Estudos de Psicologia I Campinas I 33(1) I 51-60 I janeiro -março 2016 ResumoO autismo é um quadro clínico de início precoce que compromete o processo de desenvolvimento humano, especialmente nos âmbitos da comunicação e da socialização. Desse modo, o objetivo principal deste estudo foi compreender as repercussões de ter um irmão com autismo na trajetória de vida de sujeitos adultos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa com delineamento exploratório e transversal. A coleta de dados compreendeu entrevistas semiestruturadas realizadas individualmente com quatro participantes adultos que têm irmãos autistas. Os resultados indicaram que a relação fraterna foi afetada em decorrência do transtorno austístico, influenciando nas escolhas pessoais e modos de ser dos participantes, além de exigir-lhes uma rotina de cuidados diferenciada que se estende ao longo da vida. Conclui-se que os irmãos de autistas precisam de suporte para enfrentar essa vivência. Assim, a Psicologia pode auxiliar na ampliação da rede de apoio às famílias, em especial na escuta desses irmãos. Palavras-chave:Relações entre irmãos; Relações familiares; Transtorno autístico. Abstract Autism is a clinical condition with early onset that compromises the process of human development, especially in
Abordamos aqui a possibilidade de detecção do risco e da intervenção precoce do autismo na visão dos médicos. A análise dos resultados de uma pesquisa feita em 2009 com sete pediatras e três neuropediatras de uma cidade da região central do Rio Grande do Sul, utilizando a análise de conteúdo de Bardin (1977) relacionada à Psicanálise, aponta que os diagnósticos de autismo são feitos tardiamente. Os profissionais não estão preparados para a detecção dos sinais de risco, o que não possibilita a intervenção precoce. É necessário, portanto, trabalhar com esses profissionais para indicar-lhes os sinais de risco de autismo.
Este estudo objetivou compreender a experiência da maternidade em mulheres que são mães de um filho com diagnóstico de Paralisia Cerebral. Participaram 26 mães, que responderam a uma entrevista semiestruturada. A Análise Textual Qualitativa da entrevista resultou nas categorias: “o momento do diagnóstico”; “a percepção em relação à maternidade”; “preocupações, dificuldades e desejos” e “expectativas para o futuro”. Elas atribuíram a causa da Paralisia Cerebral ao erro médico ou à negligência dos profissionais da saúde durante o pré-parto e o parto, à precariedade de recursos do hospital ou à própria responsabilidade. Entre as preocupações, estão o temor de adoecer e morrer, a falta de capacitação de profissionais da saúde, o receio de que o filho sofra algum tipo de exclusão na escola e a necessidade de promover o máximo de autonomia. Quanto às dificuldades, elas apontaram que o transporte público para locomoção dos seus filhos, as situações em que o filho não é bem aceito ou sofre preconceitos, as críticas recebidas em relação ao cuidado exercido e a falta de respeito por parte das pessoas nas ruas. Quanto às expectativas sobre o futuro, as mães salientaram a aspiração de poder trabalhar, voltar a estudar, investir no cuidado pessoal e dispor de momentos de lazer. O exercício da maternidade requer constante adaptação às necessidades de cuidado do filho com paralisia cerebral, é explícita a importância do apoio familiar e da orientação que as mães recebem dos profissionais da saúde.
A pesquisa apresentada neste artigo buscou compreender a relação entre não-maternidade e vidaprofissional. Além de elucidar o papel do trabalho como substituto da suposta completude femininaatrelada à maternidade; conhecer as influências individuais e do contexto histórico-social e culturalsobre o fato de não ser mãe; investigar os sentimentos e as percepções que a não-maternidade suscita.Foi utilizada a pesquisa qualitativa e, como instrumento de coleta de dados, o grupo focal. Participaramda pesquisa seis mulheres, professoras universitárias com mais de trinta e cinco anos, sem filhos eexercendo a docência em curso superior. Para análise dos dados, foi utilizada a análise textual deMoraes (2003). Os resultados apontaram que a profissão não substitui a maternidade, assim como nãofoi obstáculo à realização da maternidade. A atividade profissional demonstrou ocupar um lugar paralelo,sendo significativa via de investimento e busca de completude. A falta de motivação à maternidade foio fator mais presente e definidor de seus comportamentos e elas não pareciam imersas em sentimentosde tristeza ou de vazio pela escolha daquela condição. Além disso, não percebem a maternidade comoalgo inerente à identidade feminina.
Nesta pesquisa buscou-se conhecer a experiência de mães que tiveram seus bebês hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ou Pediátrica. O estudo se caracterizou como qualitativo, de caráter exploratório-descritivo. Participaram nove mães de bebês internados em seis diferentes Unidades de Terapia Intensiva Neonatal ou Pediátrica, localizadas em cinco cidades do Estado do Rio Grande do Sul. Para a apreensão do material empírico foi utilizado um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. As entrevistas foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo. Desta análise emergiram três categorias. Os resultados revelam que é difícil para as mães não poder levar seus bebês para casa após o nascimento. Elas revelaram sentimentos como medo, insegurança, temor da morte do bebê, impotência e culpa. As mães vivenciaram a sensação de perda de controle da situação, preocupação com os outros filhos e a necessidade de apoio da mãe e do marido. Foi possível elucidar que a equipe de saúde pode minimizar o sofrimento das mães por meio de iniciativas simples com vistas a um maior acolhimento às mães e aos familiares.
ResumoA pesquisa objetivou conhecer a percepção das mães sobre a vida escolar do filho com síndrome de Down. Procurou identificar sentimentos, conhecer vivências e fatores que contribuem ou dificultam o processo de inclusão no sistema público regular em Santa Maria, RS. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, com a participação de cinco mães. Os dados coletados em entrevista semiestruturada foram analisados com base em Bardin. Três categorias finais emergiram: a busca pela inclusão do filho com Sín-drome de Down; a fragilidade da inclusão na rede regular de ensino; as contribuições e dificuldades do processo de inclusão nas escolas regulares. Resultados apontam que as disparidades entre o que está posto como ideal e o que se realiza na prática fazem com que as mães percebam o processo ineficiente e nocivo à saúde mental dos filhos. Vivências perturbadoras são provocadas pela não observação daquilo que se acha posto em termos de leis e preceitos inclusivos, despertando, nas mães, sentimentos de mágoa, tristeza, e frustração. A lei de inclusão diz da obrigação em aceitar todas as crianças sem distinção, porém não estabelece de que forma, oportunizando a cada contexto incluir, levando em conta suas especificidades, o que torna cada experiên-cia muito singular. Uma solução única é difícil apontar, pois a escola se constituiu e ainda se mantém como uma instituição excludente. Entretanto, incluir a criança com Síndrome de Down, passa pelo compromisso de descobrir e organizar ações que respondam de maneira adequada às necessidades dessa população.Palavras-chave: Maternidades; Inclusão escolar; Síndrome de Down.
Resumo O presente estudo objetivou conhecer como os pais lidaram com a notícia do diagnóstico de síndrome de Down à época do nascimento do filho e, posteriormente, na fase adulta desse. Para alcançá-los, nessa pesquisa de abordagem qualitativa, os pais responderam a uma entrevista de dados sociodemográficos da família e à Entrevista sobre o Lugar do Diagnóstico de Síndrome de Down na Vida do Filho. Com base na análise de conteúdo, emergiram duas categorias temáticas: o impacto do diagnóstico para os pais: “Ele (o filho) vem pela metade” e o diagnóstico na vida do filho adulto: “Teu filho é normal para ti”. Foi possível perceber que o momento do diagnóstico foi vivido como um forte impacto para os pais, associado a dúvidas e receios. Vivenciado o luto pelo filho idealizado, percebeu-se a possibilidade da construção de uma relação pai-filho de proximidade e de esperança. Além disso, os pais indicaram ter melhorado enquanto pessoas, uma vez que adquiriram aprendizados de vida a partir da convivência com as limitações do filho e demonstraram valorizar o contato com o filho na idade adulta. A partir deste estudo, destaca-se a capacidade dos pais de investirem na relação pai-filho, devendo ser considerados como importantes figuras a serem incluídas nas ações de apoio à família e à pessoa com síndrome de Down.
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