This article analyzes the conservative narratives underlying current changes in Brazilian rural development public policies. It first presents an overview of the recognition and institutionalization of family farming and the main policies created in support of this segment. Subsequently, it discusses how a conservative narrative started to question the ability of these policies to integrate family farmers into modern agricultural markets. Focusing on how this narrative tries to legitimate a new "referential" for public action, the article analyzes the discourse on newly occurring segregation between agricultural policies for productive farmers and social policies for unproductive ones. It demonstrates how this discourse excludes family farmers from the social pact that prevailed over the past three decades and depended on the state as an actor to mediate the contradictions in the unstable coexistence of agribusiness and family-farming logics. Finally, it analyzes how rural social movements are reacting to this process.Este artigo analisa as narrativas conservadoras que sustentam as atuais mudanças nas políticas públicas de desenvolvimento rural no Brasil. Em primeiro lugar, analisa o processo de reconhecimento e institucionalização da agricultura familiar e das principais políticas criadas para este segmento. Em seguida, discute como uma narrativa conservadora começou a questionar a capacidade destas políticas de integrar os agricultores familiares aos modernos mercados agrícolas. Discutindo como esta narrativa busca legitimar um novo referencial de ação pública, o artigo crítica uma nova segregação entre políticas agrícolas para os agricultores "produtivos" e políticas sociais para os "improdutivos". Os resultados demonstram como este discurso exclui os agricultores familiares do pacto social que prevaleceu nas últimas três décadas e que dependeu do Estado como ator para mediar as contradições da coexistência instável entre a lógica do agronegócio e da agricultura familiar. Por fim, discute como os movimentos sociais rurais reagem a esse processo.
A questão ambiental e os conflitos ambientais são centrais nas sociedades contemporâneas, têm dado base para a emergência de novos movimentos sociais com contorno ecológicos (Touraine, 2007;Castells, 2002), ao mesmo tempo em que têm fomentado outras formas de olhar para o conhecimento técnico-científico, para o desenvolvimento socioeconômico e para os sentidos da modernidade (Beck, 1992;Giddens, 1991;1997; Habermas, 1987 Habermas, , 2012.As ciências sociais estão sendo chamadas para dar respostas para alguns problemas que ligam o mundo social e o seu ambiente. Estas questões toram-se cada vez mais candentes em um mundo em que as consequências da ação humana predatória alimentam conflitos de recorte socioambiental nos planos internacional e local, envolvendo desde povos e comunidades tradicionais (áreas indígenas, quilombolas, comunidades ribeirinhas, pescadores, caiçaras, etc), agricultores familiares, pescadores artesanais, povos das florestas, até as grandes corporações industriais e comerciais, o sistema financeiro e os Estados.De outra parte, é no mundo social que se torna possível a produção e a reprodução das condições de existência humana a partir de sua relação com a natureza, pelo conjunto de ações sociais que por meio dos "seres humanos se apropriam, produzem, circulam, transformam, consomem e excretam materiais e/ou energias provenientes do mundo natural"
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