This article analyzes the conservative narratives underlying current changes in Brazilian rural development public policies. It first presents an overview of the recognition and institutionalization of family farming and the main policies created in support of this segment. Subsequently, it discusses how a conservative narrative started to question the ability of these policies to integrate family farmers into modern agricultural markets. Focusing on how this narrative tries to legitimate a new "referential" for public action, the article analyzes the discourse on newly occurring segregation between agricultural policies for productive farmers and social policies for unproductive ones. It demonstrates how this discourse excludes family farmers from the social pact that prevailed over the past three decades and depended on the state as an actor to mediate the contradictions in the unstable coexistence of agribusiness and family-farming logics. Finally, it analyzes how rural social movements are reacting to this process.Este artigo analisa as narrativas conservadoras que sustentam as atuais mudanças nas políticas públicas de desenvolvimento rural no Brasil. Em primeiro lugar, analisa o processo de reconhecimento e institucionalização da agricultura familiar e das principais políticas criadas para este segmento. Em seguida, discute como uma narrativa conservadora começou a questionar a capacidade destas políticas de integrar os agricultores familiares aos modernos mercados agrícolas. Discutindo como esta narrativa busca legitimar um novo referencial de ação pública, o artigo crítica uma nova segregação entre políticas agrícolas para os agricultores "produtivos" e políticas sociais para os "improdutivos". Os resultados demonstram como este discurso exclui os agricultores familiares do pacto social que prevaleceu nas últimas três décadas e que dependeu do Estado como ator para mediar as contradições da coexistência instável entre a lógica do agronegócio e da agricultura familiar. Por fim, discute como os movimentos sociais rurais reagem a esse processo.
Este artigo analisa a construção de políticas públicas para a agroecologia no Brasil focalizando: (a) o contexto econômico, político e institucional e os processos de organização social que possibilitaram a emergência dessa agenda pública; (b) a constituição de redes de promoção da agroecologia e sua capacidade de influenciar a ação pública; (c) a incorporação do enfoque agroecológico nas políticas públicas considerando a coexistência de distintas concepções de agroecologia. Os resultados são provenientes de uma pesquisa interinstitucional que envolveu diversos pesquisadores e organizações vinculadas à Rede Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural na América Latina (PP-AL). Os mesmos apontam que a construção de políticas a favor da agroecologia ganhou espaço a partir de 2002, quando a eleição do presidente Lula levou para dentro da estrutura do Estado atores com interface direta com movimentos sociais e sindicais. Na ampla coalizão política que se formou no novo governo e, sobretudo, no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), predominaram movimentos agrários com suas tradicionais pautas em torno do crédito rural e da reforma agrária. No entanto, eles passaram a conviver com um movimento agroecológico cada vez mais expressivo e organizado, o que levou à incorporação gradual de referenciais socioambientais nas políticas agrícolas diferenciadas. Além disso, esta convergência foi potencializada pela agenda da segurança alimentar e nutricional, a qual cumpriu um papel decisivo na disseminação da agroecologia como referencial de política pública.
Con Perspective, el CIRAD propone un espacio de expresión a nuevas vías de reflexión y acción basadas en trabajos de investigación y en conocimientos especializados, sin que ello refleje una posición institucional.
L’article traite des modalités du démantèlement récent des politiques publiques rurales et environnementales avec un recul de quelques années, en mobilisant l’examen de plusieurs volets : le foncier, l’agriculture familiale, le développement territorial rural, l’agroécologie et l’environnement. L’analyse porte sur les trois derniers gouvernements (Rousseff, Temer et Bolsonaro), à partir de l’approche du démantèlement de politiques publiques de Bauer et al. (Bauer MW, Jordan A, Green-Pedersen C, Heritier A. 2013. Dismantling public policy: preferences, strategies and effects. Oxford: Oxford University Press. DOI: 10.1093/acprof:oso/9780199656646.001.0001). La méthode associe l’analyse documentaire des textes officiels, les statistiques portant sur les budgets et des entretiens auprès de décideurs et gestionnaires de ces politiques conduits dans le cadre de recherches initiées depuis 2012. Les transformations observées suggèrent l’intégration de différentes stratégies de démantèlement des politiques publiques, surtout depuis 2019. Moins utilisés durant les gouvernements Rousseff et Temer, ces mécanismes sont particulièrement mis en œuvre dans le cadre conservateur et belligérant du gouvernement Bolsonaro, dont la base politique répond positivement à la destruction des dispositifs de régulation de l’État.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.