Analisamos como são produzidas e se produzem as Musas Fitness, mapeando suas estratégias para interpelar seguidores/as, entendendo as relações estabelecidas entre as arquiteturas corporais e o consumo. Nesta etnografia virtual, acompanhamos nove mulheres no Instagram por três meses, utilizando a observação e a captura de fotografias e textos. Os resultados apontam para diferentes investimentos na produção de arquiteturas corporais pela via do consumo direcionada à exposição dos corpos; a exibição pública da intimidade; a relação entre bens, serviços, produtos como condição à felicidade. As imagens performáticas de suas vidas espetaculares alimentam a obsessão por um cotidiano irretocável, cujos ruídos e seduções ancoram a promessa infinda de que o consumo dos produtos anunciados envolve o acesso aquele festejado estilo de vida. Assim, somando likes, acumulando seguidores/as, participando de eventos, comercializando produtos, as Musas Fitness reiteram constantemente o imperativo da tríade corpo-consumo-felicidade.
Objetivamos conhecer a percepção de estudantes de Educação Física acerca de comportamentos e comentários homofóbicos e heterossexistas presentes na formação profissional, identificando sugestões para torná-la mais receptiva à diversidade de sujeitos. Esta pesquisa mista contou, primeiramente, com 260 estudantes que responderam um questionário que foi analisado a partir da frequência de respostas. Na segunda etapa participaram 19, divididos em 3 grupos focais, cujo conteúdo foi transcrito e submetido a análise de conteúdo com auxílio do software QSRNVivo. Os resultados apontam que é forte a incidência de comportamentos e comentários homofóbicos e heterossexistas entre estudantes, ocorrendo sobretudo entre os homens. Afirmam que os(as) docentes reforçam ou silenciam diante dessas condutas e pouco colaboram para criar um ambiente seguro e livre de preconceitos. Para alterar esse cenário, é necessário cultivar o respeito, problematizar o currículo heteronormativo e oportunizar diferentes ações que envolvam a comunidade acadêmica.
Inspiradas na abordagem crítico-emancipatória, emergiu o seguinte problema de pesquisa: Como os alunos se sentem em relação às aulas de Educação Física com a perspectiva crítico-emancipatória? Dessa forma, objetivamos identificar a manifestação das emoções de alunos/as nas aulas de Educação Física. Participaram do estudo 15 alunos/as do Ensino Médio de uma escola pública no município de Santa Maria (RS). Ao final de cada aula, os/as estudantes construíam uma narrativa, explanando suas emoções referente aos momentos das aulas. A análise de conteúdo possibilitou constatar que, no decorrer das aulas, a turma expressou emoções variadas que caminham entre positivas, negativas e ambíguas. Também, os/as estudantes participaram das aulas de modo cooperativo, coletivo, demonstrando satisfação e não mencionaram aspectos competitivos. Nesse sentido, a partir do processo de ensino-aprendizagem crítico-emancipatório, as emoções manifestadas pelos/as estudantes durante as aulas auxiliam a compreendermos a necessidade de repensar metodologias tradicionais de ensino da Educação Física brasileira.
Objetivamos explorar as possibilidades em produzir práticas educativas alinhadas com a equidade de gênero na formação docente em Educação Física, sobretudo nas disciplinas de esportes coletivos. Realizamos uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, que contou com a participação de 41 estudantes oriundos de 4 disciplinas de esportes coletivos de um curso de Licenciatura em Educação Física. As fontes de pesquisa foram produzidas a partir de grupos focais e entrevistas, ambas gravadas em um dispositivo digital e transcritas na íntegra. Utilizamos o software Nvivo 12 para organizar e categorizar o material para ser analisado e interpretado à luz do referencial teórico. Os resultados mostram diferentes possibilidades para produzir práticas educativas alinhadas à equidade de gênero, recrutando o engajamento da instituição, a reformulação curricular, a didática dos/as docentes formadores/as e a atuação dos/as futuros/as professores/as como dispositivos para elaborar saberes comprometidos com a equidade de gênero nas aulas. Ainda, os/as acadêmicos/as enunciam fragilidades na formação para produzir ações que promovam a equidade de gênero em suas futuras atuações profissionais, cenário que reafirma a necessidade de a formação docente ressignificar suas práticas educativas, metodologias e saberes de modo a questionar os cânones esportivos e arquitetar uma Educação Física que considere as múltiplas experiências e potencialize as aprendizagens de todos e todas.
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