The objective of this study is to assess the effectiveness of community health workers (CHWs) in Brazil. This systematic review included all studies that sought to assess interventions involving CHWs. Despite the low quality of evidence for most outcomes, analysis of the 23 publications included often found benefit for CHW intervention, best documented for frequency of child weighing, prevalence of breast-feeding, and delayed introduction of bottle-feeding. These findings and the current major role CHWs play in Brazil suggest that clarifying the benefit of CHW actions across a broad range of health care interventions should be a major research priority.
O herpesvírus que causa a varicela (catapora) persiste de forma latente no sistema nervoso, podendo se reativar e propagar através das raízes nervosas e se manifestar de forma tardia através de lesões cutâneas dolorosas, condição essa denominada herpes-zóster. O diagnóstico é primariamente clínico, devendo ser feito diagnóstico diferencial com impetigo, dermatite de contato, dermatite herpetiforme e, também, com o próprio herpes simples. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento deve ser instituído nas primeiras 72 horas após a erupção das lesões e tem como base a terapia antiviral. Dentre os antivirais, o valaciclovir e o fanciclovir têm eficácia superior quando comparados ao aciclovir. A complicação mais frequente do herpes-zóster é a neuralgia pós-herpética, usualmente manejada com antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, lidocaína tópica ou capsaicina. Recentemente foi introduzida no Brasil uma vacina de vírus atenuado para o herpes-zóster, composta pelo mesmo vírus da vacina contra varicela, porém em concentração maior. Entretanto, essa vacina ainda apresenta custo elevado e não está disponível no Sistema Único de Saúde.
Ao longo do último ano, com o Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB), ganhou força a discussão sobre o provimento de médicos para a atenção primária brasileira. O debate vem sendo acirrado, permeado por discussões ideológicas, e frequentemente se desviando de uma análise cientificamente embasada dos temas em questão. Um dos poucos pontos consensuais é que a distribuição de médicos nas diferentes regiões do Brasil é muito desigual,1,2 contribuindo para o que vem sendo denominado defasagem rural-urbana.Mesmo enfrentando forte oposição, especialmente das entidades médicas,3 o PMMB foi em frente, contando atualmente com mais de 14 mil profissionais, de diferentes nacionalidades, dos quais cerca de 11 mil são cubanos. Esses médicos estão distribuídos em 3,8 mil municípios e 33 distritos de saúde indígena,4 todos teoricamente trabalhando na Estratégia Saúde da Família, ou seja, atuando na porta de entrada do sistema de saúde. Esse projeto constitui hoje a principal política pública de provimento de recursos humanos para parcela significativa da população brasileira e é a primeira etapa, atualmente a mais visível, de um programa mais amplo de reformulação da força de trabalho médica no país, denominado Programa Mais Médicos,5 a maior parte do qual está em construção.Embora o alcance dessa iniciativa seja inegável, deve-se destacar a preocupação quanto à sua sustentabilidade a longo prazo, que dependerá do sucesso dos demais componentes do programa e da superação das deficiências do PMMB. Uma das principais deficiências é que esse projeto prevê a contratação do médico por um período de três anos,5 sem estarem definidas estratégias claras para sua fixação ou substituição por outro profissional que irá permanecer na mesma comunidade por um tempo maior. Pelo contrário, a partir do momento em que o gestor municipal fica desobrigado ao pagamento dos salários, devendo apenas oferecer uma contrapartida de moradia e alimentação, constrói-se uma grande dependência dos municípios sobre o programa, o que pode ser extremamente destrutivo para o processo de estruturação de sistemas de saúde locais. De fato, tem havido relatos de demissão de médicos para dar lugar a esses médicos novos temporários,6 mesmo isso estando contra as regras do programa.5.Por esse motivo, o consenso internacional é de que, paralelamente a estratégias de curto prazo para provimento de profissionais médicos, deveriam ser implementadas medidas de médio e longo prazo, multifacetadas e focadas na retenção dos profissionais.7 Deveria-se também investir na construção de um sistema de saúde forte, regionalizado e alicerçado nos atributos da atenção primária: primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado.8 Os interesses imediatistas de provimento não podem conflitar com a necessidade a longo prazo de fixação de profissionais e de integração destes em um sistema de saúde bem estruturado. Os incentivos para a estruturação a longo prazo do sistema de saúde local deveriam parecer aos gestores municipais mais atraentes do que o pagamento pelo governo federal de bolsas para os profissionais temporários do PMMB.Um componente fundamental de uma política de estruturação de sistemas de saúde para áreas rurais e remotas é a formação de recursos humanos capacitados para atuarem nessas regiões. Isso envolve a reorganização dos currículos médicos e a descentralização da formação em saúde, juntamente com medidas para facilitar o acesso de estudantes do interior aos cursos de medicina.7 O padrão-ouro para a formação pós-graduada de médicos para a atenção primária de áreas rurais e remotas é o treinamento em programas de residência em Medicina de Família e Comunidade, que os capacita para serem resolutivos no manejo dos problemas mais frequentes vistos nos territórios em que atuam, inclusive nas regiões rurais, bem como para prestarem cuidado continuado às populações que habitam nesses territórios. Para debater esses e outros importantes assuntos ligados à saúde das populações rurais, foi realizada este ano, em Gramado, a 12ª Conferência Mundial de Saúde Rural, que reuniu mais de 700 participantes de mais de 20 países, incluindo autoridades mundiais nesse tema. Durante a conferência, foi elaborada a Declaração de Gramado, que está sendo publicada neste número da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade9, e que propõe recomendações sobre como melhorar a saúde rural por meio da organização de sistemas de saúde e sobre como estruturar políticas de recursos humanos para atuarem nesses sistemas. Essas recomendações, se incorporadas no desenho das políticas para provimento e fixação de médicos no Brasil, têm grande potencial de contribuir para superar a defasagem rural-urbana e propiciar cuidados de saúde de qualidade para a população que mora em áreas rurais e remotas.
É com muita satisfação que publicamos o número 34, volume 10, da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (RBMFC), inaugurando o ano de 2015. A partir deste número, estamos indexados na base LILACS de forma condicional, a decisão final estando dependente dos próximos dois números da revista. Para consolidar essa conquista e buscar novas indexações, estaremos ao longo deste ano implementando novas melhorias, como reformulação do corpo editorial, qualificação do processo de revisão por pares, aumento do número de artigos publicados, adaptações no layout, criação de novas seções (p.ex., resenhas e clube de revista) e publicação ‘Online First’ (disponibilização online dos artigos após sua aprovação, antes de sua efetiva publicação). Essa iniciativa visa dar mais dinamismo ao periódico e sintonizar com as tendências internacionais de produção de artigos científicos. Assim, a RBMFC passará a publicar os artigos aprovados pelo corpo editorial de forma mais continuada na medida em que os artigos tenham seus processos de editoração finalizados. Desse modo, a edição trimestral será composta pela seleção do conjunto de artigos já publicados. Os PDFs dos artigos passarão a estar disponíveis no website www.rbmfc.org.br com links para os artigos online. Estamos dessa forma buscando garantir um fluxo de publicação mais contínuo dos temas mais pesquisados na área da Atenção Primária à Saúde e medicina de família. Cada artigo online possui um identificador único, ou DOI. Este identificador deve ser usado ao serem citados quaisquer artigos publicados pela RBMFC. A forma da citação, como no exemplo a seguir http://dx.doi.org/10.5712/ rbmfc10(34)1111 aparece em todos os artigos já publicados pela RBMFC. No entanto, a revista não fará mais a numeração continuada de páginas que impossibilitava tal adequação ao dinamismo exigido atualmente pelos periódicos científicos. Essas inovações ocorrerão de forma gradual ao longo deste ano.Os médicos de família e comunidade Gustavo Gusso e Paulo Poli assumirão como os editores-chefes, contribuindo com sua bagagem clínica, de gestão e de ensino universitário. Passaremos também a contar com um maior número de editores associados, para acelerar e qualificar o processo de revisão por pares. Além disso, a Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC), à qual a RBMFC é filiada, firmou acordo com o sistema iThenticate, o que permitirá que todos os artigos submetidos à revista passem por avaliação quanto ao teor de plágio.Neste número, aumentamos a proporção de artigos originais e revisões sistemáticas, contando com 7 artigos originais e 2 revisões sistemáticas. Os temas são variados, refletindo o amplo escopo da nossa especialidade e do campo da Atenção Primária à Saúde (APS). Os temas dos artigos originais incluem: Medicina Centrada na Pessoa; associação entre depressão e hiperutilização de serviços de saúde; percepções dos profissionais de saúde sobre a Estratégia Saúde da Família; acolhimento e Núcleo de Apoio à Saúde da Família; conhecimento na comunidade sobre parasitoses intestinais; conhecimentos dos agentes comunitários de saúde sobre crack e outras drogas; e associação entre risco familiar e saúde bucal. As revisões sistemáticas abordam o burnout de médicos da APS e a produção científica sobre avaliação na APS no Brasil. Publicamos também um ensaio que descreve o modelo de acompanhamento do pré-natal e do parto de risco habitual por obstetrizes na Inglaterra e propõe sua adaptação para a realidade brasileira, bem como um relato de dois casos clínicos sobre fluorose dentária e um relato de experiência sobre o uso de metodologias ativas no ensino da medicina de família e comunidade na graduação. A entrevista deste número é com o subsecretário geral de saúde do Rio de Janeiro, José Carlos Prado Jr, em que este relata as estratégias utilizadas pelo município para aumentar o número de vagas de residência em Medicina e Família e Comunidade efetivamente ocupadas. Por fim, inauguramos neste número uma seção de resenhas de livros relevantes para a nossa prática clínica, abordando desta vez o livro Estratégias da Medicina Preventiva, de Geoffrey Rose.Desejamos a todos uma boa leitura!Michael Schmidt DuncanArmando Henrique NormanLeonardo Ferreira FontenelleEditores
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