizadas trazendo a relação da espiritualidade e saúde. A Organização Mundial de Saúde desde o final dos anos 70 reconhece o bem-estar espiritual como uma dimensão importante para o equilíbrio do indivíduo, assim, pensar em saúde não é somente remeter a dados biológicos, físicos e mentais, mas a uma busca constante de bem-estar, qualidade de vida e equilíbrio em todos os aspectos da existência. Objetivo: analisar como a espiritualidade pode influenciar na saúde e aspectos emocionais de diferentes atores sociais com crenças e religiões diversas. Metodologia: A pesquisa caracteriza-se como um estudo qualitativo e descritivo, com a finalidade de conhecer e descrever a realidade de diferentes atores sociais com crenças e religiões diversas. Resultados: foi possível perceber que o perfil da amostra são maioria homens (77,8%), pardos e brancos com 33,3% cada, com ensino superior completo (50%), ativos no mercado de trabalho (66,7%), renda acima de um salário mínimo (72,2%), residentes em zona urbana (83,3%), da religião católica (44,4%), com nível de qualidade de vida regular (56,3%). Considerações finais: As narrativas apontam a espiritualidade como dispositivo pessoal importante para enfrentar as divergências do cotidiano, consequentemente os aspectos que envolvem a saúde. Sugere-se que novos estudos sejam lançados voltados à temática com ênfase no campo e atuação da Terapia Ocupacional.
É possível perceber que com as transformações da sociedade atual, como o individualismo exacerbado, o culto ao corpo e a imagem, as relações sociais são construídas e desconstruídas com facilidades, pois os vínculos são frágeis e superficiais. Entretanto, apesar de todas as modificações, o amor sobrevive intensamente nos entremeios dos lugares das responsabilidades sociais. Desta forma, a pesquisa caracteriza-se como um estudo qualitativo, quantitativo e descritivo, com o objetivo geral de compreender o significado de amor, para diferentes atores sociais, em contextos diversos. Os objetivos específicos são: identificar líderes de esferas sociais, comunitárias, empresariais e religiosas no território de pesquisa como atores sociais; identificar características mais comumente atribuídas e/ou associadas à palavra amor por diferentes atores sociais e comparar as possíveis semelhanças e diferenças dos significados de amor para os diferentes atores sociais. Os resultados da pesquisa mostraram que apesar dos significados de amor estarem relacionados com a experiência de vida de cada participante, todos concordaram que é um sentimento positivo, e para a maioria, o sentimento mais importante da vida, assim, pode-se pensar que pelo amor ser uma experiência única que permite que a subjetividade se faça presente, sua presença favoreceria uma descentralização da atenção voltada ao externo, e da exacerbação dos afetos e sentimentos negativos, construindo relações sociais mais sólidas e significativas, por isso, as discussões sobre o “amor” são de grande importância para o desenvolvimento de subsídios para propostas de incentivo em valores morais.
Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS). Este, por sua vez, oferta cuidados multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades Básicas de Saúde. Deste modo, o terapeuta ocupacional é um profissional que pode somar-se às equipes multiprofissionais que atuam na Atenção Primária de Saúde. Objetivo: Descrever, por meio da revisão Integrativa, a Atuação da Terapia Ocupacional na Atenção Primária em Saúde, com o intuito de entender a prática da terapia ocupacional nesse nível de atenção. Metodologia: Foram utilizadas as bases de dados LILACS, SCIELO e os três principais periódicos de Terapia Ocupacional com o foco nas publicações científicas dos anos de 2015 a 2021. Resultados: Foram encontrados 22 artigos, sendo que a maioria aborda estudos metodológicos qualitativos e descritivos com terapeutas ocupacionais inseridos na APS por meio de estágios e através do NASF-AB. Conclusão: O estudo apontou práticas diversas da terapia ocupacional na APS, com potencial significativo para desenvolver o trabalho em equipe neste nível de atenção à saúde. Assim, é de suma importância a luta por maior inserção desta categoria profissional em tal subsídio.
O câncer é uma doença invasiva e causadora de limitações na vida das pessoas e de seus familiares. É necessária uma assistência multiprofissional, onde a hospitalização faz parte desse processo, gerando uma experiência de ruptura na rotina, afastamento temporário de seu convívio familiar e social, intervenções invasivas, além de dor. O objetivo geral desta pesquisa foi compreender o uso dos contos de fadas como recurso terapêutico pelo terapeuta ocupacional, com crianças e adultos hospitalizados para tratamento oncológico. Objetivos específicos: identificar durante os encontros os significados que os contos de fadas produzem, expresso por meio de relatos e/ou atividade expressiva de pintura; comparar as diferenças e semelhanças nos significados trazidos pelas crianças e pelos adultos com relação aos contos de fadas e verificar possíveis mudanças no comportamento dos mesmos durante a realização da atividade. Esta pesquisa trata-se de um relato de experiência, dentro de um Hospital de Sergipe para tratamento oncológico, onde foram realizados três encontros, nos quais se utilizou dos contos de fadas e atividades expressivas. Pode-se perceber a contribuição de forma significativa do terapeuta ocupacional utilizando dos contos de fadas, destacando os sujeitos enfermos não apenas como pacientes passivos, mas seres ativos, reativos, que possuem esperanças e sonhos, além de uma história de vida que precisa ser considerada. A principal diferença entre crianças e adultos foi que as crianças trouxeram nos desenhos e falas os elementos da história que mais chamaram a sua atenção, já os adolescentes e adultos correlacionavam suas vidas com aquele conto.
A assistência psiquiátrica consistiu durante muitos anos em um tratamento baseado na atenção manicomial, esse contexto mudou com a Reforma Psiquiátrica. A partir desta, a lógica de tratamento passou a ser baseada nos serviços extra hospitalares, e o usuário passou a ser atendido dentro do seu contexto social, na comunidade. Nesse novo processo a família passa a ser o cuidador principal e a conviver com essa pessoa, que antes, era isolada nos manicômios. No entanto, esse cuidado pode acarretar em uma sobrecarga no ambiente familiar, necessitando assim, de acompanhamento e intervenção com esses cuidadores. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo investigar a sobrecarga de cuidadores de usuários com sofrimento psíquico e as consequências para suas vidas cotidianas. A metodologia utilizada foi um estudo descritivo qualitativo, analisando um questionário semiestruturado com questões abertas e fechadas, realizado com vinte e um cuidadores, por meio de plataforma digital. Como resultado, a pesquisa aponta para a importância de se promover políticas públicas de intervenção de cuidado ao cuidador, em diferentes níveis, proporcionando uma melhora na sua qualidade de vida e bem-estar, além de permitir uma maior segurança na realização dos cuidados prestados.
No Brasil existe um número crescente de mulheres encarceradas, sendo que 80% delas são mães. Diante deste contexto o trabalho tem como objetivo geral compreender as percepções das vivências e os significados da maternidade para as mulheres reclusas. Objetivos específicos: entender qual o significado de família para as mulheres aprisionadas; conhecer como era a relação da detenta com sua mãe; identificar como era a relação mãe e filho antes do cárcere e durante o aprisionamento; investigar a perspectiva de futuro pós cárcere sobre o papel ocupacional de mãe e descrever como foi a percepção das detentas nos encontros realizados pela terapia ocupacional. A metodologia consiste em um relato de experiência analisado de forma qualitativa, envolvendo encontros de terapia ocupacional com detentas da unidade prisional feminina do estado de Sergipe. A pesquisa revelou que a família é considerada essencial na vida dessas internas, principalmente suas mães, sendo que o papel vivenciado por elas de ser mãe é considerado pela maioria como a razão da existência, na qual seus filhos as impulsionam para a esperança e perspectiva de um futuro melhor. O sentimento mais vivenciado é de saudade e quando a criança a encontra nesse espaço vivenciam tristeza, com desejo de ofertar amor, carinho e cuidado, o que não é possível. Já, os encontros com a terapia ocupacional foi trazido como a possibilidade de expressarem seus sentimentos bons e ruins e aliviar as angustias que permeiam suas vidas nesse ambiente reduzido de empatia, afeto e compreensão.
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