( l ) Recebido para publicação a 26 de agosto de 1981. No solo, o teor de carbono em equilíbrio com determinado tipo de vegetação é função das adições e da taxa de decomposição da matéria orgânica. Essa relação pode ser expressa pela fórmula: c -bm/k, onde c é a quantidade de carbono orgânico em equilíbrio no solo (t/ha) ; b, a quantidade anual de matéria orgânica (%) adicionada ao solo; m, a taxa de conversão, do material orgânico fresco em carbono orgânico do solo (t/ha), e k, a taxa de decomposição anual da matéria orgânica [%) (5).A taxa de decomposição da matéria orgânica varia em função das condições de temperatura e umidade. Para idênticas adições, quanto mais frio e úmido for o local, menor é essa taxa e, portanto, maiores teores de matéria orgânica deverão ser encontrados no solo. Contudo, mesmo em condições semelhantes de clima, drenagem e manejo, é comum observar considerável variação nos teores de húmus, isto porque os solos têm diferentes capacidades de retenção e proteção à decomposição da matéria orgânica, em função de suas superfícies específicas, ou seja, quanto maior for esta superfície, mais húmus poderão adsorver e proteger (1). Como GROH-MANN (3) encontrou, para solos de São Paulo, positiva relação entre superfície específica e quantidades de argila, é de esperar que os teores de matéria orgânica estejam relacionados com a textura do solo, desde que sejam semelhantes clima, tipo (ou atividade) de argila, vegetação, manejo e drenagem. De fato, LEPSCH (4) encontrou
Em experimentos de campo desenvolvidos durante quatro anos com o cultivar IAC 20 de algodoeiro, em um latossolo roxo distrófico e ácido de Guaíra (SP), estudou-se o efeito de duas aplicações de calcário (0,6; 1,8 e 3,0 t/ha/ciclo) e de gesso (0, 2, 4 e 6 t/ha/ciclo), durante dois ciclos sucessivos de cultivo, de dois anos cada um. Análises periódicas de terra indicaram que a ação do calcário sobre a acidez foi maior na camada superfícial, nas duas oportunidades, enquanto o gesso aprofundou gradativamente sua ação até à camada de 40-60 cm, lixiviando bases e aumentando a porcentagem de saturação por bases em subsuperfície. Por incrementar a produtividade do algodoeiro e as concentrações foliares de S, Ca e mesmo de Mg, admitiu-se que a gessagem tenha promovido o aprofundamento de raízes das plantas, em especial quando associada à calagem em dose máxima. O efeito residual desses produtos sobre a produtividade foi baixo na primeira aplicação, enquanto se destacou na reaplicação, principalmente o calcário. Com o tempo, o uso do gesso concorreu para diminuir a concentração foliar de Mg e, em especial, a de K.
Field trials with cotton cultivar IAC-20 were conducted during four years on an acid distrophic Dusky Red Latosol from Guaíra, State of São Paulo, Brazil. The experiments and the treatments were randomized complete blocks with split-plots, with 0.6, 1.8 and 3.0 t/ha of limestone in the plots and 0, 2, 4 and 6 t/ha of phosphogypsum in the subplots incorporated in the soil in the first year and reapplied after two years. The results of successive soil analysis indicated that the action of limestone was more evident in the plow layer, whereas gypsum was more effective in the subsoil at a 40-60 cm depth, due to leaching of bases through the soil profile promoted by sulphate ion. The increase of leaf contents of S, Ca and Mg promoted by the phosphogypsum was considered also good as a evidence of enhanced root development in the subsoil of these treatments. The residual effect of both limestone and gypsum was low after the first application, but considerably higher after reapplication, especially for limestone. Along the time, the use of gypsum caused a decrease of Mg and especially K leaf contents
Instalou-se um ensaio de adubação boratada do algodoeiro, de longa duração, pela primeira vez, em 1983, em Guaíra (SP), visando avaliar os efeitos de sucessivas aplicações de boro. Aplicaram-se doses anuais de 0; 0,2; 0,4; 0,8; 1,6 e 3,2 kg/ha de B, como bórax, na mistura de adubos de semeadura, em esquema estatístico de quadrado latino. Utilizou-se uma gleba de latossolo roxo, distrófico, argiloso, anteriormente cultivado, corrigido no aspecto de acidez e adubado com NPK. As parcelas foram calcariadas no quarto, sexto e nono ano de estudo, enquanto, no sétimo ano, cultivou-se guandu, em rotação. O efeito de boro sobre a produção de algodão aumentou com o passar dos anos e com a realização das calagens; na fase inicial, obteve-se a maior produção, com a dose de 0,4 kg/ha de B e, nas etapas posteriores, com a de 0,8 kg/ha. A concentração de boro no limbo foliar mostrou-se muito sensível à aplicação do micronutriente, destacando-se as diferenças com as adubações sucessivas e após as aplicações de calcário. As doses de 1,6 e 3,2 kg/ha de B proporcionaram decréscimo de produtividade das plantas em relação à produção máxima mesmo nos primeiros anos. Após as calagens, os níveis de boro no limbo foliar, associados a essas doses, mostraram-se superiores a 50 mg/kg de B. Análise química, efetuada durante o nono ano de estudo, indicou acúmulo de boro na superfície do solo e uma lixiviação do micronutriente para camadas até 60 cm de profundidade, proporcionais às doses usadas.
Em ensaio conduzido durante nove anos com o algodoeiro sobre latossolo roxo, pobre em fósforo, em Guaíra, SP, confrontou-se o modo tradicional de adubar com aplicações a lanço de produtos fosfatados. Adubações anuais de 121 kg/ha de P2O5, no sulco de semeação, por ocasião do plantio, durante seis anos sucessivos, foram comparadas à fosfatagem única (728kg/ha de P2O5) a lanço e incorporada no primeiro ano, e à fosfatagem parcelada (364kg/ha/vez de P2O5) realizada no primeiro e no quarto ano, utilizando-se superiosfato triplo, além de uma fosfatagem parcelada com o termofosfato Yoorin. Todos os tratamentos foram comparados a uma testemunha, com adubação NK, básica e sem P. Durante os seis anos de aplicação de adubo fosfatado, o algodoeiro, variedade IAC 18, reagiu mais à aplicação localizada do fósforo, em termos de produtividade, exceção feita ao primeiro ano, quando era muito baixa a disponibilidade do nutriente no solo. Já altas doses de fosfato a lanço provocaram deficiência de potássio nas plantas, com os prejuízos se estendendo a certas características da fibra, como Micronaire e maturidade. Em face do bom desempenho da fosfatagem moderada nos anos de aplicação, sugere-se que uma associação entre os modos de emprego a lanço e localizado seja avaliada nos próximos estudos. Outras características, como peso de capulho e de semente, além do comprimento da fibra, aumentaram significativamente com o uso de P. O efeito residual do superfosfato acumulado durante seis anos, no sulco de plantio, estudado nos três subseqüentes anos, com o cultivo da variedade IAC 20, só se destacou nos resultados de produção.
Decorridos cinco anos de um ensaio de calagem e adubação potássica do algodoeiro, em latossolo roxo distrófico do município de Guaíra (SP), reaplicou-se o calcário nas mesmas doses da primeira fase (0, 2, 4 e 6 t/ha). Utilizou-se o calcário dolomítico com 25,3% de CaO, 19,9% de MgO e 68% de PRNT. O potássio foi aplicado em subparcelas nas doses anuais de 0, 50, 100 e 150 kg/ha de K2O, na forma de cloreto de potássio. Fez-se, anualmente, a adubação com N, P2O5 e B nas doses respectivas de 60, 100 e 1,5 kg/ha. O efeito da calagem no aumento dos valores de pH e da saturação por bases da camada arável do solo foi imediato, havendo, no entanto, um decréscimo nos valores desses índices após o segundo ano e um retorno aos níveis da fase anterior. Concomitantemente, a lixiviação de Ca e de Mg foi acentuada a partir do segundo ano após a reaplicação do calcário. O efeito do potássio na produção de algodão foi mais evidente com a calagem. Sintomas de sua deficiência foram observados nas plantas das parcelas com calcário e sem adubação potássica. Na ausência de calagem, a dose máxima de potássio provocou injúria nas plantas. O índice de 90% da produtividade máxima esperada foi alcançado em presença da adubação potássica e quando a saturação por bases aumentou até 60% na camada arável e 40% nas profundidades de 20-40 cm e 40-60 cm.
São apresentados os resultados de quatro expedições, realizadas entre 1962 e 19652, nas quais foram levantadas as formas perenes de algodoeiro existentes em regiões da bacia do rio São Francisco, dos estados nordestinos, do litoral paulista e adjacências, de Mato Grosso, sul de Goiás e Triângulo Mineiro. À maneira de S. G. Stephens, as formas em aprêço são discriminadas, conforme seu modo de ocorrência, em seis categorias: A) selvagem ou asselvajadas; B) semi-asselvajadas; C) domésticas; D) de subsistência; E) cultivares primitivos; F) tipos nativos melhorados. Consideradas em função do desenvolvimento econômico-social, essas categorias articulam-se formando um sistema que se adequa ao estudo da evolução do algodoeiro como planta cultivada. Rim-de-boi (G. barbadense r. brasiliense Hutch), Quebradinho (G. barbadense L.) e Mocó, ecótipo de G. hirsutum r. marie-galante Hutch., os três tipos principais de algodoeiros nativos, são encontrados nas formas B, C, D e E. Apenas o Mocó apresenta-se, também, como linhagens melhoradas (F) e tem real expressão na economia nacional. Vários outros tipos perenes de G. hirsutum e de G. barbadense, êstes últimos distintos dos tipos nativos, ocorrem como formas domésticas (C) e semi-asselvajadas (B). A única forma selvagem ou asselvajada (A) descoberta - "caicoense" - não parece relacionar-se, pelo menos diretamente, com nenhum dos tipos anteriores. Várias hipóteses são aventadas, principalmente sobre origem, evolução e migração dos três tipos mais difundidos, ampliando as perspectivas das investigações. É apresentado um mapa mostrando a distribuição geográfica dos vários tipos e as regiões de maior interesse a serem exploradas no prosseguimento das investigações.
Este trabalho foi desenvolvido nos anos agrícolas de 1996/97, 1997/98, 1998/99 e 1999/00, em experimentos de campo nas localidades de Ribeirão Preto, Tietê, Guaíra, Campinas e Ilha Solteira, no Estado de São Paulo. O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso com doze tratamentos arranjados em um esquema fatorial 3 x 2 x 2, visando estudar densidade de plantas (6 ; 10 e 14 plantas por metro); doses de nitrogênio em cobertura (40 e 60 kg.ha-1 de N) e modos de aplicação de regulador vegetal, com aplicação única, no início do florescimento ou parcelada em 4 vezes, desde o desbaste. O sistema de aplicação parcelada propiciou altura média de planta inferior e massa média de capulhos superior àquele obtido com a aplicação única do regulador. A aplicação da maior dose de N implicou obtenção dos maiores valores de N foliar e produtividade de algodão em caroço, bem como menor porcentagem de fibra. O aumento da densidade de plantas de 6 para 10 e 14 plantas por metro, ocasionou redução da porcentagem de fibra e da massa de capulhos.
Em dezesseis experimentos de campo desenvolvidos com o cultivar IAC 20 em diferentes regiões paulistas, de 1984 a 1987, estudou-se a competição de adubos nitrogenados na cultura algodoeira. Sulfato de amônio e uréia foram aplicados em cobertura incorporada nas doses de 0, 25, 50, 75 e 100 kg/ha de N, em esquema fatorial, com quatro repetições distribuídas em blocos ao acaso. Em dois anos agrícolas, testou-se a não-incorporação da cobertura, na dose de 75 kg/ha de N, com o auxílio de tratamentos extras. Nos solos em pousio, ou seja, que estiveram anteriormente cobertos com pastagens antigas ou com leguminosa, ocorreram altas produtividades associadas às baixas respostas das plantas ao N mineral aplicado. O aumento da produtividade, de certa forma, relacionou-se com o N-inorgânico e com o P-resina da análise do solo. Esse último índice mostrou-se útil na discriminação dos ensaios sobre solos cultivados. Estudo econômico efetuado por grupo de resposta esperada indicou valores de doses mais econômicas entre 17 e 88 kg/ha de N, crescentes em função da intensidade de cultivo das glebas. Não houve diferença significativa entre o uso de sulfato de amônio ou de uréia, tampouco entre modo de aplicação do produto, se incorporado ao solo ou não, em termos de produção e de concentração foliar de N. A concentração de S no limbo foliar, no entanto, diminuiu significativamente com o uso de uréia. É proposto valor em torno de 3,8% de N - na análise do limbo das quintas folhas colhidas da haste principal, aos 80-90 dias de idade do algo-doeiro - como indicativo da probabilidade de resposta à adubação nitrogenada.
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