O estudo investigou os efeitos do discurso médico no processo de ensino-aprendizagem escolar, particularmente, como ele tem sido apropriado pelo corpo docente e os seus efeitos nas práticas pedagógicas dos educadores. Trata-se de um estudo qualitativo realizado ao longo do período letivo de 2008. Participaram do estudo 17 educadores que trabalham com crianças com paralisia cerebral, com idade entre 6 e 12 anos e acompanhadas pela equipe de reabilitação da Rede Sarah de Hospitais, em Belém. Foram realizadas entrevistas gravadas em áudio no início e no final do período letivo, seguindo o mesmo roteiro. Ao longo do ano, foram realizadas visitas escolares, pela equipe do Sarah, com intervalos de aproximadamente dois meses e com o objetivo de dialogar com os educadores e esclarecer sobre o diagnóstico da criança, seus potenciais, limites e adaptações que favorecessem o processo de inclusão e de aprendizagem. A análise dos dados iniciais revelou a inconsistência teórica dos educadores sobre os conceitos de inclusão e de paralisia cerebral. Indicou o desconhecimento sobre o diagnóstico da criança e a elaboração de práticas pedagógicas orientadas por discursos médicos baseados no senso comum. Ao final do processo, identificou-se que as percepções, as concepções, as práticas e o discurso pedagógico dos educadores haviam se modificado. Foram observadas reelaborações de ações pedagógicas considerando o diagnóstico, aspectos individuais e coletivos da aprendizagem, além dos limites e potenciais de cada criança. Constatou-se assim, o processo de subjetivação discursiva, como resultado da interlocução entre campos de saberes diferentes, no caso, Saúde e Educação, resultando em reelaboração do discurso e das práticas pedagógicas no processo de ensino-aprendizagem das crianças com paralisia cerebral.
RESUMO:A investigação aqui proposta busca ir além do debate teórico sobre a inserção e a inclusão da criança no âmbito educacional. Ela volta-se para o trabalho pedagógico, em sala de aula, com a criança deficiente, no caso, a criança com paralisia cerebral. Trata-se de uma abordagem qualitativa que adota a pesquisa-ação como forma de compreender a realidade investigada e nela intervir, conjuntamente com os atores desse processo. Foi selecionada uma escola que possui no seu quadro discente crianças com paralisia cerebral. Acompanhou-se semanalmente, ao longo do período letivo, o processo de ensino e aprendizagem como forma de apropriação das rotinas, possibilitando assim, analisar, intervir e construir novas práticas pedagógicas, em conjunto com os sujeitos envolvidos. Como resultado, identificamos a construção, pelos docentes, de um olhar diferente sobre o processo de aprendizagem das crianças: a adoção de estratégias pedagógicas que consideram a individualidade dos sujeitos sem perder a dimensão do coletivo. Foram adotadas estratégias como a economia de escrita, reorganização dos espaços, mudança na forma de participação, adaptação curricular e de atividades, entre outras. Além disso, observamos um movimento conjunto dos profissionais da escola na implementação de ações que melhor acolham as crianças com deficiência. PALAVRAS-CHAVE:
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O estudo investigou como a interlocução entre os campos da Saúde e da Educação podem influenciar na elaboração e reelaboração de práticas pedagógicas no ensino da criança com paralisia cerebral. Trata-se de um estudo qualitativo realizado ao longo do período de um ano letivo. Participaram 8 crianças com paralisia cerebral, com idades entre 6 e 12 anos, inseridas no ensino fundamental I em escolas regulares e 17 educadores. Foram realizadas entrevista semi-estruturada, com os educadores, no início e final do ano letivo e acompanhamento escolar em períodos bimestrais ou trimestrais. Como resultados identificou-se que: os educadores desconheciam as causas e repercussões da paralisia cerebral na vida acadêmica dos alunos; as práticas pedagógicas eram intuitivas sem direcionamento específico conforme cada comprometimento. Foi observado que a partir das interlocuções, entre os campos de conhecimento envolvidos, as práticas pedagógicas foram reelaboradas favorecendo a aprendizagem dos alunos.
Palavras-chave: Inclusão, Formac ßão docente, Pesquisa-ac ßão.Ainda identificamos uma lacuna importante em relac ßão aos debates e produc ßões cient ıficas sobre o trabalho pedag ogico no cotidiano escolar, seus limites e possibilidades e a formac ßão do professor. Para tanto, a pesquisa aqui apresentada teve por objetivo acompanhar, analisar e intervir em pr aticas pedag ogicas de professores do ensino de crianc ßas de 6 a 10 anos, particularmente, pr aticas referentes ao processo de alfabetizac ßão/aquisic ßão do sistema de escrita de crianc ßas com paralisia Cerebral inseridas no ensino regular. Trata-se de uma abordagem qualitativa que adota a pesquisaac ßão como forma de compreender a realidade investigada e nela intervir conjuntamente com os atores desse processo. Os resultados encontrados revelaram mudanc ßas significativas do professor na compreensão do processo de inclusão, das caracter ısticas da patologia, das potencialidades e limites dos alunos envolvidos, bem como modificac ßão nas pr aticas pedag ogicas que pudessem melhor atender as necessidades dos sujeitos com deficiência. Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo as escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condic ßões necess arias para uma educac ßão de qualidade para todos ( BRASIL, 2001, p. 01). Introduc ßãoE poss ıvel perceber que os sistemas de ensino têm se reformulado e se reorganizado, de alguma forma, para responder e atender a demanda que emerge e a pressão do crescente n umero de alunos com deficiência que adentram as instituic ßões de ensino regular. Entretanto, essa reorganizac ßão não tem sido suficiente para absorver as demandas de forma qualitativa. Isso se deve, muitas vezes, ao fato de as escolas não estarem preparadas para receberem esses alunos seja no aspecto arquitetônico ou no aspecto relativo a ac ßão pedag ogica. Esse ultimo, tem sido um dos grandes entraves na consolidac ßão do movimento de inclusão, bem como na entrada e na permanência dos alunos com deficiênca nas redes de ensino regular. Conforme Rodrigues (2006) embora o discurso sobre inclusão tenha sido rapidamente absorvido pelos professores as suas pr aticas ainda têm se modificado de forma muito lenta.Deste modo, para que a inclusão escolar se consolide, as escolas de ensino regular, assim como seus profissionais precisam se adequarem as novas configurac ßões sociais no intuito de receberem esses alunos. Isso deve se dar de maneira que as diferentes acessibilidades tais como: arquitetônica, comunicacional, instrumental, metodol ogica, program atica e atitudinal sejam garantidas e os sujeito em situac ßão de inclusão possam participar do processo de escolarizac ßão assim como os demais alunos (Glat and Fernandes, 2005). Dentre essas acessibilidades, aqui estaremos discutindo, prioritariamente, a metodol ogica. Entendemos que mesmo que as demais explicitem a sua precariedade, e urgente que os aspectos pedag ogicos sejam revistos e que a pr atica docente seja reformulada ...
RESUMO:O debate acadêmico sobre os temas da Inclusão, da Interculturalidade e da Inovação Pedagógica tem ganhado notoriedade no cenário internacional. No intuito de investigar como os gestores de universidades têm compreendido estes conceitos e, de alguma forma, os colocado em execução em suas instituições é que aqui apresentamos uma pesquisa cuja a abordagem é qualitativa em formato de um estudo de caso sobre a Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP, no estado de Minas Gerais, Brasil. Os dados foram coletados a partir da aplicação de um questionário com questões abertas sobre os três conceitos e a sua articulação com a prática. A partir de um recorte na pesquisa, os resultados evidenciam que os gestores possuem um maior conhecimento sobre o tema da Inclusão, o que não se estende aos outros dois conceitos. Identificam algumas ações da universidade também mais centradas no campo da inclusão, particularmente, da pessoa com deficiência.
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