Estudos sobre redes sociais demonstram que as relações têm impacto significativo na vida das pessoas. Quando associadas à população com transtorno mental, atuam como fator de proteção importante e gerenciador de recursos e suporte social. Entretanto, estudos apontam que pessoas com transtorno mental apresentam redes sociais empobrecidas e poucas relações significativas. Nesta perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo caracterizar as redes sociais de usuários do NAPS II, em Santo André (SP). Realizada em 2006, a pesquisa qualitativa, orientada pela postura etnográfica, utilizou entrevistas por pautas, observação participante e caderno de campo. Os resultados apontaram que o grupo estudado possui rede social empobrecida; a trajetória de vida dos sujeitos está relacionada a esse empobrecimento, uma vez que as rupturas provocadas pelas situações de crise ou de institucionalização os retiram da rede de relações, colocando-os em situação de vulnerabilidade social. Buscou-se discutir a importância da intervenção nas relações e o papel dos serviços nesse processo.
MÂNGIA, E. F.; MURAMOTO, M. T. Itinerários terapêuticos e construção de projetos terapêuticos cuidadores. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 19, n. 3, p. 176-182, set./dez. 2008.
RESUMO:A construção de novas formas de cuidado em saúde nos coloca diante de um contexto de mudanças e desafios provocados pela consolidação do SUS, sua manutenção e aprimoramento. Nesse sentido, faz-se necessário a incorporação de novos recursos, capazes de contribuírem com a construção e formulação de propostas de intervenção que sejam centradas no indivíduo e que possam considerar sua interação com seu contexto e historia de vida. Utilizando o modelo proposto por Merhy, no qual o autor defende que as novas abordagens devam ser construídas a partir do universo relacional, onde é possível produzir o "cuidado que cuida", pautado particularmente nas tecnologias leves, apresentamos o conceito de itinerários terapêuticos e discutimos a compreensão deste fenômeno como um recurso que possibilita a construção de projetos terapêuticos cuidadores, que levem em consideração as experiências, significados, trajetórias, desejos e necessidades da pessoa na elaboração de seu próprio processo de tratamento.
DESCRITORES:Assistência à saúde. Acesso aos serviços de saúde. Avaliação de programas e projetos de saúde.
MURAMOTO, M. T.; MARQUES, A. L. M. Formação profissional e serviços de saúde mental no SUS: estudo sobre a inserção de egressos do Curso de Terapia Ocupacional da FMUSP. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 21, n. 2, p. 148-157, maio/ago. 2010.
RESUMO:A implementação das redes de serviços de saúde mental configura-se como processo complexo que coloca exigências para o ensino de graduação. O curso de Terapia Ocupacional da FMUSP implementou mudanças curriculares tendo em vista a formação de profissionais comprometidos e capazes de compreender e lidar com as exigências teóricas e técnicas da atenção e da reabilitação psicossocial de pessoas com transtornos mentais. Objetivos: Conhecer, caracterizar e analisar a inserção de egressos em serviços e/ou projetos de saúde mental no contexto do SUS e analisar a adequação entre a formação e as exigências para a atuação profissional colocadas pelos novos serviços e/ou projetos de saúde mental. Método: Pesquisa qualitativa baseada em procedimentos da etnometodologia consistiu na realização de grupos focais, ao longo do segundo semestre de 2009, com egressos inseridos em serviços públicos de saúde mental. Resultados: dados obtidos demonstram que os egressos: conseguem inserção em serviços de saúde mental nos primeiros 6 meses de formados; buscam principalmente cursos de especialização e/ou aprimoramento; vivenciam grande rotatividade em serviços novos; relatam que tais serviços são heterogêneos em relação à organização, processo de trabalho, estrutura, gestão e objetivos assistenciais; são convocados ao desempenho de tarefas de planejamento e gestão sem que disponham de experiência e maturidade; relatam que os serviços são implantados sem um processo formativo e de gestão consistentes, enfrentam um cenário repleto de conflitos técnicos e teóricos que expressam dificuldades presentes no processo de mudança no campo da saúde mental. Conclusões: os novos cenários exigem novas competências profissionais não previstas na graduação; qualificação e formação permanente; mudanças na formação oferecida pela graduação especialmente nos campos da atenção básica, dependência química e alcoolismo. Há falta de formação para o trabalho em equipe e para a gestão e modelagem de serviços. Os jovens profissionais necessitam de respaldo institucional pois são os protagonistas das mudanças propostas pela Política de Saúde Mental. DESCRITORES: Formação de recursos humanos; Serviços de saúde mental/recursos humanos; Sistema único de saúde; Terapia ocupacional/recursos humanos.
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