O presente estudo, de natureza teórica, constitui-se em uma etapa de uma pesquisa maior que tem por objetivo contribuir na construção de uma Pedagogia da Infância Oprimida. Analisa na obra de Paulo Freire quando, onde e como este autor explicitou sua compreensão de infância e criança. Realiza, neste sentido, um rastreamento em suas obras publicadas em português, iniciando pelo período que antecede seu exílio em outubro de 1964. Defende a obra de Freire como um referencial teórico importante para análise das condições de vida das crianças e, assim, para a constituição de uma pedagogia comprometida com a infância oprimida; pedagogia esta que possibilite abertura suficiente para ter com as crianças um olhar de respeito às suas singularidades, necessidades e direitos. Aproxima, então, o conceito de infância em Giorgio Agamben ao de inacabamento em Paulo Freire na perspectiva de constituição de uma Pedagogia pensada com as crianças. Conclui que já em sua primeira obra, “Educação e atualidade brasileira”, de 1959, Paulo Freire sinaliza para uma compreensão da criança como protagonista de sua/nossa história.
RESUMOEste artigo aborda, numa perspectiva histórico-crítica, o percurso do ciclo básico na rede estadual paulista, desde sua criação até os anos iniciais da década de 90, discutindo ainda as ações e reações desencadeadas pela proposta e pela reorganização curricular do ensino fundamental decorrentes dessa iniciativa. A pesquisa documental realizada parte das motivações que direcionaram a política educacional no momento de abertura política, em que assumia o poder o primeiro governo eleito no Estado de São Paulo após longo período de regime militar, e passa pela análise dos diferentes tipos de reações da rede de ensino e da sociedade civil, a maior parte delas contrárias às medidas encaminhadas. Quais as razões que têm levado sistematicamente à desmobilização de propostas comprometidas com a garantia da escolaridade regular das camadas mais pobres da população? A análise realizada evidencia a forte presença do pensamento conservador impregnado na cultura pedagógica brasileira, que se manifesta diante de propostas, como a do ciclo básico, comprometidas com a democratização do ensino. POLÍTICAS EDUCACIONAIS -POLÍTICAS PÚBLICAS -CICLO BÁSICO -ENSINO PÚBLICO ABSTRACT
Em uma abordagem sociológica, este artigo analisa alguns problemas vividos pela escola pública, como os conflitos sociais e funcionais. O objetivo é auxiliar o dirigente escolar, com recursos oriundos do trabalho científico, a enfrentá-los com o máximo de objetividade. Um dos grandes problemas da escola pública é a inadaptação de amplos contingentes de alunos, atribuída equivocadamente a problemas psicológicos e a problemas familiares. Tal inadaptação configura um fenômeno social regular, mesmo que resulte, em alguns casos, de problemas particulares. São suas manifestações não só a apatia e o desinteresse em sala de aula, mas também formas abertamente conflituosas de comportamento escolar. A tese de que esses fenômenos decorrem de uma crise ética, de uma crise de valores ou da existência de um vazio moral não se sustenta, devendo as causas ser buscadas no processo histórico de construção da hegemonia capitalista. Entre os conflitos funcionais, o estudo destaca o conflito existente entre as pessoas que se dedicam a atividades administrativas e aquelas que atuam em atividades-fim no âmbito da escola. Constata-se que o primeiro tipo de atividade acaba prevalecendo sobre o segundo, ainda que o discurso oficial afirme que o único sentido das atividades administrativas é o de servir aos altos objetivos próprios das instituições sociais.
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