A evidenciação das empresas pode assumir duas perspectivas, a divulgação obrigatória e voluntária. Normalmente, a evidenciação obrigatória imprime um padrão de divulgação, mas quando se trata de divulgação voluntária, essa envolve a natureza endógena da empresa e que, portanto, depende do julgamento dos gestores pela divulgação ou não de determinando item. Sendo assim, este estudo analisou os fatores determinantes do nível de divulgação de informação voluntária das empresas, tendo com base de cálculo a adaptação da métrica de Murcia e Santos (2009). As informações foram obtidas através das Demonstrações Financeiras Padronizadas publicadas no site da BM&FBOVESPA, relativas ao exercício findo em 2012. Fundamentando-se pela Teoria da Divulgação Voluntária construíram-se sete hipóteses que foram testadas através do modelo de regressão linear múltipla, tendo como variável a ser explicada o Índice de Divulgação Voluntária (IDV) e como variáveis explicativas a Rentabilidade (ROE), Sustentabilidade (ISE), Tamanho (TAM), Endividamento (END), Concentração Acionária (CON), Internacionalização (INT) e Empresas Regulamentadas (REG). Os resultados apontam que a rentabilidade, o tamanho das empresas e a sustentabilidade são fatores determinantes da divulgação voluntária, sendo portanto, positivamente significativas nos modelos estimados. Consequentemente, concluiu-se que quatro das hipóteses testadas não possuem comprovação empírica, são elas: endividamento, concentração acionária, internacionalização e empresas regulamentadas.
ResumoA responsabilidade social corporativa se refere às preocupações sociais relacionadas ao meio ambiente, aos recursos humanos e ao envolvimento com a comunidade. A divulgação voluntária de informações sociais ocorre de forma heterogênea e algumas empresas optam por evidenciar uma quantidade maior de informações e com maior riqueza de detalhes. Ciente disso, esta pesquisa teve como objetivo identificar os fatores determinantes da divulgação voluntária de informações de caráter social das empresas brasileiras, no período de 2010 a 2012. A partir das teorias (stakeholders e divulgação voluntária) e dos estudos anteriores, construíram-se seis hipóteses sobre os possíveis fatores determinantes da divulgação voluntária social (tamanho, concentração acionária, rentabilidade, leverage, setor regulado e reputação). O universo desta pesquisa foram as empresas de capital aberto listadas na BM&FBOVESPA, no período de 2010 a 2012. A amostra foi composta pelas 100 empresas listadas na BM&FBovespa com ações mais negociadas durante os 12 meses do ano de 2012. Quanto aos modelos econométricos, utilizou-se painel com efeitos aleatório estimado por OLS, sendo a variável dependente os índices de divulgação social e as variáveis independentes, os prováveis fatores determinantes. Os resultados sugeriram que o tamanho da empresa, a rentabilidade, a reputação e o setor regulado foram fatores considerados determinantes da divulgação voluntária social. Constatou-se que os stakeholders, o governo e a sociedade podem influenciar a divulgação voluntária social. A variável "rentabilidade" aponta que as empresas menos rentáveis divulgaram mais informações voluntárias sociais, o que pode ser indício de uma tentativa da empresa de desviar a atenção dos stakeholders do desempenho financeiro. Palavras-chaves:Fatores Determinantes, Divulgação Voluntária Social, Empresas Brasileiras.
L. V. de A. Lima, M. A. Rufino, M. R. Machado / Rev. Cont Org (2019) n. temático Fraudes e Corrupção: o que Contabilidade e Organizações têm a dizer? 64-74 64 A pesquisa teve como escopo investigar, nos países do Mercosul, o reflexo da sinergia entre a dificuldade de realização de negócios e a percepção da corrupção do setor público no crescimento econômico e financeiro das empresas. A amostra foi composta por 8 países integrantes do Mercosul, entre os anos de 2010 a 2017, com um total de 655 empresas de diversos setores e 4.648 observações. Com base na Teoria da Graxa sobre Rodas, o estudo levou em consideração que a corrupção pode favorecer o crescimento econômico das empresas, à medida que desate as amarras da burocracia e reduza os custos transacionais das empresas. Os resultados encontrados conduzem ao entendimento de que a associação sinérgica entre a percepção da corrupção e a dificuldade de realizações de negócios nos países do Mercosul favorece o crescimento econômico das empresas em tais países. O efeito sinérgico positivo é direcionado, preponderantemente, para as grandes empresas, em função de maiores condições financeiras de arcar com os custos da corrupção. As evidências empíricas encontradas acrescentam novas centelhas para o constructo argumentativo no qual se pauta a Teoria da Graxa sobre Rodas. Revista de Contabilidade e Organizações (2019) n. temático Fraudes e Corrupção: o que Contabilidade e Organizações têm a dizer? 64-74
O objetivo da pesquisa foi analisar a relação de dependência entre a divulgação voluntária social e ambiental e as características rentabilidade, leverage, propriedade acionária e tamanho das empresas listadas na BM&FBovespa. O universo da pesquisa foi composto por empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, nos períodos de 2010 a 2012. A amostra foi composta pelas 79 empresas listadas na BM&FBovespa com ações mais negociadas em 2012 e que divulgaram ao menos um relatório de sustentabilidade/relatório anual. A divulgação voluntária social e ambiental foi mensurada por meio de uma métrica de 80 itens, que possibilitaram a obtenção dos índices. As características específicas analisadas foram: rentabilidade, endividamento, concentração acionária e tamanho das empresas. A influência das características das empresas sobre o índice de divulgação voluntária de informações de caráter social e ambiental foi verificada por meio do teste Qui-quadrado (X2) e Análise de Correspondência (ANACOR). Os resultados mostram que a rentabilidade (ROE), a concentração acionária, medido pela participação acionária do principal acionista de empresa, apresentam relação de dependência e correspondência com o índice de divulgação voluntária social. Quanto ao índice de divulgação voluntária ambiental, apenas a variável concentração acionária demonstrou uma relação de dependência com o índice. A variável leverage, que mede o nível de endividamentos das empresas, se mostrou independente ao nível de divulgação social e ambiental. A variável tamanho buscou medir a existência de dependência entre o tamanho das empresas e o nível de divulgação social e ambiental, o teste Qui-quadrado não encontrou relação de dependência entre as variáveis.Palavras-chave: Divulgação social e ambiental. ANACOR. Características das empresas.
Com base na Teoria da Graxa sobre as Rodas, o estudo defende a possibilidade de a corrupção favorecer o desempenho econômico das empresas à medida que desate as amarras da burocracia e reduza os custos transacionais das empresas. Assim, a pesquisa teve como escopo investigar o reflexo da percepção da sociedade acerca da corrupção do setor público no desempenho econômico das empresas nos países do Mercosul. A amostra da pesquisa foi composta por 8 países integrantes do Mercosul, entre os anos de 2010 a 2017, com um total de 667 empresas e 4.812 observações. Os dados foram estimados usando modelo de regressão em painel de efeitos fixos. A variável dependente foi à percepção de corrupção no setor público (IPC) e as variáveis independentes foram as medidas de desempenho ROE, ROA e EBIT. Os resultados encontrados conduzem ao entendimento que uma maior percepção da corrupção nos países do Mercosul aumenta o desempenho econômico das empresas naqueles países. As evidências empíricas encontradas acrescentam novas centelhas para o constructo argumentativo no qual se pauta a Teoria da Graxa sobre Rodas, com isto, fomenta-se fortes embates éticos, impondo uma ampla discussão sobre as políticas públicas de combate à corrupção no mundo e o prejuízo da corrupção para a sociedade, de forma sistêmica, sendo possível que estas consequências atinjam outros países ou blocos econômicos além do Mercosul.
Corporate social responsibility refers to social concerns related to environment, human resources and community involvement. In the current context, disclosure of social and environmental aspects still gives voluntarily, and the disclosure of these practices have been recurrent in corporate environment. However, voluntary disclosure of social and environmental information does not occur homogeneously, some companies choose to show a greater amount of information and with richer details. Aware of this, this study aimed to identify the determinant factors of voluntary disclosure of social and environmental information of the companies, in the period 2010-2012. A multi-theoretical perspective was used as support for the possible determinant factors of social and/or environmental voluntary disclosure. The theories used were: the theory of voluntary disclosure and theories based on social policy. From the theories and previous studies, 6 hypotheses about the possible determinant factors of social voluntary disclosure (size, ownership concentration, profitability, leverage, regulated sector and reputation) and 8 hypotheses regarding the potential environmental determinant factors of voluntary disclosure (size, ownership concentration, profitability, leverage, regulated sector, reputation, audit and activity sector) were built. Social and environmental voluntary disclosure was measured by a metric of 80 items, which made possible obtaining indexes. The universe of this research were publicly traded companies listed on BM&FBovespa, in the periods from 2010 to 2012. The sample was composed of 100 companies listed on BM&FBovespa with more shares traded during the 12 months of 2012. As for econometric models, random effects panel estimated by GLS was used, with the dependent variable social and/or environmental disclosure indexes, and independent variables probable determinant factors. Results suggested the size of the company, profitability, reputation and the regulated sector were considered determinant factors of social voluntary disclosure. About environmental voluntary disclosure, results indicated that company size, profitability, good business reputation, specific government regulations, auditing firms and companies belonging to sectors that perform economic activities of considerable environmental impacts were determinant factors of environmental voluntary disclosure.
Este Caso de Ensino objetiva auxiliar a compreensão de estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação em Administração, Ciências Contábeis e outras áreas voltadas a linha de negócio sobre a sobrevivência das organizações em um ambiente dinâmico. A proposta foi desenhada a partir do cenário do rompimento das barragens da Samarco, visando relatar a legitimidade da empresa antes, durante e após a ocorrência do evento, relacionando-a com a Teoria da Legitimidade. Outras teorias podem ser usadas conjuntamente na análise do cenário. O Caso de Ensino foi construído a partir de notícias divulgadas em meios de comunicação, artigos científicos, relatórios anuais e sustentabilidade da empresa, assim como no site da Samarco, no período de abril a outubro de 2018. Espera-se que os resultados da aplicação do Caso de Ensino possibilitem aos discentes a compreensão da importância da legitimidade para manutenção das atividades das organizações; o entendimento dos diferentes tipos de técnicas de legitimidade; e o momento apropriado para a aplicação de cada uma delas. Ademais, o estudo possibilita aos discentes se inserirem em um contexto no qual os conhecimentos teóricos podem ser usados para compreender os eventos práticos; e, portanto, desenvolver uma análise crítica a partir dos pressupostos da Teoria da Legitimidade.
As empresas quando no exercício de suas atividades geram impactos de diversos tipos, tanto positivos quanto negativos, ao meio ambiente. A minimização dos impactos negativos ao meio ambiente leva à ocorrência dos custos ambientais. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa consistiu em verificar os eventos que podem estar associados à existência dos custos ambientais, divulgados nos relatórios de sustentabilidade das empresas do setor de energia elétrica, no período de 2010 a 2012. No que concerne aos procedimentos metodológicos, a pesquisa é descritiva, com abordagem qualitativa do problema. O instrumento de coleta de dados utilizado consistiu em pesquisa documental, realizada nos relatórios de sustentabilidade ou anual das empresas distribuidoras de energia elétrica. Percebeu-se ao final deste estudo, a inconstância no processo de divulgação dos custos ao longo dos três anos pesquisados. E que as associações são estatisticamente insignificantes, em termos de grau explicativo. Essa limitação pode estar relacionada à dificuldade das empresas em reconhecerem corretamente o que são custos ambientais. A maior correlação encontrada foi entre os Custos Ambientais de Prevenção e Conservação e a extensão das Redes de Distribuições (42,7%). A variável dependente, Custos para a Gestão de Resíduos, não é explicada pela quantidade de Resíduos Gerados, variável independente, com 1,4% de poder explicativo.
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