Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre as notícias falsas a respeito do novo coronavírus (Sars-CoV-2) mais disseminadas nas redes sociais e mostrar como podem causar prejuízos à saúde pública. Trata-se de um estudo empírico quantitativo, realizado a partir das notificações recebidas pelo aplicativo brasileiro Eu Fiscalizo. Os resultados da pesquisa mostram que o WhatsApp é o principal canal de compartilhamento de fake news, seguido do Instagram e do Facebook. Conclui-se que a disseminação de conteúdos falsos relacionados a Covid-19 contribui para o descrédito da ciência e das instituições globais de saúde. E que a solução para esse problema passa por aumentar o nível de informações adequadas para a sociedade brasileira.
Resumo O presente artigo faz uma análise do mercado de trabalho dos profissionais da Enfermagem, a partir dos dados obtidos através da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil (Cofen - Fiocruz), evidenciando que uma parcela significativa desses trabalhadores, a maioria auxiliares e técnicos de enfermagem, vivem em condições precárias de sobrevivência, com precarização, multiempregos e a insegurança no ambiente de trabalho cada vez mais frequentes, o que os impede de exercerem com dignidade suas atividades laborais. Analisa também o processo de regulação da Enfermagem, tendo como referencial a sociologia das profissões, a partir da criação do Sistema Conselho Federal/Conselhos Regionais de Enfermagem, na década de 1970, quando a categoria passa a ter autonomia da autorregulação, sendo que na atualidade, a profissão demonstra possuir um marco legal robusto e altamente regulador, considerando o quantitativo de resoluções emitidas pelo Cofen, que impactam sobre o exercício profissional. O artigo aponta como sendo essencial que o Estado desenvolva e aprimore as políticas de gestão do trabalho e de regulação, de modo a contribuir para a superação dos problemas enfrentados pela Enfermagem.
Resumo O artigo refletiu sobre a formação em Enfermagem no Brasil a partir da regulamentação do Sistema Único de Saúde numa perspectiva histórica comparada dos processos evolutivos das escolas anglo-americana e francesa, influenciadoras do ensino de Enfermagem no Brasil, bem como o aspecto orientador da formação em Enfermagem para o Sistema Único de Saúde. Neste sentido, são desenvolvidas inciativas de formação em Enfermagem, orientadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, com vistas a propiciar vivências significativas no cotidiano do Sistema Único de Saúde, assim como o movimento transformador da Educação Permanente em Saúde no contexto do mundo do trabalho. Dessa maneira, a superação dos desafios da formação precisa considerar a trajetória social, política e cultural da profissão, de modo a possibilitar mudanças que impactam nos projetos pedagógicos, na oferta de cursos, nas metodologias de ensino-aprendizagem e no cotidiano do trabalho.
Resumo O artigo evidencia o avanço da ciência na interpretação de pandemias, em contraste com o fracasso de governos que politizaram a abordagem da emergência de saúde pública global decorrente da COVID-19. Trata-se de um estudo que apresenta uma reflexão sobre o processo de dissonância cognitiva causada pela infodemia e aborda a necessidade de aplicar a infodemiologia para mitigar os efeitos deletérios de notícias falsas que são fabricadas intencionalmente, com o objetivo de confundir, enganar, manipular e negar a realidade, sem, contudo, perder de vista que as raízes do problema são históricas, conjunturais, profundas e de difícil solução. O trabalho revela os impactos dessa situação para profissionais de saúde e expõe a linha tênue que existe entre a liberdade de expressão e o direito essencial à vida, levando à conclusão de que escolhas erradas, no que tange à saúde pública, podem causar mortes evitáveis.
This paper presents the evolution of fake news disseminated about vaccines and the SARS-CoV-2 virus and its adverse impacts on the current Brazilian health crisis. This quantitative, empirical study is based on the notifications received by the Eu Fiscalizo app, through which the Instagram, Facebook, Twitter, and WhatsApp platforms were identified as the principal means for disseminating and sharing rumors and misinformation about COVID-19. We observed large-scale circulation of fake news about vaccines directly related to the Brazilian political polarization, which became prevalent four months after the first COVID-19 case was recorded in the country. We can conclude that this phenomenon was crucial in discouraging the adherence of segments of the Brazilian population to social distancing and vaccination campaigns.
Resumo Vivemos uma pandemia global sem precedentes em nossa geração. São tempos difíceis para os trabalhadores da Saúde. Estamos todos sob a mesma tempestade e participamos do mesmo esforço coletivo contra a COVID-19. Mas não estamos no mesmo barco. A desigualdade determina a forma como cada categoria de trabalhadores da Saúde é atingida pelo novo coronavírus no Brasil. Expostos ao contágio na linha de frente do combate ao novo coronavírus, os técnicos e auxiliares sentem, de forma desproporcional e alarmante, os efeitos da pandemia. São mais de 1,3 milhão de técnicos e quase 420 mil auxiliares de Enfermagem, que realizam cuidados essenciais em unidades de Saúde e não contam com a retaguarda assistencial e financeira para mitigar os efeitos da COVID-19 sobre si e seus familiares. Oito em cada dez destes profissionais são mulheres, que além de serem provedoras também assumem, na maioria das vezes, o papel de cuidadoras primárias de crianças, idosos e enfermos em suas famílias. Os baixos salários dificultam o acesso a alternativas mais seguras de transporte e cuidado para seus dependentes. É esta a realidade da maioria dos profissionais que mantêm o sistema de Saúde funcionando, em plena pandemia.
Em 2020, comemora-se o Bicentenário de Florence Nightingale, enfermeira responsável pelo desenvolvimento das bases técnico-científicas da Enfermagem Moderna. Para celebrar esta data, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Conselho Internacional de Enfermeiros (International Council of Nurses – ICN) lançaram, em 2018, a Campanha “Nursing Now”¹-2, com o objetivo de fortalecer a educação e o desenvolvimento dos profissionais da área de Enfermagem, com foco na liderança, na melhoria das condições de trabalho e no compartilhamento de práticas exitosas e inovadoras, baseadas em evidências científicas em âmbito nacional e regional,No Brasil, a iniciativa é liderada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e pelo Centro Colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, vinculado à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto2.Além da Campanha Nursing Now, a OMS durante a Assembleia Mundial da Saúde de 2019, elegeu 2020, como o “Ano Internacional dos Profissionais de Enfermagem e Obstetrícia”, buscando alertar para o mundo a necessidade de um maior contingente desses profissionais, além da melhoria de suas condições de trabalho, educação e desenvolvimento profissional.Ao início das comemorações pelo “Ano da Enfermagem”, em 12 de janeiro de 2020, a OMS divulgou notícias sobre um surto com um novo coronavírus, originado em Wuhan, província de Hubei, China. A doença (COVID-19) se propagou para diversos países, sendo declarada pandemia pela OMS no mês de março3-4. O primeiro caso confirmado em território brasileiro e na América Latina ocorreu em 26 de fevereiro de 2020. Desde então os profissionais da Enfermagem têm se destacado por atuarem na linha de frente à prevenção e ao combate da doença, buscando mitigação da pandemia.Diante da ausência de uma vacina e medicamentos antivirais específicos, os ensinamentos de Florence Nightingale nunca estiveram tão atuais. Medidas como a lavagem das mãos, a limpeza dos hospitais e dos ambientes domésticos, e a implementação de boletins epidemiológicos como medidas de acompanhamento da doença e da curva epidêmica5, tornaram-se imprescindíveis para o combate desta doença.Em pleno Ano Internacional de comemoração da Enfermagem, esta pandemia jogou luzes sobre a importância desses profissionais, no âmbito da assistência, da gestão e do ensino em saúde, constituindo-se como espinhas dorsais de sustentabilidade dos serviços de saúde. De forma mais frequente, a imprensa passou a destacar o trabalho da Enfermagem, seu protagonismo junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de desvelar as condições de trabalho, o adoecimento e a morte daqueles que enfrentam com honradez a pandemia e as consequências destas em suas vidas profissionais e pessoais.Segundo o relatório “State of the World’s Nursing 2020”6, da OMS em parceria com o ICN, no mundo existem cerca de 28 milhões de profissionais de Enfermagem. No Brasil, dados do Cofen mostram que há mais de dois milhões de profissionais presentes na totalidade dos municípios brasileiros, em todos os níveis de atenção à saúde7. Esses dados indicam que nenhuma agenda global pode ser concretizada sem esforços articulados e sustentáveis, para maximizar a contribuição da força de trabalho da Enfermagem e seu papel em equipes de saúde multiprofissionais.Todavia, não se pode deixar de pontuar as situações de vulnerabilidades profissionais da Enfermagem no país, no que tange às condições e carga horária de trabalho, inexistência de um piso salarial emprego, plano de carreira, dentre outros. Nesse sentido, aos profissionais de Enfermagem precisam ser asseguradas políticas e medidas governamentais que contribuam para a prática segura e efetiva do cuidado, tendo em vista que, até o dia 17 de junho, mais de 200 profissionais de enfermagem morreram vítimas da COVID-19 e mais de 19 mil se infectaram8 devido à falta de condições dignas de trabalho, como o acesso contínuo e de qualidade aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), o dimensionamento adequado das equipes e a proteção dos trabalhadores que integram os grupos de risco.Além de reforçar o papel da Enfermagem, a pandemia de COVID-19 no país está reafirmando a importância do sistema público de saúde, dos centros de pesquisas, das universidades e do seu tripé educacional (Ensino, Pesquisa e Extensão), para construção de uma sociedade mais justa, igualitária e saudável.Face ao exposto, a Enfermagem coloca-se, então, como um campo fértil de pesquisas e intervenções. Este número especial da Revista Enfermagem em Foco contém 62 artigos, nos formatos de artigos originais, reflexão, opinião, revisão narrativa e integrativa, inovação e relatos de experiências, versando sobre a atuação de Enfermagem em diferentes perspectivas: epistemológica, política, organizacional, de formação e ainda dos saberes e práticas em saúde. Ao total, foram recebidos 172 manuscritos para a chamada especial, vindos das cinco regiões do Brasil.Os manuscritos publicados refletem a criatividade e inovação dos profissionais de enfermagem, possibilitando aos leitores o aprendizado da prática e ciência da Enfermagem, com o intuito de apoiar e aprimorar o cuidado em saúde diante dos desafios trazidos pela pandemia da COVID-19. E a Revista Enfermagem em Foco cumpre sua missão de contribuir para o fortalecimento da Enfermagem a partir da divulgação da produção do conhecimento, em consonância com os objetivos do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.Avante Enfermagem Brasileira!
Resumo Este artigo apresenta a evolução das notícias falsas disseminadas a respeito das vacinas e do vírus Sars-CoV-2 e os impactos negativos desse fenômeno sobre a crise sanitária que o Brasil atravessa. Trata-se de um estudo empírico quantitativo, realizado a partir das notificações recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo, por meio do qual foi identificado o predomínio das plataformas Instagram, Facebook, Twitter e WhatsApp como os principais meios de difusão e compartilhamento de boatos e desinformações acerca da COVID-19. Foi observada a circulação em escala de fake news sobre vacinas, diretamente relacionadas à polarização política brasileira, tornando-se prevalente quatro meses depois de ser registrado o primeiro caso de COVID-19 no Brasil. Conclui-se que o fenômeno colaborou para desestimular a adesão de parcelas da população brasileira às campanhas de isolamento social e de vacinação.
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