O presente artigo apresenta valores normativos brasileiros para o International Affective Picture System (IAPS), um conjunto de estímulos com potencial de eliciar emoções amplamente utilizado na investigação experimental. Também são apresentados aqui os resultados da comparação entre as respostas de homens e mulheres brasileiros. Um total de 1062 universitários brasileiros (364 homens e 698 mulheres) foram incluídos e avaliaram as 707 fotografias do IAPS nas dimensões prazer, alerta e dominância, utilizando o mesmo procedimento do estudo normativo original realizado por Lang et al. nos Estados Unidos, em 1999.
rEsumo objetivo: Este trabalho apresenta as normas brasileiras de 240 novos estímulos do International Affective Picture System (IAPS), instrumento de imagens afetivas amplamente utilizado em pesquisas, e estabelece comparações com os valores da normatização americana. mé-todos: Participaram voluntariamente 448 estudantes universitários brasileiros (269 mulheres e 179 homens), com idade média de 24,2 anos (DP = 7,8), que avaliaram as fotografias do IAPS pelas dimensões prazer, alerta e dominância por intermédio das escalas do Self Assessment Manikin (SAM). Os dados foram comparados entre as populações por correlações lineares de Pearson e testes t de Student. resultados: As correlações foram altamente significativas para todas as dimensões, porém as médias de alerta dos brasileiros foram mais elevadas do que as dos norte-americanos. Conclusão: Os resultados mostram estabilidade com a primeira parte da normatização brasileira e boa consistência com os valores da normatização norte-americana, a despeito de pequenas diferenças concernentes à interpretação da dimensão alerta. Fica demonstrado que o IAPS é instrumento confiável para estudos experimentais na população brasileira. Palavras-chave Emoções manifestas, comparação transcultural, percepção visual, técnicas projetivas/normas
ResumoObjetivo: Avaliar a presença de sintomas psicopatológicos em mulheres vítimas de violência doméstica (VD) que procuraram uma delegacia de defesa da mulher. Métodos: Foram avaliadas mulheres com idade entre 20 e 50 anos que deram entrada em uma delegacia da mulher com queixa de VD. Durante a entrevista, todas foram submetidas ao Relatório de Indicadores Sociais e preencheram os seguintes instrumentos de autoaplicação: Inventário de Depressão de Beck, Inventário de Ansiedade de Beck, Post-Traumatic Stress Disorder Checklist -Civilian Version e o Questionário de Experiências Dissociativas Peritraumáticas (todos em língua portuguesa). Foram usadas notas de corte a partir dos estudos de validação desses instrumentos para categorizar indivíduos com alta probabilidade de apresentar transtorno depressivo maior, transtorno de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, ou alta/baixa dissociação peritraumática. Resultados: Foram avaliadas 17 mulheres com idade média de 34,7±7,7 anos. O tempo médio de duração da violência foi de 9,1±8,7 anos. Do total de mulheres, 53% eram vítimas de agressão excessiva e 84% eram ameaçadas de morte pelo companheiro; em 71% dos casos, os companheiros eram usuários de drogas. Além disso, 53% das mulheres afi rmaram ter sofrido VD na infância. Do total da amostra, 89% tiveram grande probabilidade de apresentar transtorno depressivo maior, 94% transtorno de ansiedade, 76% transtorno de estresse pós-traumático e 88% apresentaram elevados níveis de experiências dissociativas peritraumáticas. Conclusão: As vítimas de VD que dão entrada em delegacias de defesa da mulher têm alta probabilidade de apresentar morbidade psiquiátrica, assim como alterações cognitivas que as impossibilitam de sair do ciclo da violência. Descritores: Mulheres maltratadas, transtornos dissociativos, transtornos de estresse pós-traumáticos, violência doméstica. AbstractObjective: To assess the presence of psychopathological symptoms in women victims of domestic violence who seek help at police units offering women's protective services. Methods: Women aged between 20 and 50 years who sought help at women's protective services complaining of domestic violence were assessed. During the interview, all participants were submitted to assessment using a Social Indicator Report and fi lled in the following self-report instruments: Beck Depression Inventory, Beck Anxiety Inventory, Post-Traumatic Stress Disorder Checklist -Civilian Version, and the Peritraumatic Dissociative Experiences Questionnaire (all in Brazilian Portuguese). Cut-off points were established based on instrument validation studies and were used to identify subjects with a high probability of having major depressive disorder, anxiety disorder, post-traumatic stress disorder, or high/low peritraumatic dissociation. Results: Seventeen women with a mean age of 34.7±7.7 years were assessed. Average duration of exposure to domestic violence was 9.1±8.7 years. Of the total sample, 53% were exposed to excessive violence and 84% received death threats from t...
ResumoIntrodução: A literatura científica indica a possibilidade de a percepção da emoção e a formação da memória emocional serem discordantes entre jovens e idosos. A mesma é pobre ao explorar essa possibilidade. Neste estudo, relatamos os resultados obtidos em um experimentopiloto com uma amostra de idosos brasileiros, que classificaram subjetivamente, através da escala Self Assessment Manikin, imagens oriundas do International Affective Picture System. Método: Quarenta e oito idosos voluntários da Universidade Aberta da Terceira Idade, saudáveis clínica e cognitivamente, avaliaram o caráter alertante e a valência afetiva de 71 imagens do International Affective Picture System, aleatoriamente escolhidas. Resultados: O grau de alerta reportado por idosos diante de um estímulo emocional é tanto maior quanto menor o prazer provocado por essa imagem-estímulo, resultando na existência de uma forte correlação negativa (r = 0,93) entre o grau de alerta e o estímulo desprazeroso. Em uma comparação do acima obtido com outro experimento normativo semelhante feito com jovens brasileiros e americanos, apontou-se para uma possível diferença cultural na forma de relatar subjetivamente um estímulo emocional. Conclusões: Os resultados obtidos com esta amostra estudada sugerem que pode existir uma diferença nos relatos afetivos entre os jovens e idosos, onde uma normatização do International Affective Picture System para uma amostra maior, representativa da população de idosos, seria útil para responder esta questão. Descritores: International Affective Picture System, Self Assessment Manikin, idosos, Brasil. AbstractIntroduction: The scientific literature points to a possible bias in the form perception and emotional memory are constructed when elderly and young individuals are compared. However, this possibility is underexplored. This paper presents the results obtained from a pilot study based on an elderly emotional subjective report after evaluation using the International Affective Picture System images and Self Assessment Manikin scale scores. Method: Forty-eight clinically and cognitively capable elderly volunteer subjects from the Third Age Open University evaluated 71 randomly chosen images of the International Affective Picture System in terms of arousal and affective valence. Results: For the elderly, the greater the arousal, the smaller the pleasure resulting in a strong negative correlation (r = 0.93) observed between arousal and negative valence. A comparison with another similar normative experiment performed in young Brazilian and American individuals showed a possible cultural difference in subjective reports of emotional stimuli. Conclusions: This investigation indicates that there may be a difference between elderly and young individuals when affective reports of arousal are studied. A normalization of the International Affective Picture System for the elderly in a larger sample, representative of the population, might be useful to address this issue.
ResumoEste trabalho expande a normatização brasileira do International Affective Picture System (IAPS), um instrumento de imagens afetivas, amplamente utilizado em pesquisas, com valores normativos para 240 novos estímulos, e confirma as categorias de imagens "agradáveis", "neutras" e "desagradáveis". Também são apresentados os resultados comparando os padrões de respostas de homens e mulheres. No total, participaram 448 estudantes universitários brasileiros (179 homens e 269 mulheres), que avaliaram as fotografias em termos de prazer, alerta e dominância, através da escala Self Assessment Manikin (SAM). O procedimento adotado foi o mesmo de outro estudo já desenvolvido para as normas norte-americanas. Descritores: IAPS, emoção, diferenças sexuais, prazer, alerta. AbstractThis study includes the standardization of 240 new stimuli in the Brazilian norms for the International Affective Picture System (IAPS), an instrument of affective images widely used in research, and confirms the validity of the categories of "pleasant," "neutral" and "unpleasant" pictures. A comparison was performed of the scores of affective ratings between the male and female samples of university students (179 males, and 269 females), who assessed the affective content of photographs in terms of valence, arousal and dominance using the Self Assessment Manikin (SAM) scale. The methods were the same used in a study conducted for the American norms. Keywords: IAPS, emotion, sex differences, valence, arousal. IntroduçãoO International Affective Picture System (IAPS) 1 é um instrumento de imagens afetivas que abordam diferentes eventos da vida e valores veiculados pela mídia presentes na cultura geral de muitos países (como família, esporte, sexualidade, violência, saúde, etc.). Por ser um instrumento eficiente na indução de diferentes estados emocionais e permitir grande nível de controle dos parâmetros de exposição e mensuração em contextos experimentais, o IAPS tem sido amplamente utilizado em pesquisas na área da cognição, do afeto, do comportamento, das atitudes sociais, da psicofisiologia, entre outras, tanto para estudar pacientes com distúrbios neuropsiquiátricos quanto populações saudáveis.Estudos têm demonstrado que os principais fatores implicados na experiência emocional são o prazer e o Rev Psiquiatr RS. 2008;30(3):230-235
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