OBJETIVO: analisar a inserção da disciplina de Libras em cursos nacionais de graduação em Fonoaudiologia, enfocando carga horária, período em que é ofertada, a natureza/estrutura da mesma; bem como, a avaliação de graduandos quanto à contribuição de tal disciplina na sua formação acadêmica e nas relações estabelecidas com sujeitos surdos. MÉTODO: foi aplicado um questionário a 240 acadêmicos de sete cursos de graduação em Fonoaudiologia, ofertados em Instituições de Ensino nacionais. Para tanto, adotou-se como critério de inclusão, acadêmicos que já tivessem cumprido a carga horária total da disciplina de Libras. O questionário foi respondido por escrito nas dependências dos cursos. Os resultados, analisados quantitativamente, foram organizados e apresentados em tabelas de frequências absolutas e relativas. RESULTADOS: os achados demonstram que se por um lado dentre os acadêmicos predomina a visão de que a carga horária destinada à referida disciplina é insuficiente, por outro existe uma conscientização por parte dos mesmos quanto à importância e à necessidade da formação em Libras. CONCLUSÃO: a partir de tal estudo pode-se evidenciar a necessidade do aprofundamento de discussões no contexto fonoaudiológico acerca da formação acadêmica voltada a Libras, bem como a definição de critérios e parâmetros que garantam um ensino de qualidade em torno de tal conteúdo. Esse estudo aponta para a necessidade do implemento de pesquisas que ofereçam elementos para o avanço na formação acadêmica fonoaudiológica voltada ao referido conteúdo, bem como, contribuam para a avanço de práticas fonoaudiológicas bilíngues, clínicas e educacionais, dirigidas a sujeitos surdos.
Para que sujeitos surdos estabeleçam relações entre a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa, o uso de recursos de retextualização pode ser uma ferramenta capaz de levar tais sujeitos a produzirem gêneros textuais escritos de acordo com convenções ortográficas e gramaticais do português. Nesta perspectiva, o objetivo deste trabalho é discutir o processo de retextualização usado como prática nas terapias fonoaudiológicas em grupo como um meio desses sujeitos se apropriarem da língua portuguesa em sua modalidade escrita. Participaram da pesquisa 8 surdos que fazem uso de Libras e da língua portuguesa em sua modalidade escrita. Inicialmente, os sujeitos produziam textos em língua de sinais que, depois de comentados e discutidos, em sessões em grupo, contando com a presença de uma fonoaudióloga, além de outros profissionais, eram retextualizados por meio da escrita. Após a retextualização, os sujeitos surdos foram convocados a reler o texto e, caso julgassem necessário, a modificá-lo. Na sequência, eles reliam os textos em conjunto com os profissionais e o retextualizavam em uma versão final escrita. Nos textos analisados, as operações de reestruturações sintáticas, de reconstruções textuais em função da norma da língua, bem como as de tratamento estilístico com seleção de novas estruturas sintáticas e opções lexicais foram as mais usadas nos processos de retextualização. A partir dos processos de retextualização, os surdos passaram a refletir sobre a escrita e sua função social, assumindo essa modalidade da linguagem com mais disposição e autoconfiança.
Discussões e questionamentos comprometidos com a democratização do ensino superior têm ocupado importante espaço nos debates educacionais, tanto para garantir o ingresso de pessoas em tal nível de ensino, quanto à melhoria da qualidade do mesmo. Objetivo: descrever e analisar as diretrizes e ações que direcionam o Programa Incluir e a Comissão de Educação Inclusiva de uma universidade privada de Curitiba, bem como a visão de alunos com deficiência acerca de sua experiência acadêmica, no tocante à infraestrutura, às relações interpessoais e aos aspectos pedagógicos pertinentes à sua formação. Método: estudo de caso do tipo qualitativo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a presidente da Comissão e 5 graduandos que se autodenominam deficientes. A análise dos dados baseou-se na análise de conteúdo. Os enunciados produzidos pelos participantes foram analisados a partir dos seguintes eixos temáticos: comissão de Educação Inclusiva; relações interpessoais e experiências pedagógicas e a visão dos alunos sobre mudanças necessárias. Resultado: Embora os estudantes possuam uma visão positiva sobre as atividades desenvolvidas pela comissão, fica evidenciado que a mesma tem uma ação restrita no que tange aos aspectos relacionais e pedagógicos da vivência acadêmica dos alunos. Conclusão: No que se refere à Comissão Inclusiva da universidade e ao Programa Incluir, ambos possuem objetivos focados no trabalho para questões funcionais de acessibilidade. Quanto aos aspectos pedagógicos e relacionais, seu alcance apresenta-se frágil. Sugere-se o implemento de estudos que analisem os aspectos singulares das pessoas com deficiência e os determinantes sociais e históricos que perpassam o sistema educacional brasileiro.
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