Resumo O presente estudo objetivou conhecer como os pais lidaram com a notícia do diagnóstico de síndrome de Down à época do nascimento do filho e, posteriormente, na fase adulta desse. Para alcançá-los, nessa pesquisa de abordagem qualitativa, os pais responderam a uma entrevista de dados sociodemográficos da família e à Entrevista sobre o Lugar do Diagnóstico de Síndrome de Down na Vida do Filho. Com base na análise de conteúdo, emergiram duas categorias temáticas: o impacto do diagnóstico para os pais: “Ele (o filho) vem pela metade” e o diagnóstico na vida do filho adulto: “Teu filho é normal para ti”. Foi possível perceber que o momento do diagnóstico foi vivido como um forte impacto para os pais, associado a dúvidas e receios. Vivenciado o luto pelo filho idealizado, percebeu-se a possibilidade da construção de uma relação pai-filho de proximidade e de esperança. Além disso, os pais indicaram ter melhorado enquanto pessoas, uma vez que adquiriram aprendizados de vida a partir da convivência com as limitações do filho e demonstraram valorizar o contato com o filho na idade adulta. A partir deste estudo, destaca-se a capacidade dos pais de investirem na relação pai-filho, devendo ser considerados como importantes figuras a serem incluídas nas ações de apoio à família e à pessoa com síndrome de Down.
ResumoAs doenças crônicas como Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus Tipo 2 representam um importante problema de Saúde Pública, são de longa duração e comumente exigem acompanhamento multidisciplinar permanente e intervenções contínuas. O presente artigo objetiva refletir acerca da possibilidade de os grupos na atenção básica serem um dispositivo de cuidado para pacientes com diabetes e hipertensão por meio de uma revisão de literatura crítica-reflexiva não sistemática. O artigo se organiza em dois tópicos: no primeiro são tecidas algumas considerações sobre processo saúde-doença e atenção básica -novos desafios; no segundo aborda-se as práticas grupais desenvolvidas na atenção básica com pacientes crônicos. O trabalho com grupos ainda é um desafio para algumas equipes de saúde, porém quando as práticas grupais se efetivam através de uma perspectiva relacional e interativa em que os problemas e as soluções são partilhados num ambiente empático, seguro e contentor, essas têm se mostrado estratégias importantes e efetivas de promoção de saúde e autocuidado. Palavras-chave: Grupos; Atenção Básica; Doenças Crônicas. The Groups as a care device in AB for working with patients with Diabetes and Hypertension AbstractChronic diseases such as Systemic Arterial Hypertension and Diabetes Mellitus represent an important Public Health problem, are long lasting and commonly require permanent multidisciplinary follow-up and continuous interventions. The present article aims to reflect on the possibility of the groups in the primary health care being a care device for diabetics and hypertensives, based on aspects found in the literature. The article is organized in two topics, the first one is some considerations on the health-disease process and primary health care: new challenges, and then the group practices developed in primary health care with chronic patients. Working with groups is still a challenge for some health care teams, but when group practices are carried out through a relational and interactive perspective in which problems and solutions are shared in an empathic, safe and moderate environment, these have shown important and effective strategies of health promotion and self-care.
Este artigo se propõe a fazer uma reflexão sobre adolescência, violência e invisibilidade social. Para abordar o tema parte-se da história de Sandro, retratada no documentário “Ônibus 174” e no filme “Última parada 174”. Busca-se discutir aspectos que interferem na construção da identidade em adolescentes que não encontram no olhar do outro um sentido para sua existência, assim, ao não se sentirem pertencendo à sociedade, podem sofrer um processo de invisibilidade social, o que os leva, muitas vezes, a se reconhecerem e serem reconhecidos nas cenas de violência. Dessa forma, o texto tece uma reflexão sobre as implicações da sociedade para com esses adolescentes. Sandro representa um conjunto de adolescentes que, sem saída encontram na violência uma forma, um sentido de expressar e viver a vida, seguramente com consequências que não podem ser banalizadas.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo. O artigo tem por objetivo apresentar uma caracterização teórico-metodológica da observação e da escuta clínicas como importantes recursos de investigação em um contexto de saúde pública na área materno-infantil. Para tanto, são abordados os instrumentos metodológicos adotados em uma pesquisa longitudinal, intitulada Promoção de saúde a bebês atendidos em uma Unidade Básica de Saúde: o olhar voltado para indicadores de risco clínico ao desenvolvimento infantil. A utilização desses recursos metodológicos na pesquisa foi orientada pelos Indicadores Clínicos de Risco ao Desenvolvimento Infantil (IRDI) e são ancorados no referencial psicanalítico. No artigo, procuramos descrever como a observação e a escuta foram utilizadas na referida investigação, assim como as principais questões que se fizeram presentes no emprego desses recursos para situações de pesquisa. Pode-se sustentar que a combinação desses recursos são excelentes instrumentos de pesquisa para acessar e compreender as configurações da saúde psíquica no campo materno-infantil. Contudo, apesar de seus benefícios, o pesquisador deverá adotar uma postura de cuidado, atenção e sensibilidade, de forma a não perder o valor potencial que esses dispositivos possuem.
Este artigo constitui um relato de experiência, o qual aborda e problematiza o registro de informações nos prontuários coletivos em equipes de Saúde da Família pelos profissionais de Psicologia vinculados a um Programa de Residência Multiprofissional. O Conselho Federal de Psicologia destaca que o psicólogo, em serviço multiprofissional, deve fazer uso do prontuário único, registrando apenas as informações necessárias aos objetivos do trabalho. Essa questão é complexa uma vez que envolve aspectos éticos e de sigilo profissional. Entretanto, entende-se que tal temática precisa ser discutida pelos profissionais de Psicologia e no cotidiano das equipes, para qualificar o cuidado em saúde. Palavras-chave: psicologia; saúde da família; sistema único de saúde; registros de saúde pessoal; troca de informação em saúde.
Resumo O objetivo deste artigo é analisar a singularidade da dimensão de memória na hipocondria. A angústia corporal que lhe é característica constitui um dos modos mais arcaicos de vivência da experiência de morte, projetando-se na concretude e no imediato do corpo. Na hipocondria, o caráter persecutório que incide sobre o corpo do sujeito implica uma “atualização” no sentido de um retorno demoníaco do mesmo, de um vivido traumático primordial. O perigo iminente de morte, apresentado pela doença grave da qual esses sujeitos estão convencidos de terem sido acometidos, expressa a contínua percepção que eles têm dos estados do corpo. Isso resulta da permanência na vida psíquica de um tempo presentificado, tempo do arcaico, mais próximo do registro da percepção. Desse modo, o ego atualiza seu modo de existência mais elementar e primordial, protegendo-se, paradoxalmente, dos efeitos do traumático.
Os casos de câncer entre crianças e jovens têm aumentado, o que gera abalo e necessidade de reorganização subjetiva e relacional em muitas famílias. Nesse sentido, o objetivo desse artigo é discutir o possível impacto no narcisismo parental do diagnóstico e ameaça de morte do filho acometido de câncer. Para isso foi realizada uma revisão bibliográfica narrativa a partir da qual obtemos resultados que destacam a importância da família como principal cuidador dos pacientes infantojuvenis e o quanto pode ser desestruturador para os pais as perdas geradas pelo adoecimento do filho. A partir disso abordamos o processo de constituição narcísica, dos ideais e o potencial impacto do diagnóstico de câncer do filho no narcisismo parental. Tais aspectos nos conduziram à temática da crença narcísica e da depressão como um dos possíveis desdobramentos da situação de adoecimento do filho no psiquismo parental.
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