Este texto traz reflexões e orientações técnicas e científicas frente à pandemia do novo coronavírus, uma situação de crise e emergência com reflexos sociais, econômicos e na saúde das populações e dos profissionais expostos diretamente aos riscos de contaminação. O foco principal são os problemas de saúde mental, tendo em vista o temor pela exposição ao contágio, a situação de isolamento e confinamento e a medida de quarentena adotada em vários países. São discutidas em evidênciascientíficas e inferências produzidas na literatura nacional e internacional sobre os impactos da COVID-19 na saúde das pessoas, especialmente as mais vulneráveis, e as possibilidades de contenção, mitigação e prevenção de sintomas de transtornos mentais. Nesse contexto, apontam-se os impactos na saúde mental observados e previstos nos profissionais que atuam na linha de frente da situação de emergência.
RESUMO O programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) realiza expedições à Antártica, onde militares e civis são expostos a estressores. A presente pesquisa mapeou os estressores ambientais, ocupacionais e interpessoais percebidos por participantes do PROANTAR. Uma amostra de 38 pessoas, separadas em dois grupos, foi avaliada no início e final de uma expedição. Os resultados obtidos por meio de questionários e entrevistas indicaram prevalência de estressores ambientais (60,71%), ocupacionais (23,80%) e interpessoais (15,47%) no início, e de estressores interpessoais (55,97%), ambientais (32,08%) e ocupacionais (11,94%) ao final. Os resultados sugerem que a convivência forçada gera a percepção de estressores interpessoais se sobrepondo aos ambientais. Fenômenos psicológicos deveriam ser considerados no planejamento de futuras expedições, pois estão relacionados à saúde e desempenho das atividades.
O objetivo deste estudo foi avaliar a variação das estratégias de coping e padrões de sono em 13 expedicionários do sexo masculino da aviação naval no início e ao final de uma expedição de verão à Antártica. Para investigar as variáveis de coping e de sono foram utilizadas a escala BriefCOPE, um questionário de ritmos biológicos e um formulário sociodemográfico para controle de variáveis. As estratégias de coping focadas na emoção do tipo disfuncional aumentaram de forma significativa ao longo da exposição e não houve relação entre as alterações nos padrões de sono e as estratégias de coping entre o início e final da exposição ao ambiente. A atenção a fatores psicológicos em ambientes polares pode prevenir acidentes no contexto.
Ambientes Isolados, Confinados e Extremos são laboratórios naturais para estudos sobre o comportamento e, a Antártica, uma das regiões do mundo mais desafiadoras à psicofisiologia e à manutenção da vida. Este estudo teve como objetivo identificar os desafios e perspectivas da pesquisa e intervenção psicológica no ambiente antártico. O metodo deste estudo foi de tipo descritivo- exploratório e etnográfico com base em: (a) evidências da literatura acerca da pesquisa e intervenção psicológica na Antártica e (b) um estudo empírico, de natureza qualitativa, acerca da interação dos expedicionários (civis e militares) com o ambiente antártico, por meio de observações, entrevistas e acolhimentos, no início e ao final de uma missão de verão à Antártica. Os resultados indicaram que os principais desafios da pesquisa e intervenção na Antártica compreendem as limitações do setting e imprevisibilidade do contexto. Foi identificado que a exposição ao ambiente antártico influencia no surgimento de conflitos interpessoais, consumo de álcool, comportamentos de assédio e sentimentos negativos de afeto. Para concluira inserção de psicólogos na Antártica mostra-se um horizonte concreto de pesquisa e intervenção, tendo em vista as repercussões na saúde e no desempenho profissional de expedicionários.
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