Resumo Introdução A saúde no trabalho docente apresenta-se como um tema relevante. Verifica-se o crescimento do adoecimento docente no trabalho, mas poucas ações são desenvolvidas em relação às legislações e políticas específicas que privilegiam a saúde do professor, apesar do elevado número de estudos ressaltando agravos à saúde docente. Métodos O objetivo do estudo foi analisar publicações da Biblioteca Virtual de Saúde em Psicologia (BVS-Psi) dos últimos 14 anos (2003-2016) relacionadas à saúde no trabalho docente. Utilizaram-se os seguintes descritores: saúde professor, saúde docente, sofrimento professor, sofrimento docente, prazer professor, prazer docente, trabalho professor, trabalho docente, subjetividade professor, subjetividade docente, resultando em 69 artigos analisados. Resultados Houve predomínio de publicações nas áreas de fonoaudiologia e psicologia, sendo a maior parte das pesquisas qualitativas. Os estudos evidenciaram o adoecimento docente na atualidade, apontando a necessidade de desenvolvimento de ações referentes à reorganização do trabalho docente e promoção de saúde do professor. Conclusão Constatou-se a importância de privilegiar a multideterminação do processo de saúde-doença no trabalho docente, as compreensões interdisciplinares sobre o tema e a articulação entre as pesquisas e a realidade de trabalho dos professores para que se possa desenvolver metodologias e políticas públicas voltadas ao aprimoramento da saúde docente.
Resumo O presente estudo teve como objetivo analisar evidências de validade de uma versão brasileira da Fear of COVID-19 Scale (FCV-19S), com base em indicadores concernentes: (1) à estrutura interna; (2) à consistência interna; (3) à relação com variáveis externas; e (4) ao conteúdo. Procedeu-se a adaptação cultural do instrumento, com foco em aspectos semânticos e linguísticos próprios do Brasil. A seguir, esta versão brasileira da FCV-19S foi aplicada, em um ambiente virtual, em 211 participantes (72,98% do sexo feminino), com idade média de 37,07 anos (DP=13,03), juntamente com o Questionário de Autopercepção de Saúde Mental em Pandemia e o Questionário Sociodemográfico e Funcional. A análise fatorial confirmatória atestou unidimensionalidade. Os índices de consistência interna obtidos (alfa de Cronbach =0,921; ômega de McDonald =0,926) podem ser considerados elevados. Constatou-se correlação estatisticamente significativa entre medo e pensamento obsessivo, ansiedade generalizada, estresse generalizado, comportamento fóbico-evitativo e vivência de luto pela pandemia. As evidências de validade relativas ao conteúdo, oriundas de uma abordagem qualitativa, foram satisfatórias. Conclui-se que esta versão brasileira da FCV-19S mostrou-se adequada quanto às evidências de validade contempladas.
Resumo O estudo da temática do suicídio no trabalho é relevante devido ao impacto desse fenômeno na realidade dos indivíduos e das organizações. No entanto, ainda que existam múltiplas pesquisas sobre o assunto, inexiste estudos nacionais propondo uma revisão de literatura. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão sobre o tema por meio dos estudos produzidos na literatura nacional. Foram analisados na íntegra 17 trabalhos publicados entre 1998 e 2017, os quais foram resgatados por meio dos descritores "suicídio" e "trabalho" na base de dados BVS Psi. Os resultados demonstraram a predominância de estudos qualitativos e teóricos, a inexistência de uma agenda de produção que propicie à área a proposição de práticas organizacionais, políticas públicas e legislações sobre o tema. Portanto, demanda-se o desenvolvimento de estudos mais amplos, empíricos e longitudinais nos diferentes níveis relacionados ao fenômeno: individual, organizacional e societal.
Resumo A humanização é um importante arcabouço teórico-prático para a transformação social das organizações e gestão de pessoas, pois promove políticas e práticas inclusivas e de desenvolvimento para trabalhadores, gestores e instituições. Enfatizando essa compreensão, este ensaio abarcou concepções críticas dos fenômenos organizacionais para contribuir na análise de práticas de gestão humanizadas em organizações sociais. O campo teórico-prático das práticas de gestão e organização do trabalho foi analisado, destacando a ineficácia do positivismo instrumental, práticas administrativas de recursos humanos e dataísmo. Também foram transpostos aos contextos de trabalho, elaborações contemporâneas sobre práticas organizativas, dialógica, prática político-pedagógica, libertação versus dominação e análise de implicação. Destacamos essas contribuições como formulações iniciais para proporcionar condições organizacionais e de gestão do trabalho humanizadas. Essas elaborações também podem ser úteis para visualizar práticas negativas e dar maior visibilidade a ações e práticas que possibilitem aos sujeitos, às organizações e à própria sociedade condições de 'ser mais'.
O estudo das características pessoais dos empreendedores possui longa data e ampla influência interdisciplinar. Pela diversidade de contribuições, identifica-se na literatura confusão e sobreposição conceitual. Nesse sentido, o objetivo geral do estudo foi clarificar os conceitos relativos às características pessoais dos empreendedores presentes na literatura recente. Para tanto, analisaram-se seis construtos com recorrência na literatura em língua portuguesa e inglesa empregados em artigos resgatados por meio do Portal de Periódicos da CAPES publicados entre os anos de 2010 e 2015. Os resultados confirmaram as dificuldades teórico-conceituais existentes na literatura, especificamente em relação aos construtos competências empreendedoras, perfil empreendedor, personalidade empreendedora, potencial empreendedor e performance empreendedora, sendo claramente distinguível dos demais apenas o conceito de atitude empreendedora. Com isso, sugerem-se estudos futuros abrangendo outros conceitos sobre o fenômeno, a fim de aprimorar a estruturação do corpo de conhecimento sobre as características pessoais dos empreendedores.
Resumo As práticas de violência permeiam diferentes contextos sociais, perpassando inclusive os espaços laborais. Nesse sentido, é fundamental promover o trabalho inclusivo, pois as práticas de dominação no trabalho relegam à marginalização diferentes atores sociais, incluindo mulheres e LGBTQs, ocasionando prejuízo à saúde psicossocial desses grupos. Com o intuito de contribuir nesse aspecto, propôs-se uma revisão crítica das produções sobre práticas de violência e dominação no contexto de trabalho voltado à população feminina e LGBTQs, a fim de identificar os desafios na proposição de trabalho inclusivo no Brasil. Foram empregados os descritores “trabalho” e “preconceito” ou “discriminação” em uma varredura da literatura entre 1995 e 2017 na base de dados Scielo, a qual permitiu a identificação de 54 estudos inclusos na presente revisão. Os resultados apontados pelos estudos revisados constataram violência com mulheres e LGBTQs nos diversos contextos laborais, praticada por chefes, colegas, clientes, entre outros sujeitos. Assim, apresenta-se como desafio para a proposição do trabalho inclusivo a implementação de intervenções educativas e assistenciais, respaldadas por legislações e políticas públicas que promovam o respeito e a equidade ao diverso como tônica nas organizações sociais e nos contextos de trabalho brasileiros.
Resumo Os hospitais de custódia brasileiros são marcados por uma lógica de exclusão e segregação social. Indivíduos considerados inimputáveis ou semi-imputáveis são destinados a esses espaços com o intuito de cumprir medidas de segurança, mas não recebem os devidos cuidados em saúde mental, o que impossibilita a completa reintegração social e sentencia o indivíduo à marginalização. Nesse contexto, o objetivo deste ensaio foi propor princípios para definir uma Política Territorial de Reabilitação Psicossocial como alternativa aos manicômios judiciários brasileiros. Para tanto, analisou-se a formação da política territorial em saúde mental como proposta eficaz para assistência em saúde no contexto brasileiro, tecendo críticas ao modelo vigente para acompanhamento de medidas de segurança. Também se evidenciaram as contradições relativas ao processo de diagnóstico e acompanhamento em saúde mental na proposta não territorial. Assim, estabelecidos os pontos críticos do modelo excludente vigente, propôs-se uma política alternativa, cuja fundamentação territorial insere o cumprimento das medidas de segurança no contexto das políticas públicas de assistência social e saúde mental, tendo como finalidade a reabilitação integral do sujeito, tal como preconizado pela Lei nº 10.216/2001.
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