O herpesvírus que causa a varicela (catapora) persiste de forma latente no sistema nervoso, podendo se reativar e propagar através das raízes nervosas e se manifestar de forma tardia através de lesões cutâneas dolorosas, condição essa denominada herpes-zóster. O diagnóstico é primariamente clínico, devendo ser feito diagnóstico diferencial com impetigo, dermatite de contato, dermatite herpetiforme e, também, com o próprio herpes simples. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento deve ser instituído nas primeiras 72 horas após a erupção das lesões e tem como base a terapia antiviral. Dentre os antivirais, o valaciclovir e o fanciclovir têm eficácia superior quando comparados ao aciclovir. A complicação mais frequente do herpes-zóster é a neuralgia pós-herpética, usualmente manejada com antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, lidocaína tópica ou capsaicina. Recentemente foi introduzida no Brasil uma vacina de vírus atenuado para o herpes-zóster, composta pelo mesmo vírus da vacina contra varicela, porém em concentração maior. Entretanto, essa vacina ainda apresenta custo elevado e não está disponível no Sistema Único de Saúde.
Introdução: A automedicação para COVID-19 é considerada um problema emergente e que reflete o momento de infodemia e de crescimento da doença no Brasil. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde, em que ocorre a maior parte do acesso dos casos leves e moderados de COVID-19, tem-se mostrado um lugar privilegiado para a abordagem de pacientes em uso irracional desses medicamentos. Objetivo: Discutir questões sobre a automedicação voltada para a COVID-19, abordando particularidades do processo de trabalho do médico de família e comunidade (MFC) e as perspectivas para esses profissionais num cenário de grandes tensões político-sanitárias. Métodos: Trata-se de um ensaio teórico que se baseia nas premissas do uso racional de medicamentos (URM) e da medicina baseada em evidências para sintetizar uma proposta de atuação de MFC à luz dos principais documentos e normativas produzidas sobre o tratamento da COVID-19 no país. Resultados: Por meio do referencial teórico, são apresentadas duas estratégias principais para a abordagem dos casos de automedicação para COVID-19: uma do ponto de vista individual, que envolve a desprescrição desses medicamentos mediante um entendimento acordado entre o MFC e o paciente; e uma de cunho sistêmico, ligada ao combate à venda irregular de medicamentos voltados para a COVID-19 no território de atuação desse profissional. Conclusões: As disputas políticas em torno da pandemia ainda continuam vivas e devem persistir por longa data no Brasil. Cabe aos profissionais de saúde e à sociedade como um todo defender o URM e combater a utilização de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou potencialmente inadequados no contexto da COVID-19, protegendo assim a vida e o bom uso dos recursos da população.
Objetivo: discutir os desafios para a construção de uma política pública de segurança do paciente na Atenção Primária à Saúde (APS) brasileira frente ao crescimento da síndrome de burnout entre seus profissionais. Metodologia: pesquisa bibliográfica e documental sobre a segurança do paciente e o burnout entre trabalhadores da APS utilizando o referencial dos direitos humanos e a matriz teórica de Maslach e Jackson. Resultados: o burnout possui implicações sanitárias severas nos profissionais da APS e repercute sobre o processo de trabalho das equipes, gerando prejuízos nas ações e estratégias de segurança do paciente. As políticas de segurança do paciente e de saúde do trabalhador no Brasil são dialógicas e complementares, mas mostram-se insuficientes para impactar o cenário do burnout na APS frente à estagnação e retrocessos vivenciados recentemente nesse nível de atenção. Considerações finais: a resposta institucional para a abordagem da síndrome de burnout na APS tem sido insatisfatória. Para além do arcabouço das políticas preexistentes, mostra-se urgente a realização de mudanças no financiamento da APS e no aporte de equipes multiprofissionais para a melhoria das condições de trabalho que, em última instância, refletem na segurança do paciente na rede primária.
A Atenção Primária é a “porta de entrada” aos serviços de saúde, contando com uma rede descentralizada de grande capilaridade. As Unidades Básicas de Saúde são os locais onde são desempenhadas as ações de alta complexidade e baixa densidade, mas de grande variedade segundo as necessidades da população atendida. Diante da diversidade de demandas atendidas nas unidades básicas, é necessário desenhar um planejamento estratégico como forma de organizar e melhorar a eficiência e qualidade do serviço prestado. Para tal foi utilizado o método Altair de planificação popular (MAPP), proposto por Carlos Matus, como arcabouço do planejamento estratégico situacional. Para encontrar as dez principais doenças da população Unidade Básica de Saúde número 15 de Ceilândia-DF, foram utilizados dados de consultas individuais do sistema SIAB/e-SUS, no intervalo de 01 de janeiro de 2018 até 30 de novembro de 2018. Após uma classificação de prioridade, utilizando os critérios de transcendência, urgência e capacidade, a Hipertensão Arterial Sistêmica foi selecionada para análise, com o objetivo final de construir um plano de ação para o seu controle rígido na unidade. O plano de ações alfa específicas incluiu, dentre outros, o aumento no número de consultas, aumento do número de matriciamento, qualificação de toda a equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e visitas dos agente comunitário de saúde (ACS) com aparelhos para aferição de PA. A maioria das ações são relacionadas principalmente à dinâmica de equipe que inicialmente encontrava lacunas em seus protocolos. Com a efetiva implementação do plano de ação será possível melhorar os determinantes de saúde dessa população e diminuir a incidência e comorbidades relacionadas à hipertensão arterial sistêmica (HAS). Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica, Atenção Primária à Saúde, Planejamento Estratégico, Saúde da Família
Neste ensaio teórico buscou-se refletir sobre como ações emergenciais e estratégicas do Sistema Único de Saúde de enfrentamento ao novo coronavírus podem alicerçar a reconstrução da economia no pós-pandemia. Tomou-se como base neste exercício a Região Administrativa da Ceilândia, no Distrito Federal (DF): região mais populosa do DF, de renda média/baixa, com economia baseada em serviços, foi bastante afetada economicamente com as medidas de isolamento social e apresentou grande número de casos e mortes por COVID-19. A Ceilândia tem recebido investimentos importantes em novos leitos hospitalares e mais profissionais para o nível terciário, embora a Atenção Primária à Saúde seja sabidamente mais custo-efetiva para a organização de sistemas de saúde e capaz de economizar preciosos recursos das famílias com gastos em saúde no setor privado, sobretudo num cenário de grande retração da massa salarial. Conclui-se que investimentos na qualificação da rede primária já instalada e sua expansão são estratégias potentes para o desenvolvimento econômico da Ceilândia no pós-pandemia.
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