A Estratégia Saúde da Família orienta a organização da Atenção Primária à Saúde no Brasil e inclui importantes congruências programáticas com a Reforma Psiquiátrica. Os princípios de territorialização e acompanhamento longitudinal devem favorecer a construção de ações inovadoras de promoção, prevenção e reabilitação em saúde mental. O objetivo desta revisão foi analisar os principais temas da literatura científica brasileira sobre saúde mental na Estratégia Saúde da Família. Foram lidos os títulos de 267 artigos, publicados entre 1999 e 2009, e 38 artigos foram selecionados, segundo critérios específicos, para análise temática. A literatura abordou os temas da demanda em saúde mental, das percepções e práticas dos profissionais e da inserção do psicólogo na Atenção Primária. Os estudos revisados apontaram problemas como visões estereotipadas sobre os transtornos mentais, predominância da lógica manicomial, ausência de registros, fluxos, estratégias, apoio qualificado às famílias e de integração em rede. A meta-análise qualitativa indicou questões que podem fomentar o debate sobre o tó-pico e a realização de outras pesquisas, bem como a reflexão sobre a atuação profissional na interface entre Saúde Mental e Saúde da Família. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Saúde Mental, Saúde da Família.
RESUMO. Investigamos representações sociais de paternidade, segundo profissionais de saúde, e como essas podem intervir nos posicionamentos destes sobre o atendimento aos pais usuários do sistema público de saúde. Baseados em um roteiro semiestruturado, foram entrevistados individualmente 19 profissionais, médicos e enfermeiros atuantes em serviços públicos na área de saúde reprodutiva. Os resultados corroboram dados de estudos e revelam não haver preparo acadêmico dos profissionais para lidar com a paternidade e que os serviços não possuem infraestrutura para acolher esses pais. Verificamos que a presença paterna nos atendimentos não é incentivada, mesmo sendo avaliada como importante pelos participantes. Nas representações investigadas, a paternidade configura-se como função de provimento, distante do cuidado e do autocuidado, ancorando-se em crenças tradicionais sobre a masculinidade. O homem -pai de classe popular é representado como "vulnerável" e "de risco". Discutimos que e ssas representações podem dificultar o acompanhamento paterno durante a gestação e, consequentemente, o vínculo pai -filho. Palavras-chave: Paternidade; serviços de saúde; profissionais de saúde. HEALTH PROFESSIONALS AND LACK OF ASSISTANCE TO THE MAN AND FATHER: AN ANALYSIS OF SOCIAL REPRESENTATIONSABSTRACT. We investigated social representations of paternity according to health professionals and how these representations may affect the way they stand in relation to the assistance offered to fathers who use the public health system. An individually interviewed based on a semi -structured questionnaire, with 19 professionals, doctors and nurses who worked at a public maternity or at one of the six Family Health Units researched was carried out. Results confirmed data from other studies and showed that the professionals had no academic training to deal with paternity and that the services had no infrastructure to assist fathers. Although assessed as important, the fathers' presence at the appointments with doctors were not encouraged. Paternity, according to the representations investigated, is about provision, being distant from care and self -care and anchored on traditional beliefs on masculinity. The popular-class man and father is represented as "vulnerable " and "at risk". We discussed that these representations may hinder a father's participation in the course of pregnancy and, consequently, the father-child bonding.
O objetivo deste artigo é relatar uma intervenção com orientação profissional realizada em uma escola pública de ensino médio, com estudantes do 3º ano (17 a 20 anos de idade). A oficina foi conduzida em oito encontros semanais, com duração de duas horas cada, e partiu de um enfoque psicossocial, com base em uma avaliação crítica da sociedade e do trabalho e com o objetivo de ampliar a consciência dos indivíduos sobre o contexto escolar, familiar e laboral que os cerca, favorecendo a atitude de participação ativa frente aos diversos determinantes da escolha profissional. Neste artigo, descrevemos os procedimentos utilizados, incluindo técnicas de grupo e questionários abertos, com enfoque qualitativo, criados especificamente para a intervenção. Debatemos, com os participantes, o cotidiano escolar e as idéias naturalizadas sobre o sucesso pessoal. Apresentamos e discutimos informações objetivas sobre cursos e profissões, e envolvemos os estudantes em uma atividade de pesquisa sobre profissões, realizada por meio de entrevistas. Ao final da intervenção, os estudantes relataram maior segurança frente aos planos de futuro e à escolha profissional e avaliaram positivamente a oficina proposta.
As ciências da saúde definem o alcoolismo como síndrome multifacetada. Para o tratamento, diretrizes preconizam a adoção do paradigma de redução de danos e o importante papel da Atenção Primária à Saúde (APS) junto aos problemas com o álcool. Esta pesquisa teve por objetivo compreender representações sociais do alcoolismo construídas por profissionais de APS, atuando em Unidades de Saúde da Família (USF). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 40 profissionais de nível superior, que atuavam em 11 diferentes USF de um município do Sudeste do Brasil, e análise de conteúdo temática. Destacam-se os seguintes resultados: os profissionais objetivavam o alcoolista como usuário que não demandava cuidado para essa condição e/ou que ameaçava o funcionamento das USF; consideravam causas sociais e psicológicas como as mais importantes; não mencionaram o conceito de redução de danos, nem fluxos bem definidos de tratamento. A discussão indica que a atribuição causal e o campo representacional próprio às representações sociais contribuíam para ancorar o alcoolismo como "chaga" da pobreza. As USF eram tidas simultaneamente como importantes e como impotentes frente ao alcoolismo. Conclui-se que a implantação de estratégias para problemas com o álcool na APS deve atentar para relações intergrupais entre profissionais e usuários.
Apresentamos uma revisão de bibliografia internacional que teve por objetivo identificar e analisar a diversidade de temas associados à Atenção Primária à Saúde, especialmente o cotidiano de trabalho de seus profissionais, suas diretrizes e seus desafios políticos e clínicos. Analisamos os resumos de 105 artigos publicados entre 1999 e 2009. Selecionamos, para análise, 34 artigos identificados de acordo com critérios específicos. Criamos categorias temáticas e comparamos os dados com certa literatura brasileira sobre o tema. Os artigos centram-se no profissional de medicina e enfatizam a noção de medicina baseada em evidências. Abordam principalmente a implementação de diretrizes na Atenção Primária e as relações entre profissionais e usuários. Admitem a complexidade da Atenção Primária e a importância de aproximação à realidade dos pacientes. Entretanto, não abordam a intersetorialidade, não questionam radicalmente o especialismo curativista e não mencionam a promoção de cidadania, autonomia e cogestão junto aos usuários. Falam da necessidade de abordar problemas "humanos" nos níveis de implementação de diretrizes, encontro clínico etc., mas se mostram distanciados das ciências humanas.
The recognition and representation of BAME community as ‘high risk’ of Covid-19 in the UK presents both a health and an identity threat to this ethnic group. This study employed thematic analysis to explore response to these threats as related by a sample of 13 middle class members of the South Asian community. This work advances both health and identity psychological theory by recognising the affinity between expressions of health efficacy and identity. Our findings identify South Asian intragroup stigmatisation and commonalities that have implications for the promotion of health behaviour and health communications for minority groups.
Mutual aid groups developed and mobilized in communities across the UK and globally at the outset of the pandemic in order to support vulnerable community members with practical assistance and emotional support, with some understanding their work in political terms. This study adopted a “social cure” lens to investigate the effects of group identification and group perceptions on anxiety and coping self‐efficacy among members of UK Covid‐19 mutual aid groups. Survey data were collected from self‐identified members of these groups ( N = 844) during the initial period of “lockdown” restrictions in April – May 2020. Correlational analyses showed that identification with the mutual aid group was linked to more positive group perceptions and better self‐reported psychological outcomes. Perceived group politicization showed the reverse pattern. Mixed support for the “social cure” model was evident; the effect of group identification on coping self‐efficacy (but not anxiety) was serially mediated by perceived support and collective efficacy. Perceived group politicization was a significant moderator, seeming to amplify the indirect effect of group identification on coping self‐efficacy via perceived support. Results are discussed in light of previous empirical work on the social cure and Covid‐19 mutual aid groups. Please refer to the Supplementary Material section to find this article's Community and Social Impact Statement .
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