RESUMO. Neste artigo, problematiza-se a realização de práticas psicológicas mais compatíveis com os princípios que orientam a organização da atenção à saúde no SUS e os desafios decorrentes da inserção de psicólogos na saúde coletiva. Tem-se como objetivo apresentar uma proposta de atuação psicológica coletiva como uma estratégia de trabalho no campo da saúde coletiva, destacando a importância de um caráter mais socioculturalmente orientado. Através de entrevistas semiestruturadas descreveram-se trajetórias profissionais de psicólogos, distribuídos em UBSs da Secretária Municipal de Saúde de Salvador-BA, em 2003. Para isto utilizaram-se três modalidades de trajetórias profissionais, considerando as práticas psicológicas desenvolvidas e os significados a elas atribuídos: de conflito, de reprodução e de construção. Definiu-se a atuação psicológica coletiva e tomou-se para este artigo uma trajetória profissional de construção como ponto de partida. Palavras-chave: atuação psicológica coletiva, unidades básicas de saúde, trajetória profissional.
Resumo: Este artigo tem como objetivo discutir a formação de psicólogos na modalidade de residência multiprofissional, considerando os significados e os sentidos construídos pelos residentes e preceptores sobre o cotidiano da aprendizagem pelo trabalho. Trata-se da primeira turma de uma residência multiprofissional em saúde coletiva com área de concentração em saúde mental, iniciada em 2008, com 15 residentes de seis áreas diferentes, três delas psicólogas. Inspirou-se teórico-metodologicamente na vertente da Psicologia social das práticas discursivas e da produção de sentido e na escrita etnográfica da Antropologia interpretativa. Utilizaram-se, na coleta de dados, entrevistas semiestruturadas com os residentes, grupo focal com os tutores e diário de campo. A análise dos repertórios interpretativos das psicólogas-residentes e demais entrevistados está organizada em dois eixos: Psicologia como campo de saber e como campo de fazer. A participação das psicólogas na residência multiprofissional tende a refinar as habilidades do seu núcleo profissional compatíveis com as necessidades do campo da saúde mental. Essa residência tende a proporcionar uma formação transdisciplinar, uma vez que está atenta à dimensão subjetiva da formação dos residentes. Palavras-chave: Residência não-médica. Formação do psicólogo. Saúde mental. Transdisciplinaridade. Abstract:The objective of this study is to discuss the education of psychologists within multi-professional residencies, considering the meanings and the sense constructed by the residents and tutors about the daily learning process during work. The focus of the study is the first group of residents in a multi-professional residency in collective health with emphasis in mental health. The residency started in 2008 with 15 residents from six different areas, three of them from psychology. The study's theoretical-methodological base was inspired by a line of the social psychology of discursive practices and meaning production, and on the ethnographic writings from interpretative anthropology. For data gathering, the study used semistructured interviews with the residents, a focus group with the tutors, as well as a field diary. The analysis of the interpretative repertoires of the psychology residents and other interviewees was organized into two main areas: psychology as an area of knowledge and as an area of construction. The participation of the psychologists in the multi-professional residency tends to refine the abilities of their professional body congruent with the needs of the field of mental health. This residency is inclined to provide a transdisciplinary education, once it is attentive to the subjective dimension of the education of the residents. Keywords: Non-medical residency. Psychologist education. Mental health. Transdisciplinarity.Resumen: Este artículo tiene como objetivo discutir la formación de psicólogos en la modalidad de residencia Multiprofesional, considerando los significados y sentidos construidos por los residentes y preceptores sobre el cotidiano d...
Resumo: Buscou-se compreender como atuam os psicólogos e quais significados atribuem às práticas psicológicas desenvolvidas nos serviços públicos de saúde de Salvador. Utilizou-se o modelo teórico-metodológico de Sistema de Signos, Significados e Práticas. Entrevistaram-se 21 psicólogos dos 24 vinculados à Secretaria Municipal de Saúde, com roteiros semi-estruturados. Observou-se a predominância da oferta de psicoterapia individual com orientação psicanalítica. Discutem-se duas modalidades de práticas psicológicas (psicoterapias e para-psicoterapias), considerandose a inadequação das técnicas psicológicas a uma parte da população distante de um padrão intimista e detalhista de expressar os problemas de saúde. Identificaram-se duas dimensões de significação dos problemas de saúde; a) individual caracteriza-se pela estrutura psíquica do usuário, do tipo e da gravidade da doença; b) coletiva caracteriza-se pelos aspectos socioeconômicos e culturais. A escuta psicológica pode seguir uma tendência mais asséptica ou cautelosa em relação às dimensões identificadas. Discute-se a hipótese de que há seleção socioeconômica e cultural da clientela. Palavras-Chaves: psicoterapia; saúde mental; serviços públicos de saúde; atendimento psicológico; signos, significados e práticas.Abstract:The aim of this study was to understand how psychologists perform and what meanings they attribute to the psychological practices developed within the public health services in Salvador. A theoreticmethodological model of systems of signs, meanings and practices was used. Twenty-one psychologists were interviewed from the 24 associated with the Municipal Department of Health, using semi-structured interviews. It was observed that the predominant service was individual psychotherapy based on psychoanalysis. Two types of practices are discussed: psychotherapy and para-psychotherapy. These practices were considered inadequate for part of the population who were distant from a standard of intimacy and detail expressing health problems. Two dimensions of meaning related to health problems were identified: a) individual, characterized by the psychic structure of the patient, the type, and the acuteness of the disease. b) Collective, characterized by the socioeconomic and cultural aspects. Psychological listening could suggest a more aseptic or cautious tendency in relation to the dimensions identified. The study discusses the hypothesis that there is a socioeconomic and cultural selection of the clientele.
O Integrar/SUS-Educação é um projeto que articula ensino e extensão no campo da saúde pública/ coletiva para a formação de estudantes de Psicologia, na perspectiva da integração universidade-serviçocomunidade, em Salvador-Bahia. A parceria com o Centro Saúde São Francisco (SMS-Salvador) e com o Curso de Psicologia (IPS/UFBA) conjuga duas motivações: 1) garantir a inserção dos estudantes em contextos de trabalho desde a graduação no campo da saúde coletiva/pública, particularmente na atenção básica à saúde, e 2) otimizar os recursos para a consolidação do programa Saúde e Prevenção nas Escolas, com o foco em DST/HIV/AIDS. O presente projeto capacitou 308 graduandos, realizou 149 oficinas Árvore dos Prazeres, envolveu 4.550 jovens e distribuiu 8.500 preservativos em 15 escolas públicas de Salvador, entre 2007 a 2011. Essa experiência tem favorecido o processo ensino-aprendizagem, desenvolvendo habilidades para fazeres na atenção básica, e potencializado o CS - SF como serviço de referência para os jovens e graduandos de Psicologia.
Este ensaio objetiva discutir duas narrativas concorrentes sobre o eu feminino (uma construída pelo patriarcado, produzida, sobretudo, pelos discursos médicos-científicos durante o século XIX e outra que apresenta a resistência feminina frente às opressões patriarcais), bem como analisar as repercussões de ambas as narrativas na construção do eu e na saúde mental das mulheres. Adotamos como referencial teórico a Psicologia Social Construcionista e o Feminismo Interseccional. A Psicologia Social Construcionista concebe o eu como um recurso discursivo, situado histórica, social e culturalmente. Nesse sentido, recusa tanto uma visão essencialista sobre o eu e sobre o feminino quanto a proposta individualista de construção do eu. Assume que a construção do eu ocorre com narrativas inteligíveis sobre si mesmo e, nessa construção, narrativas históricas também se fazem presentes. Assim, os discursos construídos historicamente pela ciência, especialmente a ciência médica, participam da construção do eu, inclusive da performance de gênero. Compreendemos as narrativas como produtoras de subjetividades; devido a isso, reconhecemos a importância de destacar as narrativas paralelas, que salientam a resistência feminina. Ademais, a retomada histórica permite perceber que determinadas crenças, valores e preconceitos foram estabelecidos historicamente e, sendo assim, outras narrativas também são possíveis.
Este artigo objetiva refletir criticamente sobre a produção na literatura a respeito do adoecimento mental de mulheres em relação ao ciclo reprodutivo feminino, com destaque para marcadores sociais como raça e classe social. Trata-se de um recorte da revisão de literaura de uma tese que selecionou 80 artigos, correspondente à categoria “ciclo reprodutivo”, totalizando 22 artigos. Na introdução fazemos uma retomada histórica da associação do ciclo reprodutivo à saúde mental feminina, advinda de uma leitura essencialista da mulher e da medicalização de seu corpo. Como referencial teórico, adotamos a Psicologia Social Construcionista e o Feminismo Interseccional. A pesquisa foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde e caracteriza-se como revisão de literatura integrativa. Na seleção consideramos artigos em inglês, português e espanhol no período entre 2014 a 2018. Os textos foram divididos em subtemas relacionados ao objetivo do artigo, considerando o transtorno mental e algum período do ciclo reprodutivo feminino. Os achados da revisão enfocam os determinantes sociais envolvidos no adoecimento feminino, como pobreza, sobrecarga de trabalho e violência. Concluímos que as informações do estudo permitem desessencializar o adoecimento mental feminino, indicando que as atribuições sociais às mulheres têm sido fonte de adoecimento para elas.
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