São apresentados os resultados de quatro expedições, realizadas entre 1962 e 19652, nas quais foram levantadas as formas perenes de algodoeiro existentes em regiões da bacia do rio São Francisco, dos estados nordestinos, do litoral paulista e adjacências, de Mato Grosso, sul de Goiás e Triângulo Mineiro. À maneira de S. G. Stephens, as formas em aprêço são discriminadas, conforme seu modo de ocorrência, em seis categorias: A) selvagem ou asselvajadas; B) semi-asselvajadas; C) domésticas; D) de subsistência; E) cultivares primitivos; F) tipos nativos melhorados. Consideradas em função do desenvolvimento econômico-social, essas categorias articulam-se formando um sistema que se adequa ao estudo da evolução do algodoeiro como planta cultivada. Rim-de-boi (G. barbadense r. brasiliense Hutch), Quebradinho (G. barbadense L.) e Mocó, ecótipo de G. hirsutum r. marie-galante Hutch., os três tipos principais de algodoeiros nativos, são encontrados nas formas B, C, D e E. Apenas o Mocó apresenta-se, também, como linhagens melhoradas (F) e tem real expressão na economia nacional. Vários outros tipos perenes de G. hirsutum e de G. barbadense, êstes últimos distintos dos tipos nativos, ocorrem como formas domésticas (C) e semi-asselvajadas (B). A única forma selvagem ou asselvajada (A) descoberta - "caicoense" - não parece relacionar-se, pelo menos diretamente, com nenhum dos tipos anteriores. Várias hipóteses são aventadas, principalmente sobre origem, evolução e migração dos três tipos mais difundidos, ampliando as perspectivas das investigações. É apresentado um mapa mostrando a distribuição geográfica dos vários tipos e as regiões de maior interesse a serem exploradas no prosseguimento das investigações.
MILTON GERALDO FUZATTO e POPILIO ANGELO CAVALERI,engenheiros-agrônomos, Seção de Algodão, Instituto Agronômico ( 2 ) SINOPSEUma regressão múltipla, descrevendo a resposta do algodoeiro à adubação fosfatada em função do teor de PO 4 -3 solúvel e da acidez do solo, aquêle dado por dois métodos de análise, é discutida em 126 experimentos de adubação realizados em vários tipos de solo do Estado de São Paulo. Em geral, o índice de acidez se mostrou tão importante quanto o teor de fósforo solúvel, para explicar o efeito da adubação fosfatada, sendo maiores êstes, em solos mais ácidos.Os dois métodos de análise de fósforo no solo, utilizando respectivamente ácido sulfúrico 0,05 N e ácido oxálico + oxalato de potássio N, como soluções extratoras, foram comparados no estudo das correlações. A separação dos ensaios em dois grupos, se conduzidos em solos argilosos ou arenosos, revelou interação entre os métodos de análise e êsses grupos, o que possibilitou apreciar as vantagens e inconvenientes de cada método, nas condições estudadas. -INTRODUÇÃOA possibilidade de utilizar os resultados da análise química do solo como base para recomendações de adubação, vem sendo investigada de longa data em muitos países. Porém, somente depois que foram desenvolvidos processos de extrair do solo certas frações prontamente liberáveis de elementos nutritivos é que se pôde estabelecer relações definidas entre os resultados da aná-lise e o aproveitamento desses elementos pelas plantas. Vários trabalhos têm demonstrado, então, aquela possibilidade. Entretanto, os métodos adotados e os resultados obtidos variam bastante entre os diversos autores.( 1 ) Recebido para publicação em 26 de agôsto de 1966.( 2 ) Os autores agradecem ao Eng.°-Agr.° Osvaldo S. Neves pela orientação e estímulo na realização dêste trabalho.
Durante os anos de 1957 a 1960, instalaram-se cêrca de 400 experiências de adubação para algodoeiro, nas principais zonas de exploração dessa malvácea no Estado de São Paulo. Dessas experiêncis, por diversas causas, só foram aproveitadas 216 para os estudos de fertilidade. Os resultados indicaram maior reação para o fósforo, pequena para o nitrogênio e raramente para o potássio. Estudando-se os teores de fósforo solúvel em H2SO4 0,05 N, foi possível diferenciar dois tipos de reação, um para solos arenosos e outros para argilosos, e estabelecer os respectivos níveis de fertilidade. Foram estabelecidos níveis, apenas preliminares, de reação ao nitrogênio, em virtude do pequeno número de experimentos com resposta significativa a esse elemento. Dado o pequeno número de experiências com reação ao potássio, nenhuma indicação se conseguiu sôbre os níveis de fertilidade para êsse elemento. Verificou-se relação entre o pH do solo e a reação à adubação fosfatada, diminuindo a ação desta com a elevação do pH. As experiências encontradas na literatura, abrangendo os mesmos solos e utilizando os mesmos extratores, permitiram confirmar os níveis de fertilidade preconizados para as condições do Estado de São Paulo.
O aparecimento da murcha de Fusarium do algodoeiro, no Estado de São Paulo, em 1957, estimulou a realização de intensos trabalhos de seleção e estudos genealógicos nos materiais da coleção do Instituto Agronômico. Graças à constituição genética favorável da variedade Auburn 56, de origem norte-americana, variedades resistentes a essa doença e adaptadas às condições estaduais têm sido entregues aos lavradores desde 1963. A partir de 'Auburn 56', por seleção genealógica, foram obtidas, até 1975, as variedades IAC RM3 e IAC RM4 e suas populações melhoradas, IAC 16 e IAC 17, propiciando, até o presente, solução ao problema da murcha de Fusarium na lavoura algodoeira paulista. Os resultados mostraram também que a seleção individual realizada nas condições de ambiente diferente do original constitui meio eficiente de melhorar variedades recém-introduzidas no Estado.
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