ResumoEste estudo objetivou identificar as representações sociais de saúde e cuidados em saúde para homens e mulheres idosas. Participaram da pesquisa 40 pessoas, sendo 20 mulheres e 20 homens com idade igual ou superior a 60 anos. A coleta de dados foi realizada por meio do teste de associação livre de palavras e entrevista. As representações sociais de saúde e de cuidados em saúde para as mulheres permearam três núcleos de sentido: a saúde prejudicada e condicionada a cuidados médicos; a saúde tranquila como efeito de disciplina e hábitos saudáveis; e os cuidados (orientados) em saúde. Assim, a saúde era algo que deveria ser monitorada por profissionais especializados, bem como por cuidados geralmente prescritos e orientados nas consultas. Já os homens representaram os termos em dois núcleos: a saúde exige cuidados; e a saúde é cuidada através de atividades. Dessa forma, eles avaliaram que a saúde necessitava de certos cuidados, em especial os alimentares e exercícios físicos, embora não se percebessem necessitados de outros cuidados. Conclui-se que as representações sociais de saúde e de cuidados em saúde diferiram entre os grupos, o que pode indicar que questões de gênero interferem na construção dessas representações. Também é enfatizada a urgência em melhorar as ações educativas que visem à promoção da saúde, com estratégias que minimizem o impacto das ações curativistas nos idosos como um todo.
A Estratégia Saúde da Família orienta a organização da Atenção Primária à Saúde no Brasil e inclui importantes congruências programáticas com a Reforma Psiquiátrica. Os princípios de territorialização e acompanhamento longitudinal devem favorecer a construção de ações inovadoras de promoção, prevenção e reabilitação em saúde mental. O objetivo desta revisão foi analisar os principais temas da literatura científica brasileira sobre saúde mental na Estratégia Saúde da Família. Foram lidos os títulos de 267 artigos, publicados entre 1999 e 2009, e 38 artigos foram selecionados, segundo critérios específicos, para análise temática. A literatura abordou os temas da demanda em saúde mental, das percepções e práticas dos profissionais e da inserção do psicólogo na Atenção Primária. Os estudos revisados apontaram problemas como visões estereotipadas sobre os transtornos mentais, predominância da lógica manicomial, ausência de registros, fluxos, estratégias, apoio qualificado às famílias e de integração em rede. A meta-análise qualitativa indicou questões que podem fomentar o debate sobre o tó-pico e a realização de outras pesquisas, bem como a reflexão sobre a atuação profissional na interface entre Saúde Mental e Saúde da Família. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Saúde Mental, Saúde da Família.
Representações de idosos sobre a vacina da gripeRepresentations of the elderly on the influenza vaccine
O objetivo deste artigo é relatar uma intervenção com orientação profissional realizada em uma escola pública de ensino médio, com estudantes do 3º ano (17 a 20 anos de idade). A oficina foi conduzida em oito encontros semanais, com duração de duas horas cada, e partiu de um enfoque psicossocial, com base em uma avaliação crítica da sociedade e do trabalho e com o objetivo de ampliar a consciência dos indivíduos sobre o contexto escolar, familiar e laboral que os cerca, favorecendo a atitude de participação ativa frente aos diversos determinantes da escolha profissional. Neste artigo, descrevemos os procedimentos utilizados, incluindo técnicas de grupo e questionários abertos, com enfoque qualitativo, criados especificamente para a intervenção. Debatemos, com os participantes, o cotidiano escolar e as idéias naturalizadas sobre o sucesso pessoal. Apresentamos e discutimos informações objetivas sobre cursos e profissões, e envolvemos os estudantes em uma atividade de pesquisa sobre profissões, realizada por meio de entrevistas. Ao final da intervenção, os estudantes relataram maior segurança frente aos planos de futuro e à escolha profissional e avaliaram positivamente a oficina proposta.
As ciências da saúde definem o alcoolismo como síndrome multifacetada. Para o tratamento, diretrizes preconizam a adoção do paradigma de redução de danos e o importante papel da Atenção Primária à Saúde (APS) junto aos problemas com o álcool. Esta pesquisa teve por objetivo compreender representações sociais do alcoolismo construídas por profissionais de APS, atuando em Unidades de Saúde da Família (USF). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 40 profissionais de nível superior, que atuavam em 11 diferentes USF de um município do Sudeste do Brasil, e análise de conteúdo temática. Destacam-se os seguintes resultados: os profissionais objetivavam o alcoolista como usuário que não demandava cuidado para essa condição e/ou que ameaçava o funcionamento das USF; consideravam causas sociais e psicológicas como as mais importantes; não mencionaram o conceito de redução de danos, nem fluxos bem definidos de tratamento. A discussão indica que a atribuição causal e o campo representacional próprio às representações sociais contribuíam para ancorar o alcoolismo como "chaga" da pobreza. As USF eram tidas simultaneamente como importantes e como impotentes frente ao alcoolismo. Conclui-se que a implantação de estratégias para problemas com o álcool na APS deve atentar para relações intergrupais entre profissionais e usuários.
Resumo: Este relato de experiência profissional busca contribuir a responder a questão: Como promover a saúde do homem na Atenção Primária à Saúde? São descritas duas estratégias implantadas em uma Unidade de Saúde da Família de Vitória, ES, as "Ações de Sábado" e o "Grupo de Homens". Cada "Ação de Sábado" é realizada trimestralmente, em um sábado pela manhã, com duração de quatro horas, contando com atividades recreativas e de educação em saúde (discussões sobre doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo). O "Grupo de Homens" é realizado semanalmente, com duração de 1h15min, com exposições dialogadas (sobre problemas com o álcool, por exemplo) e com oficinas terapêuticas. No período de setembro de 2011 a julho de 2013, as intervenções envolveram cerca de 230 homens de classe popular. Os conceitos de clínica ampliada e atitude psicoterapêutica são utilizados para promover a expressão dos usuários e a corresponsabilização com o processo saúde-doença. Dentre os resultados, destacam-se: o aumento da presença masculina na USF, a melhoria do cuidado dirigido a condições crônicas (especialmente hipertensão, diabetes e problemas com o álcool/alcoolismo) e o fortalecimento de comportamentos de redução de danos. Conclui-se que as intervenções são proveitosas para abordar desafios relativos à Saúde do Homem. Palavras-chave: Saúde do homem. Atenção primária à saúde. Alcoolismo. Abstract:This study on professional experience aims to contribute insights to answer the question, how can we promote men's health in Primary Health Care (PHC)? We describe two health interventions implemented in a Family Health Center, FHC (Brazilian PHC main facility), in Vitória, Brazil: the "Saturday Health Actions" and the "Group of Men." Each "Saturday Health Action" occurs every three months on a Saturday morning, lasts for four hours, and includes recreational activities and health education sessions (for example, discussions about sexually transmitted diseases). The "Group of Men" occurs weekly, lasts only for 1 h 15 min, and includes health education sessions (for example, discussions about alcohol problems) and psychotherapeutic workshops. Between September 2011 and July 2013, the interventions approached around 230 men from lower social classes. The concepts of comprehensive clinic and psychotherapeutic attitude are used to encourage the subjective expression of participants and their co-responsibility with the health-sickness process. Among the results, we highlight the increase in the participation of male patients in the FHC, the improvement of care delivered to chronic conditions (especially hypertension, diabetes, and alcohol problems/alcoholism), and the strengthening of harm reduction behaviors. We conclude that the interventions reported are useful in dealing with challenges related to Men's Health. Keywords: Men's health. Primary health care. Alcoholism.Resumen: Este relato de experiencia profesional busca responder a la pregunta ¿Como promover la Salud del Hombre en la Atención Primaria de Salud? Son descritas dos estrateg...
Apresentamos uma revisão de bibliografia internacional que teve por objetivo identificar e analisar a diversidade de temas associados à Atenção Primária à Saúde, especialmente o cotidiano de trabalho de seus profissionais, suas diretrizes e seus desafios políticos e clínicos. Analisamos os resumos de 105 artigos publicados entre 1999 e 2009. Selecionamos, para análise, 34 artigos identificados de acordo com critérios específicos. Criamos categorias temáticas e comparamos os dados com certa literatura brasileira sobre o tema. Os artigos centram-se no profissional de medicina e enfatizam a noção de medicina baseada em evidências. Abordam principalmente a implementação de diretrizes na Atenção Primária e as relações entre profissionais e usuários. Admitem a complexidade da Atenção Primária e a importância de aproximação à realidade dos pacientes. Entretanto, não abordam a intersetorialidade, não questionam radicalmente o especialismo curativista e não mencionam a promoção de cidadania, autonomia e cogestão junto aos usuários. Falam da necessidade de abordar problemas "humanos" nos níveis de implementação de diretrizes, encontro clínico etc., mas se mostram distanciados das ciências humanas.
No Brasil, na maior parte dos casos, a guarda dos filhos ainda é unilateral e materna, pois se parte do princípio de que é natural que eles sejam criados pelas mães, com o auxílio dos pais. A edição da Lei da Guarda Compartilhada (Lei 11.968/08), contudo, reativou a discussão dessa concepção naturalista. Com base na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici, este artigo refere-se a uma pesquisa que buscou averiguar as representações sociais da guarda de filhos no atual contexto. Foram entrevistadas 30 pessoas, habitantes de Vitória/ES, com filhos de até 18 anos incompletos. As respostas foram interpretadas por análise de conteúdo temática. Os resultados indicam preferência pela guarda unilateral e resistência à guarda compartilhada devido à ligação que se faz entre as representações sociais da maternidade e da paternidade com as representações sociais da guarda de filhos.
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