INTRODUÇÃOO Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno que atinge cerca de 2,5% de indivíduos na população geral¹. A sintomatologia característica do TOC também se faz presente em outras situações, em especial nos demais Transtornos do espectro ObsessivoCompulsivo, como a Síndrome de Tourette (ST). Apesar da prevalência e dos altos custos anuais decorrentes dos transtornos citados, pouco se sabe acerca de sua etiologia. Aceita-se, atualmente, a ocorrência de herança multifatorial nos indivíduos portadores, ou seja, uma herança genética associada à resposta do indivíduo a estressores ambientais². Entretanto, ainda não foi identificada a carga genética específica para pacientes suscetíveis ao TOC e demais transtornos associados. Postula-se, portanto, a importância dos estressores ou fatores de risco para o desenvolvimento de tais patologias.Uma das mais recentes teorias, envolvendo fatores de risco associados ao TOC, correlaciona a ocorrência de infecção estreptocócica precedendo quadro, por vezes transitório, de TOC e Transtornos de Tique (como ST) em crianças. Mesmo em se tratando de uma constatação recente, aplicável apenas a um quadro específico³ (sintomas subitamente estabelecidos ou exacerbação dramática de sintomatologia pré-existente), a "hipótese imunológica" pode representar um avanço no entendimento da fisiopatologia do TOC, bem como no seu tratamento.Partindo do modelo já conhecido da Coréia de Sydenham pós-febre reumática, assim como do quadro clínico, das alterações imunes e de neuroimagem observadas no TOC, foi proposto um subgrupo de TOC em crianças denominado PANDAS (pediatric autoimmune neuropsychiatric disorders associated with streptococal infections). Tal entidade não apenas define um fator de risco específico (infecção primária por estreptococo B-hemolítico do grupo A) como também promove a discussão sobre diagnósti-co diferencial e tratamento -uma vez se tratan-
Estudos de Psicologia I Campinas I 31(2) I 237-246 I abril -junho 2014
AbstractCurrently, and throughout the history of mental healthcare, the literature highlights that there is no agreement on the use of the terms "antisocial personality disorder" and "psychopathic personality". This paper aims to promote a debate over these concepts and their evaluation for both adults and adolescents. With this aim, a systematic review was conducted in the MedLine data base between 1968 and March 2011 using the terms "adolescent", "antisocial personality disorder", and "personality assessment". From the 59 identified articles 29 were selected to further analysis. The discussion of these terms was confirmed, as well as the importance of assessing psychopathic traits during adolescence. An initial tendency to disregard the term psychopathy and its affective implications was evidenced. However, the latest psychological instruments return to the discussion regarding the use of this diagnosis and its implications.Keywords: Adolescent; Antisocial personality disorder; Psychopathy.
ResumoAtualmente e durante a história da saúde mental, encontram-se, na literatura, diferentes posicionamentos a respeito dos termos "transtorno de personalidade antissocial" e "personalidade psicopática". Este artigo tem como objetivo debater esses conceitos em relação a sua avaliação tanto na vida adulta como na adolescência. Para tal, foi realizada uma revisão sistemática na base de dados MedLine, de 1968MedLine, de a março de 2011
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