Partindo do trabalho como supervisores de estágio acadêmico, desenvolvido em uma clínica-escola do curso de graduação em psicologia, levantam-se questões pertinentes à condução de processos clínicos, fundados na perspectiva psicanalítica, nesses ambientes. É confrontado o lugar do saber e do sujeito na universidade e na psicanálise como elementos que fundam uma ética que é própria a esta - questionando, com isso, alguns efeitos aí produzidos sobre a inserção do aluno no campo psicanalítico e a possibilidade de sua transmissão pelo trabalho de supervisão. Privilegiando os efeitos suscitados pela imposição de um prazo para o encerramento dos atendimentos clínicos desenvolvidos no estágio, o posicionamento freudiano frente a esse dispositivo é tomado como paradigma da posição do analista frente aos impasses que lhe são apresentados no exercício de seu trabalho.
O artigo propõe uma reflexão sobre a possibilidade do encontro com os conceitos teóricos psicanalíticos, na universidade, seja capaz de provocar certo mal-estar, em alguns alunos, diante do qual um pedido de ajuda pode ser endereçado aos professores de psicanálise. Em resposta, cientes de que, como professores, não respondemos do lugar do analista, acreditamos, entretanto, que devemos nos posicionar desde o lugar da psicanálise. Objetivando sustentar tal posicionamento, um episódio em que uma aluna da graduação se tranca em uma das salas da universidade chamando por sua professora será tomado como o exemplo paradigmático de uma experiência que se configurou como clínica para além dos domínios de um processo analítico.
O presente trabalho tem por objetivo discutir, a partir da psicanálise, questões relacionadas à maternidade em formação durante a gravidez, que é interrompida por ocasião da morte do bebê no momento ou logo após o parto. São feitas considerações sobre o efeito traumático desse evento para o psiquismo materno, no que se refere ao enfrentamento da ruptura e desconstrução do processo de maternidade, que durante o período gestacional estava se instalando e foi bruscamente interrompido e sobreposto pelo luto. O artigo encontra suporte em Winnicott e Freud e ancora-se nas noções de: preocupação materna primária, narcisismo, identificação e luto.
ResumoA transmissão da Psicanálise na universidade é questionável, pois existe uma tensão entre as normas que regulam o discurso universitário e o discurso analítico. Pretendese assinalar alguns limites e possibilidades do trabalho com a Psicanálise na universidade. Inicialmente, apresentam-se aqueles dois discursos com base na teoria lacaniana. A seguir investiga-se o modelo de avaliação como uma versão contemporânea do discurso universitário, no qual as questões da subjetividade são silenciadas em proveito da valorização da quantidade de saber. Por último, elege-se o estágio supervisionado como momento privilegiado para pensar a questão da transmissão da Psicanálise na universidade. Conclui-se que, apesar das dificuldades experimentadas no trabalho, a práxis na clínica-escola tem uma função positiva, pois requer do estagiário maior responsabilidade com sua prática. Palavras-chave: psicanálise; universidade; estágio supervisionado. UNIVERSITY DISCOURSE AND THE FUNCTION OF SUPERVISED STAGE IN CLINIC-SCHOOL: CONTRIBUTIONS FROM PSYCHOANALYSIS AbstractThe transmission of Psychoanalysis at the university is questionable because there is a tension between the rules that governs the university discourse and analytic discourse. The article intends to point out some limits and possibilities of working with Psychoanalysis at the university. Initially features two discourses based on Lacanian theory. Following, it investigates the valuation model used in universities as a contemporary version of university discourse. In this model, the issues of subjectivity are silenced in favor of valuing quantity of knowledge. Finally, the article elects supervised stage as a privileged moment of the transmission of Psychoanalysis at the university. Despite the difficulties, we conclude that clinical experience acquired at clinical-school has a positive function because it requires that the intern be responsible for his/her practice.
RESUMO:A experiência da Terapia Ocupacional no uso de atividades como instrumento terapêutico possibilita a promoção de um espaço de criatividade. Neste sentido o estudo buscou identifi car o modo pelo qual o paciente vivencia o processo criativo, ao desenvolver atividades durante o período de internamento e tratamento quimioterápico. Constituindo-se em um estudo de abordagem clinico qualitativa, que utilizou o referencial teórico da teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Para sua realização, foram realizados 5 encontros individuais com 9 pacientes internados para tratamento quimioterápico. O primeiro encontro foi destinado a entrevista inicial e nos demais encontros a proposta consistiu em realizar uma atividade. Ao fi nal de cada encontro o paciente respondia a uma entrevista semi estruturada, que foi audiogravada e o material coletado transcrito. As informações obtidas foram submetidas à análise de conteúdo. A partir desse processo emergiram seis categorias temáticas: a vivência do tempo, o brincar no processo criativo, a subjetividade na ação, a criatividade como metáfora, o emergir da criatividade e crença religiosa. Verifi cou-se que o processo de realização de atividade apresentou-se como um ato criativo que expressava o modo particular pelo qual cada paciente atribuía sentido e signifi cado as suas experiências no mundo. DESCRITORES:Terapia ocupacional; Hospitalização; Atividades humanas; Criatividade. Motta MR, Camargo MJG, Pinheiro NNB. The creative process for chemotherapy in-patients: a contribution from the thought of D. W. Winnicott. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, 2013 maio/ ago, 24(2);141-8.
Resumo: O texto propõe uma reflexão sobre a questão do setting no desenvolvimento de atendimentos psicanalíticos na clínica dita extramuros. Apresenta dois exemplos clínicos conduzidos pelas autoras em contextos não convencionais, a clínica-escola de uma universidade e o ambulatório de psicologia de um hospital geral, para sustentar suas hipóteses sobre o entendimento de setting a partir de uma vertente ética, e não técnica, isto é, para as autoras, setting se refere ao campo teórico que sustenta a condução da clínica, e não ao lugar em que o trabalho transcorre. Em seguida, os ensinamentos de Freud e de Winnicott sobre a questão são tomados como fundamento teórico. Nesse sentido, Freud sustenta uma flexibilidade técnica em contraposição ao rigor teórico. Por sua vez, Winnicott afirma que há uma adaptação ativa do analista às necessidades de seu paciente na condução da clínica. Esses ensinamentos são base para um questionamento radical sobre a própria expressão extramuros, ou seja, em se tratando de psicanálise, há muros? Palavras-chave: Clínica psicanalítica. Setting (Psicanálise). Manejo clínico. Psicanálise Abstract:The present text proposes a reflection on the idea of setting in the conduction of psychoanalytical processes developed in non-conventional environments. It presents two clinical samples conducted by the authors in this kind of environment, a clinical-school of a university and an ambulatory of psychology in a general hospital, to sustain their hypotheses about setting taking this notion from a theoretical frame and not from a technical frame. Then, it makes use of Freud's and Winnicott's teaching as fundamental references for these matters. First of all, Freud supports a flexibility on the technical field in opposition to a rigor in the theoretical field. On his turn, Winnicott sustains that the analyst should make an active adaptation to his patients needs. Those teachings are taken as basis to question the expression outside-wall referring to the psychoanalytical clinic, such as: in reference to psychoanalysis, are there walls? Keywords: Psychoanalytical clinic. Setting (Psychoanalysis). Clinical management. Psychoanalysis.Resumen: El texto propone una reflexión acerca de la cuestión del setting en el desarrollo de atenciones psicoanalíticas en la clínica llamada extramuros. Presenta dos ejemplos clínicos conducidos por las autoras en contextos no convencionales, la clínica-escuela de una universidad y el ambulatorio de psicología de un hospital general con el fin de sostener sus hipótesis acerca del entendimiento de setting a partir de una vertiente ética, y no técnica, es decir, para las autoras, setting se refiere al campo teórico que sostiene la conducción de la clínica, y no al sitio en el cual el trabajo es llevado a cabo. Enseguida, las enseñanzas de Freud y de Winnicott acerca de la cuestión son tomadas como fundamento teórico. En ese sentido, Freud sostiene una flexibilidad técnica en contraposición al rigor teórico. A su vez, Winnicot afirma que existe una adaptación activa del analis...
O presente artigo propõe uma reflexão sobre o trabalho em Psicologia institucional. Utilizando-se da perspectiva teórica de Bleger, é apresentada uma experiência de trabalho desenvolvida em uma instituição localizada na cidade de Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, cujo principal propósito é profissionalizar adolescentes visando a seu ingresso no mercado de trabalho local. Como conclusão, são destacadas a importância e a pertinência do trabalho da Psicologia institucional, o qual permite uma significativa transformação tanto subjetiva, ao possibilitar, aos atores institucionais, a construção de suas próprias vidas, quanto institucional, ao tornar sua dinâmica mais flexível e menos cristalizada no exercício de um poder autoritário.
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