Os estudos em metacognição avançaram nas últimas décadas, todavia, ainda não há um corpo teórico amplo capaz de abarcar as especificidades possíveis de serem estabelecidas. Essa constatação nos levou a realizar um breve histórico da introdução do termo “metacognição”, apresentando uma possibilidade para delimitar sua utilização vinculada às intervenções didáticas no campo educacional. Para isso, texto discute a origem do termo; aponta uma possível instituição de componentes para sua conceitualização a partir de entendimentos consensuais; elabora um mapa dos domínios metacognitivos e assume a reflexão metacognitiva como a expressão que interliga os componentes metacognitivos.
Neste artigo apresentamos os resultados de uma investigação que procurou elaborar, por meio de evidências presentes nos textos de Flavell, Brown e seus colaboradores e em entrevistas realizadas com alunos de Ensino Médio, um instrumento de análise que permite traçar perfis metacognitivos. O instrumento é constituído por quinze categorias que emergiram a partir dos procedimentos da Análise Textual Discursiva. As categorias são as seguintes: especificidade do conhecimento; associativa; contextual; estratagema; constatação; processo cognitivo; memorização; experimentos escolares; sentimento de entendimento; interesse; emoções confortáveis; emoções desconfortáveis; comparação com o outro; necessidade do outro; relação com o mundo. O instrumento é utilizado, em um segundo artigo complementar a este, para interpretar os relatos de sete estudantes do Ensino Médio, permitindo evidenciar o perfil metacognitivo de cada um deles.
ResumoNeste artigo apresentamos os resultados de uma investigação que procurou caracterizar o aprendizado em Física de estudantes do Ensino Médio, por meio das percepções e das reflexões que compõem o processo metacognitivo do grupo estudado. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista coletiva que depois de transcrita foi submetida aos procedimentos da Análise Textual Discursiva. Os relatos dos sete estudantes que formaram o grupo foram classificados em quinze categorias emergentes, as quais permitiram evidenciar o perfil metacognitivo de cada um deles. Por meio dos relatos foi possível verificar que os estudantes do grupo entrevistado possuem uma percepção singular de como se relacionam com o processo do aprender e sobre as estratégias que utilizam para que o processo se efetive, demonstrando clareza no reconhecimento do aprendizado de Física e das formas individuais utilizadas para efetivá-lo.Palavras-chave: Ensino de Física; Metacognição; Análise Textual Discursiva; Perfil metacognitivo. AbstractIn this article we present the results of an investigation that sought to characterize the learning in Physics of high school students, through the perceptions and reflections that make up the metacognitive process of the studied group. The data collection was performed through a collective interview that, after being transcribed, was submitted to the Discursive Textual Analysis procedures. The reports of the seven students who formed the group were classified in fifteen emerging categories, which allowed to highlight the metacognitive profile of each of them. Through the reports it was possible to verify that the students of the group interviewed have a unique perception of how they relate to the learning process and the strategies they use to make the process effective, demonstrating clarity in the recognition of the learning of Physics and the ways they used to effect it.
Resumo: Neste artigo trazemos os resultados de uma investigação que analisou os processos metacognitivos de estudantes de Física do Ensino Médio por meio das relações com o saber. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e, posteriormente, submetidos aos procedimentos da Análise Textual Discursiva. As percepções dos estudantes sobre seu processo da aprendizagem foram analisadas com base em três novas categorias metacognitivas, denominadas de epistêmicas, pessoais e sociais. Com isso foi possível afirmar que o saber, o sentir e o valorar estão relacionados ao processo metacognitivo e que o planejamento das ações voltadas para a aprendizagem, seu monitoramento e avaliação, é realimentado pelas emoções e reflexões dos estudantes, as quais emergem do contato com o outro e com o mundo.Palavras-chave: Ensino de física. Ensino médio. Aprendizagem. Metacognição. Abstract:We present the results of an investigation that analyzed the metacognitive processes of learning Physics for High School students. Metacognition here is treated as relationships with knowledge. The data were collected through interviews and later submitted to Discursive Textual Analysis procedures. The students' perceptions about their learning process were analyzed by means of three new metacognitive categories, called epistemic, personal and social. With this, it was possible to affirm that knowing, feeling and valuing are related to the metacognitive process and that the planning of actions focused on learning, its monitoring and evaluation is influenced by the emotions and reflections of the students which emerge from contact with others and with the world.
Os estudos envolvendo metacognição completam 50 anos e revelam uma diversidade de áreas que tem utilizado esse conceito que foi cunhado por Flavell na década de 1970. Além disso, e mais próximo do contexto educacional, a metacognição tem sido apontada como uma proposta que contribui para a aprendizagem, o que tem oportunizado um olhar mais atento aos componentes metacognitivos (e seus respectivos elementos). Considerando a possibilidade de fazer um tributo a John Hurley Flavell que publicou seu primeiro artigo no ano de 1971 apresentando o termo metamemory que deu origem à denominação metacognição, elaboramos este artigo. Nele divulgamos um conjunto de estudos que abordam a utilização da metacognição em salas de aulas em Ciências, apresentando as características e os impactos dessas práticas, bem como trazendo novas possibilidades de estudos e intervenções. Para isso: introduzimos o termo historicamente e alguns detalhes a respeito das primeiras investigações realizadas; descrevemos diversas reflexões sugeridas por quem buscou avançar na compreensão e na aplicação da metacognição em inúmeras áreas; elencamos resultados de pesquisas ocorridas em salas de aulas; destacamos as possibilidades de escolhas e caminhos praticáveis para um Ensino de Ciências pautado em experiências metacognitivas.
Este artigo apresenta um estudo exploratório sobre o uso da palavra “metacognição” em artigos publicados nos periódicos brasileiros de Ensino de Ciências e Matemática dos estratos A1 e A2 da CAPES, de 2007 a 2017. O corpus da pesquisa foi constituído de 430 artigos que foram analisados mediante os procedimentos da Análise de Conteúdo. Foram realizados dois movimentos interpretativos: o primeiro focalizou a intencionalidade geral do artigo, explorando os contextos em que a palavra metacognição foi utilizada, sistematizadas nas seis categorias emergentes: Processo de Aprendizagem; Processo Metacognitivo; Formação de Professores; Instrumento de Avaliação; Objeto de Aprendizagem e Ambiente de Aprendizagem; o segundo buscou pelos significados da palavra metacognição apresentados nos artigos, em que emergiram treze categorias: Processo Metacognitivo; Estratégia Metacognitiva; Habilidade Metacognitiva; Caráter Metacognitivo; Pensamento Metacognitivo; Aprendizagem; Conhecimento Metacognitivo; Metacognição Docente; Autorregulação; Tomada de Consciência; Competência Metacognitiva; Modelo Metacognitivo e Nível Metacognitivo. A partir dessas análises resultou o que chamamos de “diagrama geral” que representa uma síntese das pesquisas sobre metacognição publicadas nos periódicos brasileiros de Ensino de Ciências e Matemática nos últimos 11 anos.
Neste artigo trazemos os resultados de uma investigação que procurou verificar de que forma os questionários aplicados para a coleta de dados configuraram-se como incentivo de entrada ao sistema metacognitivo no processo da aprendizagem em Física. Tal coleta foi realizada ao longo de três anos com estudantes do Ensino Médio. O instrumento proposto para a coleta de dados foi constituído de quatro questionários denominados por: “Autoavaliação” (Q1); “Após a Avaliação” (Q2); “Inventário Metacognitivo” (Q3); e “Questionário Final” (Q4). Analisando as respostas dos estudantes, pôde-se concluir que os questionários Q1 foram instrumentos de incentivo metacognitivo e que proporcionaram a inserção ao processo por meio da reflexão metacognitiva que foi o gatilho para acessar o conhecimento metacognitivo, tanto do autoconhecimento como das manifestações da experiência metacognitiva. Com os questionários Q2 e Q3, foi possível sinalizar que estes também funcionaram como incentivo à entrada ao sistema metacognitivo, possivelmente, por meio da ativação, em alguns momentos, do conhecimento metacognitivo processual. O questionário Q4 proporcionou a identificação do conhecimento metacognitivo, em que o estudante aciona as memórias do processo de tomada de consciência das condições que as estratégias utilizadas afetaram a aprendizagem.
Neste artigo, está apresentada uma análise dos indícios da percepção da aprendizagem metacognitiva de estudantes de pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática, buscando evidenciar conexões presentes nas narrativas apresentadas por esses estudantes ao responderem a um questionário autoavaliativo ao final de uma disciplina, com os domínios da metacognição apresentados em pesquisas anteriores. O questionário foi composto por 24 questões, construídas com o propósito de elucidar os indícios da percepção da aprendizagem metacognitiva dos estudantes e organizado para proporcionar condições de reflexão no processo de aprendizagem. Pode-se afirmar, a partir das respostas analisadas, que os domínios da metacognição, assim como as habilidades metacognitivas, foram evidenciados e se complementam por meio da reflexão metacognitiva permitindo que a experiência metacognitiva acione habilidades metacognitivas e assim reorganize o conhecimento metacognitivo, este interage com a experiência metacognitiva influenciando e provocando manifestações em um fluxo reflexivo constante de aprendizagem e autoconhecimento.
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