RESUMO Este texto se propõe a recuperar o processo de incorporação dos índios ao universo de trabalhadores urbanos no Rio de Janeiro no primeiro quartel do século XIX, analisando, de modo particular, sua presença no Arsenal da Marinha. A proposta é recolocar os índios na cena do mundo do trabalho buscando abrir novos campos de debate com uma historiografia ancorada na experiência da escravidão africana. Ao iluminar a presença das populações nativas no mundo do trabalho carioca, espera-se contribuir para uma ampliação da complexidade do conceito de “trabalhadores livres” no século XIX.
Este artigo se propõe a lançar luz sobre as trajetórias e as relações entre africanos livres e índios na Manaus do século XIX, dando ênfase ao compartilhamento de experiências em espaços sociais marcados pela multietnicidade e pela existência de fronteiras nebulosas entre a liberdade e a escravidão nesse mundo do trabalho não livre.
Resumo As populações indígenas aldeadas no Rio de Janeiro sofreram, ao longo do século XIX, um violento processo de expropriação de suas terras e boa parte dele se deu por meios legais. Esse texto pretende recuperar esse processo acompanhando o movimento do Estado imperial no sentido de promover a desocupação dos territórios das aldeias e sua concessão a novos proprietários. Ao mesmo tempo que o Império retirava dos índios o direito à terra, havia ainda que se considerar a atuação das ouvidorias de comarca e do Juízo dos Órfãos, instâncias cujas atribuições incluíam a proteção do patrimônio indígena. Entender o papel dessas instâncias na desmontagem do patrimônio das populações aldeadas no Rio de Janeiro oitocentista é um caminho investigativo importante para deslindar a questão.
The native populations of Portuguese America were essential for the implementation of the Portuguese colonial project. Their labor was indispensable in constructing the colony, and political alliances with native peoples ensured the success of the conquest at several crucial moments, and only with the aid of native knowledge it was possible to occupy the land and advance the conquest of the immense territory that became known as Brazil. In this sense, peace was a necessity.
Yet, in highlighting the centrality of Indians in the settlement of the Portuguese colony in the Americas, it must also be recognized that the relations established there between Portuguese conquerors and native populations were also historically marked by tension and violence. A war of extermination, often masquerading as a “just war,” and slavery became inseparable parts of colonial strategy. Moreover, access to land and the use of indigenous labor could both constitute secure indicators of success in the conquest of Portuguese America. In the process of colonization the Portuguese Crown was confronted by various forms of native resistance and by the differing interests of diverse colonial agents. During the 17th and 18th centuries the Crown faced tensions, disputes, and contradictions in relation to the slavery and freedom of Indians and the way it solved these conflicts revealed the configuration of its indigenist policy.
O texto aborda dimensões pouco exploradas da vida na Amazônia de homens e mulheres de origem africana, juridicamente livres, mas impedidos de usufruir de tal prerrogativa em igualdade de condições com outros cidadãos brasileiros já que, nos termos da Constituição de 1824, eles não eram. Do mesmo modo, analisa dimensões jurídicas associadas à cidadania de povos nativos no mesmo contexto.
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