A implementação de novos modelos de ensino-aprendizagem vem ocorrendo na Faculdade de Medicina de Marília (Famema) há mais de uma década. O presente estudo analisa as fortalezas e fragilidades dos métodos ativos de aprendizagem na ótica dos estudantes. Para a coleta de dados, realizaram-se entrevistas com estudantes dos cursos de Enfermagem e Medicina. Os dados foram interpretados por meio dos parâmetros da hermenêutica dialética. Os sentidos extraídos das falas dos estudantes indicam que as metodologias ativas estimulam o estudo constante, a independência e a responsabilidade, possibilitam a integração das dimensões biopsicossociais, preparam para o trabalho em equipe e aproximam os alunos dos usuários e da equipe. No entanto, nem todos estão preparados para isso; algumas vezes, sentem-se perdidos em busca de conhecimentos, além de apresentarem dificuldades quanto a sua inserção na equipe de saúde. A construção de novos modelos de aprendizagem requer constante empenho, visando ao seu aperfeiçoamento.
IntroduçãoNos últimos decênios tem aumentado a preocupação com melhoria das condições de vida na velhice. No Brasil, a população idosa, em 2002, perfazia um total de 14,1 milhões de pessoas e projetava-se para 2025 um total de 33,4 milhões, sendo que entre 1950 e 2025 a população idosa terá crescido 16 vezes contra 5 vezes a população total 1 . Destaca-se na população idosa o aumento de pessoas com oitenta anos ou mais, sendo essa a faixa etária de maior crescimento, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento 2 .Juntamente com as modificações da estrutura etária da população, constatam-se mudanças epidemiológicas, com a substituição das causas principais de morte por doenças parasitárias, de caráter agudo, pelas doenças crônico-degenerativas (diabetes, acidente vascular cerebral, neoplasias, hipertensão arterial, demência senil e outras), que se transformam em problemas de longa duração e envolvem, para atendimento adequado, grande quantidade de recursos materiais e humanos 3 .Por conviver com problemas crônicos de saú-de, os idosos utilizam com freqüência os serviços de saúde e são consumidores de grande número de medicamentos 4 , que embora necessários em muitas ocasiões, quando mal utilizados podem desencadear complicações sérias para a saúde e aumento dos custos individuais e governamen-ARTIGO ARTICLE
A experiência de uma instituição pública na formação do profissional de saúde para atuação em atenção primáriaThe experience of a public institution in the training of health professionals to work in primary care
Este trabalho objetiva avaliar os resultados de uma experiência de pós-graduação multiprofissional em saúde ancorada em metodologias ativas, a partir da ótica de seus egressos. O desenho metodológico consiste numa pesquisa avaliativa que articula as abordagens quantitativa e qualitativa. Como instrumento de coleta de dados, trabalha-se com questionário estruturado, entrevista semiestruturada e grupo focal. O tratamento quantitativo dos dados consiste na descrição frequencial, utilização do Teste Qui-quadrado e extensão do Teste Exato de Fisher. Em termos qualitativos, utilizou-se o método de interpretação de sentidos baseado nas perspectivas hermenêutica-dialética. Dentre os principais resultados destaca-se a significativa positividade atribuída ao curso. Também foram constatados limites na aplicação dos resultados do curso na prática profissional, sobretudo por conta de questões estruturais. Conclui-se que a utilização de metodologias ativas pode contribuir para a formação profissional, em nível de pós-graduação, mais alinhada à atual política nacional de saúde.
O estudo propõe-se a analisar as dificuldades e facilidades dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) frente ao trabalho em equipe. A análise pautou-se na perspectiva hermenêutica-dialética, tendo como referência os princípios do método de interpretação dos sentidos. As dificuldades e facilidades apontadas por eles revelam que trabalhar em equipe demanda relações efetivas, com ênfase na comunicação, respeito e cooperação, sendo as reuniões de equipe estratégia importante para isso. Depreende-se a necessidade de constantes investimentos nas relações entre os membros da equipe.
Considerando que a institucionalização muitas vezes representa a única possibilidade de sobrevivência ao idoso, sendo revestida de sofrimentos e limitações que interferem nas condições de vida, o presente estudo propõe-se a compreender a história de vida de um grupo de idosos institucionalizados. Trata-se de estudo qualitativo realizado a partir das narrativas de oito idosos residentes em uma instituição de longa permanência (ILP). A interpretação dos dados teve como referência o método de análise de conteúdo modalidade temática. Os resultados apontam para semelhanças nas trajetórias marcadas pelo desfavorecimento do contexto sócio-histórico. Depreende-se que a atenção ao processo de envelhecimento deve se iniciar na infância, por meio de condições propícias ao crescimento e desenvolvimento nos aspectos biopsicossociais.
RESUMO O crescente aumento da população idosa e os complexos problemas de saúde que a envolvem tornam evidente a necessidade de atenção adequada à sua saúde, e espera-se que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) possa trazer contribuições. O presente estudo propõe-se a analisar a percepção de profissionais que atuam na ESF quanto à saúde do idoso, as ações que vêm sendo desenvolvidas e as perspectivas dos profissionais visando à promoção, prevenção, cura e reabilitação das condições de saúde deles. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado por meio de entrevistas com dentistas, enfermeiros e médicos que atuam na ESF. A análise dos resultados possibilitou a identificação de três categorias temáticas: 1. Falta de adesão ao cuidado e de apoio dos familiares; 2. Assistência centrada no aspecto curativo e no atendimento a demanda; 3. Vislumbre de mudança no modelo de atenção. Os dados revelam consonância entre as respostas dos entrevistados com o momento histórico e social das transformações que perpassam o modelo de atenção, levando a acreditar na ESF como um caminho de consolidação do Sistema Único de Saúde, desde que haja investimentos visando a instrumentalizar as equipes para atuar frente à nova lógica.
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