É possível ensinar gênero na escola? Análise de experiências de formação em gênero, sexualidade e diversidades em Santa Catarina Resumo Este trabalho reflete sobre desafios da sensibilização pedagógica aos temas de gênero e sexualidade a partir de diferentes experiências de formação de professoras/es e estudantes de diferentes níveis de ensino (pré-escola, fundamental, médio e universitário) realizadas nos cursos de aperfeiçoamento e especialização "Gênero e Diversidade na Escola" (GDE/SECADI), no "Projeto Papo Sério" (NIGS/PROEXT), em cursos vinculados ao Programa Pró-Equidade de Gênero e no Programa Iniciação à Docência em Ciências Sociais (PIBID/CAPES) desenvolvidos entre 2009 e 2016, sob nossa coordenação, na UFSC e na UFFS. Sabemos que escolas e universidades são espaços contraditórios. Nelas se reproduzem hierarquias e assimetrias, promovem-se violências ou compactua-se com elas, silencia-se e se insiste em modelos normativos. Todavia, é também nesses espaços que se tem produzido um importante movimento de transformação social, marcado pela busca crescente de formação de professores/as e estudantes nas temáticas de gênero e sexualidade. Assim, um dos principais desafios da formação em gênero e sexualidade é sensibilizar as pessoas a uma perspectiva crítica sobre as relações sociais naturalizadas pela dominação, exclusão e discriminação. Essa sensibilização se dá, via de regra, pela "descoberta" das pessoas em formação de situações de seus cotidianos e de relações pessoais marcadas por violências das mais diferentes ordens: dupla ou tripla jornada de trabalho, relações conjugais e familiares hierárquicas, sexismo, misoginia, capacitismo, racismo, homo-lesbo-transfobia. Refletiremos, a partir de exemplos concretos, sobre nossa experiência de formação de professoras/es e estudantes nesse campo, mostrando as potencialidades dessa formação para a transformação das relações sociais marcadas por diferentes violências.
Este trabalho tem o objetivo de apresentar e discutir alguns impactos da formação em gênero e sexualidade entre estudantes e profissionais da educação participantes de programas de iniciação e formação continuada oferecidos pelo governo brasileiro através de universidades públicas entre 2010 e 2014. As instituições educacionais são espaços para socialização e produção do conhecimento por excelência, ao mesmo tempo em que promovem o encontro com as diferenças culturais, religiosas, sexuais, de classe social, de cor de pele e de gênero. São espaços contraditórios pois, ao mesmo tempo que reproduzem hierarquias, assimetrias, promovem ou compactuam com violências, silenciam e insistem em modelos normativos, são espaços para experimentações, transgressões, questionamentos, propostas, promoção de medidas visando o enfrentamento das violências e valorização da diversidade. É sobre essas contradições e impactos que nos debruçamos neste trabalho, tendo como foco projetos pioneiros de formação de estudantes e profissionais da educação básica no Brasil.
Este é um estudo sobre os discursos contemporâneos a respeito do Profeta São João Maria em Santa Catarina. Partindo da noção de discurso como ação humana significativa, afirmo que os discursos a respeito de João Maria são resignificados pelas pessoas a partir de sua cultura histórica, possuem temporalidade, expressam algo e são disponibilizados para outras leituras e interpretações. A partir de critérios próprios, as pessoas legitimam João Maria como profeta e este se torna adequado na interpretação de mundo, no controle da indeterminação do mundo, para anunciar e acabar com o mal, reagir contra aquilo que não está de acordo com sua cultura ou anunciar o mundo desejado.
Neste texto, trataremos de apresentar resultados parciais de pesquisa levada a cabo na área rural de Santa Catarina enfocando o segmento da população camponesa identificada como “caboclos” – que será observada a partir do contexto rural mas considerando o processo migratório campo-cidade-campo que caracteriza a dinâmica populacional deste segmento nos tempos atuais. Trata-se de abordar esta parcela da população a partir das diversas categorias identitárias buscando identificar os critérios de atribuição destas categorias, sua operacionalidade política (para a população alvo), científica (para os pesquisadores) e a dinâmica cultural subjacente aos diversos processos históricos a ele associados. Ao tratar do conceito de cultura cabocla, optamos por uma visão não essencialista que negue a abordagem de cultura como totalidade – distinta, homogênea, estável e atemporal (Wolf, 2003:12), e buscamos enfocar a dinâmica cultural em suas facetas, especialmente as manifestações religiosas, numa perspectiva relacional, com destaque para as interações e interconexões sociais (Hall, 2003).
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