Este artigo tem como objetivo apresentar algumas abordagens teóricas sobre raízes verbais e fazer algumas considerações sobre a polissemia de verbos do português brasileiro a partir dos verbos levantar, enterrar e raspar. Utilizamos como base teórica propostas não-lexicalistas para verificar as restrições quanto às leituras semânticas que esses verbos podem apresentar, a depender da estrutura argumental em que estão inseridos. Apresentamos ainda um desdobramento experimental para examinar a representação dos sentidos presentes nas raízes. O trabalho permitiu uma reflexão sobre algumas das questões de que tratam os estudos em interface sintaxe-semântica e sobre possíveis vantagens de uma proposta não lexicalista na busca por uma adequação explicativa para a polissemia verbal.
As práticas de leitura na escola têm recebido relevantes contribuições da Linguística textual no Brasil. A ausência das vertentes formais nessa conversa, no entanto, produziu uma lacuna nessa construção de conhecimento, sobretudo no que diz respeito às implicações cognitivas da interação entre unidades gramaticais e demandas de processamento. O artigo reflete sobre algumas contribuições relevantes da Teoria Gramatical e da Psicolinguística, propondo a metacognição gramatical (MAIA, 2018; MAIA, 2019; OLIVEIRA; QUAREZEMIN, 2016) como instrumental para as práticas de leitura nas escolas. Ao trazer argumentos em prol da metacognição gramatical como um meio de transposição didática importante para as práticas de leitura nas escola, propõe-se tornar explícito o conhecimento da variedade vernacular do aluno, como uma via volitiva de desenvolvimento da capacidade científica. Trata-se de enxergar o processamento de leitura como um caminho que vai de um objeto conhecido para objetos menos familiares como as variedades acadêmicas (GEE, 2004). Sugere-se uma articulação dinâmica entre estratégias ascendentes e descendentes empregadas na leitura, reiterando-se que para "ir além do texto" é preciso derivar de forma eficiente o conteúdo veiculado pelas sentenças. Redescobrir a gramática deve ser, portanto, procurar vias de partir da curiosidade linguística consciente para o desenvolvimento não apenas da leitura, mas das capacidades científicas mais amplas.
Resumo:A medição da ativação cerebral por meio da técnica de potenciais relacionados a eventos (ERP) tem sido valiosa para lançar luz sobre diversas cognições humanas. A linguagem é uma das cognições que têm sido estudadas com essa técnica de grande resolução temporal entre o estímulo apresentado e a ativação observada decorrente desse estímulo. A área de aquisição da linguagem tem se beneficiado especialmente dessa técnica, dado que é possível investigar relações entre dados linguísticos e a ativação cerebral sem a necessidade de uma resposta explícita, como apertar um botão ou apontar para uma imagem. O objetivo deste artigo é apresentar o estado da arte sobre o processamento de frases em crianças utilizando a técnica de ERP. Palavras-chave: ERP/EEG; processamento de frases; aquisição da linguagem; N400; P600.
Abstract:The measurement of brain activation through the technique of event related potentials (ERP) has been valuable in shedding light on various human cognitions. Language is one of those cognitions that has been studied with this technique, which allows for more accurate temporal resolution between the stimulus presented and the time in which we observe an activation resulting from this stimulus. The area of language acquisition has especially benefited from this technique since it
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