RESUMOEste trabalho apresenta os avanços teórico-metodológicos do projeto "Habitantes do Arroio". Investigam--se as situações de conflito e interdependência entre grupos sociais diversos, instituições e técnicos da área ambiental envolvidos cotidianamente com os usos das águas do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, RS, Brasil. A pesquisa se vale da produção e da exibição de documentários e narrativas visuais sobre as condições ambientais dos recursos hídricos, a diversidade sociocultural de representações simbóli-cas, ethos e visão de mundo das populações que habitam a bacia do Arroio Dilúvio. Das nascentes na encosta de morros, passando pela Avenida Ipiranga e chegando ao Lago Guaíba, encontramos muitas das contradições e desafios contemporâneos dos usos e cuidados com a água na cidade. A memória da transformação da paisagem com a canalização do Arroio Dilúvio revela muitas inter-relações entre as realidades socioambientais de bairros nobres, vilas e favelas, zonas comerciais e operárias, que podem ser evocadas em imagens de um ambiente urbano que se percebe pelo conflito, pelo contraste.Palavras-chave: águas urbanas; risco; memória ambiental. ABSTRACTThis work discusses the theoretical and methodological advances of the project "Habitantes do Arroio". This research investigates conflict and interdependence situations between different social groups, institutions and technicians using the waters of Arroio Dilúvio in Porto Alegre, Brazil. The research uses documentary films about the environmental conditions of the basin, the socio-cultural diversity, ethos and world vision of its inhabitants. From the sources in the slope of the hills, passing by Ipiranga Avenue until the Guaíba Lake, we found many of the contradictions and contemporary challenges about the usage of and care for the water in the city. The memory of the transformation of the landscape of
Em meio a uma situação de conflito de uso de terras e águas na cidade, busca-se compreender os itinerários urbanos presentes nas trajetórias sociais e na memória coletiva de moradores da cidade de Porto Alegre. Investiga-se a relação entre seus sentimentos de enraizamento em seus territórios e o reconhecimento de sua pertença a esferas sociais mais amplas, como a Região Metropolitana e a Região Hidrográfica.
O artigo desenvolve uma abordagem audiovisual para o estudo dos saberes, fazeres e interações envolvidos na prática da vigia de cardumes durante a temporada de pesca da tainha com rede de cerco, em Florianópolis. Através de fotos panorâmicas, narrativas em vídeo e montagens em hipermídia, provocamos o leitor/espectador a “ver peixe”, ampliando suas habilidades perceptuais na compreensão da formação da paisagem litorânea entre coletivos de pesca.
Resumo Descrevemos e analisamos aqui a técnica de marcação por terra, amplamente praticada por jangadeiros e demais pescadores na região Nordeste do Brasil para a localização de pesqueiros à luz do dia e mantendo a costa à vista. Baseada na perspectiva embarcada do jangadeiro e no movimento relativo de marcos terrestres no ambiente, tal técnica difere em vários aspectos de pressupostos e procedimentos da náutica ocidental moderna. Para tanto, valemo-nos dos debates entre o paradigma dos “mapas mentais” e a abordagem ecológica, destacando as contribuições da teoria funcional da navegação proposta por Alfred Gell, a teoria do “descobrir caminho” de James Gibson e Tim Ingold, entre outros, além da teoria computacional da navegação formulada por Edwin Hutchins.
Este número de Iluminuras segue os passos do artigo de Cornelia Eckert e Ana Luiza Carvalho da Rocha "Premissas para o estudo da memória coletiva no mundo urbano contemporâneo sob a ótica dos itinerários de grupos urbanos e suas formas de sociabilidade". As autoras apresentam algumas premissas teóricas e metodológicas para o estudo da memória coletiva no mundo urbano como resultado da ação recíproca de indivíduos e de grupos, destacando a importância das formas específicas dos arranjos da vida social que aí se processam, segundo a complexidade dos gestos acumulados de seus habitantes, aprofundando o processo de territorialização/desterritorialização de identidades sociais na cidade.
Este trabalho apresenta os avanços teórico-metodológicos do projeto "Habitantes do Arroio". Investigam-se as situações de conflito e interdependência entre grupos sociais diversos, instituições e técnicos da área ambiental envolvidos cotidianamente com os usos das águas do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, RS, Brasil. A pesquisa se vale da produção e da exibição de documentários e narrativas visuais sobre as condições ambientais dos recursos hídricos, a diversidade sociocultural de representações simbólicas, ethos e visão de mundo das populações que habitam a bacia do Arroio Dilúvio. Das nascentes na encosta de morros, passando pela Avenida Ipiranga e chegando ao Lago Guaíba, encontramos muitas das contradições e desafios contemporâneos dos usos e cuidados com a água na cidade. A memória da transformação da paisagem com a canalização do Arroio Dilúvio revela muitas inter-relações entre as realidades socioambientais de bairros nobres, vilas e favelas, zonas comerciais e operárias, que podem ser evocadas em imagens de um ambiente urbano que se percebe pelo conflito, pelo contraste.
A intenção que move este artigo é de apresentar o vídeo-pesquisa A cidade e suas ruínas como um espaço de provocação” para se discutir as poéticas visuais que sustentam uma narrativa etnográfica sobre os significados dos gestos e atos de destruição da paisagem urbana no quotidiano dos habitantes da cidade.O trabalho aqui apresentado se constitui numa tentativa de reunir as imagens captadas de sobrados antigos abandonados, os depoimentos de personagens sociais que habitam alguns destes casarios e as leituras da obra de Bachelard (1989) que compõem o Projeto Estudo antropológico de itinerários urbanos, memória coletiva e patrimônio etnológico no mundo contemporâneo1 num vídeo-documentário cujo principal objetivo é trazer à reflexão os modos de composição de narrativas audiovisuais sobre memória no campo das produções da Antropologia Visual.Segundo Simmel (1934), se as ruínas abandonadas revelam uma “passividade positiva”, “porque o homem se faz cúmplice da natureza, “permitindo a destruição” e “adotando uma maneira de agir que é oposta a sua verdadeira essência”, as ruínas habitadas “tomam o aspecto problemático, inquieto, muitas vezes insuportável, de lugares onde a vida se retirou e que, sem dúvida, entretanto, aparecem como recintos e arcos de uma vida”.É, assim, nas fronteiras entre a alma que aspira uma transcendência”e o pensamento que se dirige à captura do mundo que os jogos da memórias se configuram. Obra humana, as ruínas de uma cidade e os seus moradores ocasionais, verdadeiros guardiães da memória de tais lugares, como no caso de Andriana Bohrer Maciel.Enquanto parte integrante dos registros documentais recolhidos ao longo da pesquisa, em particular no corpo do sub-projeto “Banco de Imagens e efeitos visuais: coleções etnográficas, patrimônio etnológico e itinerários urbanos” , com a coordenação de Ana Luiza Carvalho da Rocha, a obra gerada reflete sobre as metamorfoses da intriga gerada pela figura de Kronos devorador no como parte da operação configurante das narrativas contemporâneas sobre a Crise no mundo rbano-industrial. Da mesma forma, pertence ao campo de reflexão da obra produzida uma necessidade de ser refletir sobre a tradição literária do Ocidente2 que impregna a narrativa etnográfica em Antropologia, em particular, no caso da Antropologia Visual, mesclada das influências do romance e do cinema.
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