RESUMO Objetivo Verificar a prevalência das queixas vocais e a associação com os fatores sociodemográficos, econômicos, ocupacionais e comportamentais entre a população de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Método Trata-se de um estudo transversal e analítico, realizado no município de Montes Claros, MG, no qual participaram 674 ACS. Para os aspectos sobre o uso da voz foi aplicado o Índice de Triagem de Distúrbio de Voz (ITDV) e os demais dados contemplavam as condições sociodemográficas, econômicas, ocupacionais e comportamentais. Realizou-se a análise bivariada, pelo teste do qui-quadrado de Pearson, e a regressão múltipla de Poisson com variância robusta para verificar a associação entre as variáveis. Resultados Houve alta prevalência de queixas vocais, sendo as mais citadas: garganta seca, pigarro, cansaço ao falar e rouquidão. Verificou-se associação significativa entre: sexo feminino, falta de sono reparador, uso de bebidas alcóolicas, autoavaliação da saúde regular a muito ruim e ansiedade. Conclusão Houve uma porcentagem significativa de queixas vocais e os fatores associados encontrados nortearão ações de promoção da saúde vocal e geral.
Resumo Os Agentes Comunitários de Saúde possuem papel fundamental para o atendimento à população. Devido à complexidade de funções e situações que são expostos podem apresentar problemas emocionais. O objetivo deste artigo foi verificar a prevalência dos sintomas de ansiedade e a associação com os fatores sociodemográficos e ocupacionais entre agentes comunitários de saúde. Estudo transversal, populacional, no qual utilizou-se o Inventário de Ansiedade Traço Estado (IDATE- Traço e IDATE-Estado) e um questionário sobre as condições sociodemográficas e ocupacionais. Realizou-se análises descritivas e de regressão múltipla de Poisson com variância robusta, considerando um nível de significância de 5% (p<0,05) para o modelo final. Foram avaliados 673 agentes comunitários de saúde, a prevalência dos sintomas de ansiedade no IDATE-estado foi de 47,4% e no IDATE-traço, 42,4%. O tempo de trabalho acima de cinco anos esteve associado ao IDATE-estado (p<0,001) e ao IDATE-traço (p=0,018), o sexo feminino ficou associado ao IDATE-traço (p=0,011). Verificou-se alta prevalência de sintomas de ansiedade entre os agentes comunitários da saúde. Há necessidade de estratégias que visem a promoção, proteção, monitoramento da saúde mental desses trabalhadores, reduzindo os transtornos de ansiedade.
RESUMO Objetivo Estimar a prevalência e analisar os fatores associados à ideação suicida em estudantes de ensino médio e superior. Métodos Estudo epidemiológico, transversal, analítico, realizado em Montes Claros, MG, Brasil. Para a coleta de dados, aplicou-se um questionário contendo questões relativas às características sociodemográficas, escolares, ocupacionais e de estilo de vida, e às condições socioafetivas e psíquicas. Investigou-se a ideação suicida por meio de um item do Inventário de Depressão de Beck. Na análise de dados, efetuou-se estatística descritiva das variáveis e a Regressão Logística hierarquizada para avaliar os fatores associados à ideação suicida. Resultados Constatou-se prevalência de ideação suicida de 11,6% entre estudantes do ensino médio e de 9,8% no ensino superior. No ensino médio, os fatores associados foram: sexo feminino (RO: 2,14; IC 95%: 1,39-3,27), uso de drogas (RO: 3,25; IC 95%: 1,40-7,52), consumo de álcool (RO: 2,50; IC 95%: 1,54-4,04), sentimento de raiva e hostilidade (RO: 1,73; IC 95%: 1,05-2,87) e síndrome de burnout (RO: 2,27; IC 95%: 1,31-3,95). No ensino superior, identificaram-se os fatores: ausência de companheiro (RO: 2,19; IC 95%: 1,68-4,14), turno de estudo noturno (RO: 0,51; IC 95%: 0,36-0,72), consumo de tabaco (RO: 1,74; IC 95%: 1,05-2,91), ausência de pensamento otimista (RO: 2,66; IC 95%: 1,75-4,03), adicção em internet (RO: 1,64; IC 95%: 1,08-2,50) e alto hábito de checagem corporal (RO: 1,69; IC 95%: 1,15-2,50). Sono prejudicado (RO: 1,62; IC 95%: 1,02-2,59; RO: 1,62; IC 95%: 1,05-2,51), interação dialogada prejudicada (RO: 3,04; IC 95%: 1,93-4,82; RO: 2,66; IC 95%: 1,81-3,92), sentimento de desapontamento e tensão (RO: 4,80; IC 95%: 2,97-7,77; RO: 4,02; IC 95%: 2,69-6,02) foram fatores associados nos dois grupos, respectivamente. Conclusão Houve importante prevalência de ideação suicida, associada a fatores sociodemográficos, do estilo de vida, socioafetivos e psíquicos.
Introduction: Health assistance reorganization has been oriented, since the Unified Health System (SUS) creation, by a proposal of expansion and strengthening of Primary Health Care (PHC). In this context, the scarcity of trained professionals is considered one of the main challenges for PHC consolidation. Among the career options after graduation, most physicians choose to seek focal specializations to work in other health care levels. Objective: Therefore, this quantitative study aims to analyze the prevalence and associated factors of medical students’ interest in following a career in PHC. Method: A cross-sectional study was conducted with medical students attending the last two years in four medical schools in the state of Minas Gerais, Brazil. A total of 524 students participated by answering a self-administered questionnaire, which was prepared by the authors, including questions regarding sociodemographic and economic profile, interaction with PHC during undergraduate school, career intention and intention to attend the Family and Community Medicine Residency (FCMR) program. Results: The results showed that 26.3% of the respondents indicated interest in following a career in PHC, a higher percentage when compared to previous studies. Regarding PHC being a temporary work choice, 79,3% of the participants indicated that they intend to work in this field after graduation. Ten percent of the students informed they intend to attend the FCMR program. Among the factors associated with the intention to work in PHC, a successful PHC experience during undergraduate school stands out. Conclusion: The results should be taken into consideration by health and medical education managers, fostering strategies that promote successful PHC experiences, encouraging learning-service integration and including students in a consolidated PHC network during undergraduate school. Initiatives such as increasing the workload in PHC during undergraduate school, increasing the number of FMC specialized teachers and health network improvement in the municipalities where these Higher Education Institutions are located can be powerful actions toward increasing the graduating students’ interest to work in PHC.
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