Este artigo traz algumas reflexões em torno das novas configurações familiares, ou melhor, de modelos familiares que têm tido mais visibilidade, abordando como a temática das famílias gays e lésbicas tem aparecido nos últimos anos no Brasil através da mídia e das mobilizações GLBTT em torno da lei da parceria civil, que tramita há vários anos no Congresso Nacional, trazendo alguns exemplos das pesquisas brasileiras desenvolvidas recentemente.
Este artigo é uma versão da trajetória da Revista Estudos Feministas em sua primeira fase na UFSC (1999/2002). O artigo está subdivido em três partes: na primeira é feita uma rápida revisão da literatura sobre o feminismo e os estudos de gênero no Brasil, na segunda é relatada a transferência da Revista Estudos Feministas do Rio de Janeiro para Santa Catarina e na terceira é feita uma reflexão sobre o papel desta revista acadêmica no diálogo com o movimento e com campo de estudos de gênero, feminista e de estudos sobre mulher no Brasil.
reúne artigos de pesquisadoras/es que investigam os significados e as implicações da visibilidade social crescente de casais, com ou sem filhos, formados por pessoas do mesmo sexo ou quando um dos cônjuges é transgênero. Com esta iniciativa pioneira tem-se por objetivo ampliar os debates no meio acadêmico e na sociedade brasileira acerca dos sentidos da família, nas dimensões conjugal e parental, como instituição social capaz de proporcionar amparo e proteção aos indivíduos. Por outro lado, busca-se publicizar os conflitos entre atores sociais distintos, os quais afirmam/negam a legitimidade de arranjos familiares constituídos fora da norma heterocêntrica. Também é importante dizer que esta publicação se insere no conjunto das atividades realizadas pela Rede Brasileira de Pesquisadores sobre Conjugalidades e Parentalidades, coordenada pelos organizadores deste Dossiê, os quais desenvolvem o projeto de pesquisa "Parceria Civil, Conjugalidade e Homoparentalidade", apoiado pelo CNPq. 1 Não há dúvidas de que a maior parte dos debates políticos e também acadêmicos sobre conjugalidades e parentalidades de gays, lésbicas e transgêneros situa-se nos países de capitalismo central, em especial norte-americanos e europeus. Nesse cenário, a reflexão acadêmica tem sido feita dentro de dois grandes campos. De um lado, no campo de estudos feministas/de gênero e de estudos queer, com autores como Judith Butler nos Estados Unidos, Eric Fassin e Joan Scott na França ou Miguel Vale de Almeida em Portugal. 2 De outro, no campo mais amplo do pensamento social contemporâneo, com autores como Anthony Giddens, Elisabeth Roudinesco, Geneviève Delaisy, Manuel Castells, Maurice Godelier, Pierre Bourdieu ou Zygmunt Bauman, 3 que têm discutido a relevância política das demandas de homossexuais e transgêneros, bem como sua centralidade para a compreensão das possibilidades de redefinição das formas de organização das sociedades humanas. Em lugares como a França, onde alguns de nós têm feito pesquisa sobre essas questões, o debate reúne posições extremadas, e é curioso observar como estas-contrárias ou favoráveis ao reconhecimento da parentalidade e da conjugalidade
Interruption volontaire de grossesse; 1 Dire sa vie. Entre travail et famille. La construction sociale des trajectoires; 2 L'excellence scolaire, une affaire de famille; 3 De la contraception à l'avortement. Sociologie des grossesses non prévues. 4 Publicou em português "A exclusão das mulheres da prática das ciências: uma manifestação sutil da dominação masculina", no número especial da Revista Estudos Feministas-França, Brasil, Québec, 5 e organizou o número especial do Caderno CRH-Questões de método: do qualitativo ao quantitativo. 6 Na entrevista a seguir, realizada quando de sua passagem por Florianópolis em setembro de 2004, a convite da linha de gênero do Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC, explora-se a formação do campo científico dos estudos sobre mulheres e dos estudos de gênero na França, resgatando uma história que é também a nossa.
RESUMO Partimos da hipótese de que se a mulher é preterida em vários espaços, com a Lei Maria da Penha ela se depara ainda mais marginalizada, especialmente pelo fato de a lei "incluir" o gênero feminino na ordem do discurso jurídico em um texto separado da Constituição Federal 1988, o que (re)afirma a diferença. Temos por objetivo problematizar, por meio de um recorte discursivo, entre excertos que articulam as situações consideradas (as)seguradas pelo aparato jurídico, possíveis efeitos de sentidos corporificados na materialidade linguística do texto legal, que denunciam estereotipação. Pautamo-nos nas contribuições de teóricos da perspectiva discursiva, que discorrem que o discurso se constitui sobre o primado dos interdiscursos, e que todo texto é construído, sobretudo, pela presença do o(O)utro, pela heterogeneidade; da desconstrução, por meio dos balizamentos teóricos derridianos; do suporte metodológico foucaultiano, o arqueogenealógico que vem suplementar as metodologias teóricas da perspectiva discursiva. Resultados levam-nos a afirmar que o texto da lei divorcia direitos de fatos, mediante um conjunto de estratégias de legitimação de "verdades" disseminadas por práticas que circulam e (res)significam (n)o tecido da formação social práticas sociais: ser mulher é estar à margem, sem dignidade, sem poder. ABSTRACT We start from the hypothesis that if a woman is deprecated in several branches, with the Maria da Penha Law she faces herself even more marginalized, especially because the law "includes" the female gender in the order of legal discourse in a separate text of the
É possível ensinar gênero na escola? Análise de experiências de formação em gênero, sexualidade e diversidades em Santa Catarina Resumo Este trabalho reflete sobre desafios da sensibilização pedagógica aos temas de gênero e sexualidade a partir de diferentes experiências de formação de professoras/es e estudantes de diferentes níveis de ensino (pré-escola, fundamental, médio e universitário) realizadas nos cursos de aperfeiçoamento e especialização "Gênero e Diversidade na Escola" (GDE/SECADI), no "Projeto Papo Sério" (NIGS/PROEXT), em cursos vinculados ao Programa Pró-Equidade de Gênero e no Programa Iniciação à Docência em Ciências Sociais (PIBID/CAPES) desenvolvidos entre 2009 e 2016, sob nossa coordenação, na UFSC e na UFFS. Sabemos que escolas e universidades são espaços contraditórios. Nelas se reproduzem hierarquias e assimetrias, promovem-se violências ou compactua-se com elas, silencia-se e se insiste em modelos normativos. Todavia, é também nesses espaços que se tem produzido um importante movimento de transformação social, marcado pela busca crescente de formação de professores/as e estudantes nas temáticas de gênero e sexualidade. Assim, um dos principais desafios da formação em gênero e sexualidade é sensibilizar as pessoas a uma perspectiva crítica sobre as relações sociais naturalizadas pela dominação, exclusão e discriminação. Essa sensibilização se dá, via de regra, pela "descoberta" das pessoas em formação de situações de seus cotidianos e de relações pessoais marcadas por violências das mais diferentes ordens: dupla ou tripla jornada de trabalho, relações conjugais e familiares hierárquicas, sexismo, misoginia, capacitismo, racismo, homo-lesbo-transfobia. Refletiremos, a partir de exemplos concretos, sobre nossa experiência de formação de professoras/es e estudantes nesse campo, mostrando as potencialidades dessa formação para a transformação das relações sociais marcadas por diferentes violências.
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