Resumo Este artigo discute a adoção da sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), questionando a representatividade dos grupos que fazem parte desse acrônimo nas pesquisas em Administração. No Brasil, afirma-se que, embora se almeje construir um campo de pesquisas no assunto, sua agenda é majoritariamente destinada às pesquisas sobre gays (CARRIERI, SOUZA e AGUIAR, 2014). De modo mais específico, o questionamento é: será que é possível tratar sob o mesmo prisma categorias identitárias tão distintas? A construção do trabalho está embasada em: 1) uma versão histórica sobre a constituição dos grupos LGBT, principalmente no Brasil, evidenciando de que modo eles se organizaram e se fragmentaram (FACCHINI, 2005); 2) uma discussão sobre a adoção da sigla LGBT como categoria universal, embasada no debate sobre identidades contingentes (BUTLER, 1998); e 3) um levantamento de literatura nacional sobre grupos LGBT em Administração na base de dados Scientific Periodicals Electronic Library (SPELL). Foram encontrados 34 artigos sobre os grupos incluídos na sigla LGBT. Pesquisas sobre gays predominam enquanto grupos de lésbicas, travestis e transexuais estão sub-representados. Percebe-se que, embora haja similaridades do ponto de vista de que todas essas categorias identitárias são alvos de discriminação e violência - o que se justifica por se tratarem de categorias tidas como desviantes, as pesquisas levantadas demarcam as diferenças entre elas. É nessas diferenças que se encontram as possibilidades de a pesquisa em Administração questionar a adoção de siglas (como a LGBT) como conceitos universalmente representativos e unificados.
O presente estudo tem por objetivo compreender, como se deu e se mantém a construção social que indica, ainda que por vezes sutilmente, o lugar das mulheres e da mulher negra no contexto do trabalho. Nosso embasamento teórico aborda o questionamento da universalidade da identidade feminina tendo por apoio o conceito de identidades contingentes. Questionar essa universalidade é pertinente, uma vez que o posicionamento social da mulher é diferenciado quando se interseccionam, além do gênero, raça e classe. Nosso corpo teórico também apresenta reflexões acerca do caráter histórico de marginalidade e exclusão da mulher negra brasileira no mundo do trabalho. Através da revisão bibliográfica e análise de dados secundários foi possível verificar que a segmentação histórica de grupos construídos como dominantes e dominados gera diferenças significativas entre os sujeitos que compõem tais grupos. Falar de gênero é perceber que as mulheres foram historicamente construídas como grupo minoritário e ainda hoje ocupam posições inferiores e, quando nos mesmos cargos, seus rendimentos são significativamente menores do que os dos homens. A situação se acentua ainda mais quando se trata da mulher negra, via de regra relegada a espaços de maior subalternidade, mas que ainda assim resiste no sentido de buscar outros espaços. Como no Brasil ainda há um mecanismo social de exclusão, como o racismo, mulheres brancas e negras ocupam espaços diferenciados, vivem em mundos diferentes. Embora seja válido ressaltar que, conforme mostram os dados secundários do nosso ensaio, tal mecanismo de exclusão não operou ou opera apenas no que diz respeito à construção do mercado de trabalho ou ao campo empresarial, mas reflete uma fratura macro contextual que representa o abismo social ainda existente entre mulheres brancas e negras em particular e entre brancos e negros, em geral, na própria sociedade brasileira.
Resumo Este estudo qualitativo analisa como os conflitos perpassam uma atividade de trabalho por meio da aplicação da metodologia intervencionista do Laboratório de Mudança (LM) na gestão de resíduos de um hospital-escola. À luz da Teoria da Atividade Histórico-Cultural, discutem-se os pressupostos teóricos da aprendizagem expansiva: o tipo de aprendizagem que se almeja em uma intervenção sob o LM, e os conflitos que podem emergir de tal experiência organizacional, compreendido o construto conflito em uma perspectiva epistemológica plural. A operacionalização da pesquisa deu-se mediante análise documental do registro fílmico de doze sessões do LM, em que participaram vinte trabalhadores de níveis hierárquicos diversos. A análise das sessões trouxe oito tipos diferentes de manifestações de conflitos potencialmente ampliadores da compreensão da gestão de resíduos na organização em análise. Tais conflitos, embora refletidos em situações do presente, estavam ligados às contradições históricas que atravessavam a gestão de resíduos do hospital-escola. O resultado prático é a consideração de que, quando o conflito emerge em práticas organizacionais, pode ser refletido historicamente e transversalmente à atividade, sinalizando a complexidade que cerceia a gestão e as práticas organizacionais.
Resumo Este artigo discute a adoção da sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), questionando a representatividade dos grupos que fazem parte desse acrônimo nas pesquisas em Administração. No Brasil, afirma-se que, embora se almeje construir um campo de pesquisas no assunto, sua agenda é majoritariamente destinada às pesquisas sobre gays (CARRIERI, SOUZA e AGUIAR, 2014). De modo mais específico, o questionamento é: será que é possível tratar sob o mesmo prisma categorias identitárias tão distintas? A construção do trabalho está embasada em: 1) uma versão histórica sobre a constituição dos grupos LGBT, principalmente no Brasil, evidenciando de que modo eles se organizaram e se fragmentaram (FACCHINI, 2005); 2) uma discussão sobre a adoção da sigla LGBT como categoria universal, embasada no debate sobre identidades contingentes (BUTLER, 1998); e 3) um levantamento de literatura nacional sobre grupos LGBT em Administração na base de dados Scientific Periodicals Electronic Library (SPELL). Foram encontrados 34 artigos sobre os grupos incluídos na sigla LGBT. Pesquisas sobre gays predominam enquanto grupos de lésbicas, travestis e transexuais estão sub-representados. Percebe-se que, embora haja similaridades do ponto de vista de que todas essas categorias identitárias são alvos de discriminação e violência - o que se justifica por se tratarem de categorias tidas como desviantes, as pesquisas levantadas demarcam as diferenças entre elas. É nessas diferenças que se encontram as possibilidades de a pesquisa em Administração questionar a adoção de siglas (como a LGBT) como conceitos universalmente representativos e unificados.
Este trabalho tem por objetivo compreender as práticas cotidianas de conveniência na vida de uma trabalhadora transexual. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa utilizando como método a história oral do tipo de vida. A coleta de dados se deu por meio de duas entrevistas qualitativas realizadas com a participante da pesquisa no mês de dezembro de 2015. A análise dos dados, a partir dos pressupostos da história oral de vida como método, foi realizada à luz do conceito teórico de conveniência. Apesar de a trajetória de vida da transexual pesquisada ter sido marcada pela possibilidade de acesso a contextos organizacionais de educação e trabalho, ainda assim, ela teve e tem sua vida gerenciada e legislada pelas microrrepressões das conveniências do cotidiano. PalavrasChave: Cotidiano; Conveniência; Transexual; Trabalho. El objetivo de este trabajo es comprender las prácticas cotidianas de 'conveniencia' en la vida de una trabajadora transexual. Para ello, realizamos una investigación cualitativa utilizando como método la historia oral del tipo de vida. La recolección de datos se dio por medio de dos entrevistas cualitativas realizadas con la participante de la investigación en el mes de diciembre de 2015. El análisis de los datos, a partir de los presupuestos de la historia oral de vida como método, fue realizada a la luz del concepto teórico de conveniencia. A pesar de que la trayectoria de vida de la transexual investigada ha sido marcada por la posibilidad de acceso a contextos organizacionales de educación y trabajo, aún así, ella tuvo y tiene su vida administrada y legislada por las microrrepresiones de las conveniencias de lo cotidiano. PalabrasClave: Cotidiano; Conveniencia; Transexual; Trabajo. Resumen This study aims to understand the daily conveniences in the life of a transsexual worker. To this end, we conducted a qualitative research using the oral history method. The data collection was carried out by means of two qualitative interviews with the research participant in December 2015. The analysis of data from the assumptions of the oral history method was held according to the theoretical concept of convenience from the book "The Practice of Everyday Life vol. 2 ", Michel de Certeau, Luce Giard and Pierre Mayol. Although the life history of the transsexual researched has been marked by the possibility of access to organizational contexts of education and work, she had and has her life managed and legislated by microrepressions of daily conveniences.
This work analyzes how the expansive learning cycle is covered by a work group, from the intervention of a Change Laboratory, held in a waste management activity at a university hospital. The theoretical basis is derived from the Cultural-Historical Activity Theory and documentary research was used as methodology. In the learning movement, the workers realized that the organization of activity was and still is insufficient to meet the demands of the hospital and society. The intervention did not provoke structural transformation in the activity. But the historicity present in the learning experience allowed the apprentices to be aware of themselves and the importance of waste management, either from a functional or a social viewpoint.
_________________________________________________________________________________ Resumo O caso de ensino relata a trajetória de uma trabalhadora transexual e suas tentativas para se inserir e permanecer no mercado formal de trabalho. A situação retratada, apoiada em fatos reais, permite debates e problematizações relacionadas ao campo de Gestão de Pessoas, no que se refere à gestão da diversidade e da diferença nas empresas. Embora Lili tenha conseguido se inserir no mercado formal de trabalho, ela passou por diversas situações que ilustram possibilidades para examinar as políticas internas de Gestão de Pessoas. Palavras-chave: transexualidade, identidade de gênero, inclusão, gestão da diversidade, gestão de pessoas. AbstractThe teaching case reports the trajectory of a transsexual worker and her attempts to enter and remain in the formal job market. The situation portrayed, supported by real facts, allows debates and problematizations related to the People Management field, regarding the management of diversity and difference in organizations. Although Lili was able to enter the formal job market, she went through a number of situations that illustrate possibilities for discussing People Management policies. IntroduçãoEste caso de ensino, escrito a partir de fatos reais, analisa a trajetória de Lili. Nascida Einar, Lili é uma mulher transexual que, ao contrário das previsões para pessoas com a sua identidade de gênero, conseguiu ingressar no mercado formal de trabalho e concluir um curso técnico. Lili é uma exceção à regra, porque a maioria das travestis e transexuais no Brasil tem na prostituição a única forma de acessarem o trabalho. Falar da trajetória da trabalhadora Lili é falar de um tema pouco conhecido nas áreas de Administração e de Gestão de Pessoas. Nesse sentido, conhecer a história e as experiências profissionais da Lili pode subsidiar debates pertinentes relacionados à gestão de pessoas e da diversidade de gênero nas organizações.
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