Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Attribution License (CC-BY 3.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo
Resumo Neste artigo visa-se compreender como se configuram a consciência política e a participação dos conselheiros titulares e suplentes representantes da sociedade civil no Conselho Municipal de Assistência Social de Vitória (ES). A discussão baseia-se no modelo de consciência política para compreensão da participação em ações coletivas, de Sandoval (2001). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados - posteriormente submetidos à análise de conteúdo (BARDIN, 2004) - foram obtidos por meio de análise de documentos, observação não participante às plenárias e entrevistas semiestruturadas com 8 conselheiros titulares e suplentes representantes da sociedade civil no Conselho. Os resultados revelaram configurações diferentes de consciência política entre os três segmentos representativos da sociedade civil no conselho: representantes dos usuários demonstraram-se mais propensos a sentimentos envolvendo a identidade coletiva, eficácia política e sentimentos de justiça e injustiça. Representantes de entidades mostraram-se mais ligados a sentimentos de identidade coletiva, interesses antagônicos e adversários e eficácia política. Representantes dos trabalhadores da área demonstraram sentimentos ligados a eficácia política e sentimentos de justiça e injustiça. Conclui-se que diferentes consciências políticas interferem na participação dos representantes: representantes de trabalhadores participam de maneira limitada às plenárias, focando-se mais em comissões temáticas e ONGs. Representantes de usuários participam de maneira mais abrangente de movimentos sociais, associações de bairros e cobram da administração pública ações de interesse social. Representantes de entidades participam de movimentos sociais, de ações em relação ao poder público e de movimentos que envolvem os assistidos pelas entidades.
Este artigo visa a evidenciar a dinâmica do significado do trabalho na iminência da privatização de uma empresa do setor de saneamento brasileiro. A discussão apoia-se nas ideias do MOW (1987) sobre a construção do significado do trabalho e de Tajfel (1981) sobre a pertença a grupos sociais. A ênfase na iminência baseia-se no entendimento de Figueiredo e Viana (1982) de que a contínua expectativa de frustração gera impacto diferenciado em relação a uma situação definida. Os dados foram coletados por meio de observação participante e de questionários. Os dados quantitativos foram analisados através da estatística descritiva e os qualitativos submetidos à análise de conteúdo. Os resultados revelaram uma dinâmica que fragmenta os significados do trabalho na iminência da privatização e se apresenta associada a diferentes sentidos e aspectos da situação. Propõe-se que a fragmentação do significado do trabalho diante da iminência de determinadas situações repita-se em outros contextos na atualidade.
O problema de pesquisa deste estudo tem origem em inquietações dos autores, ao longo de mais de vinte anos de serviço público, sobre a diversidade e a complexidade da participação no trabalho, nem sempre explicável objetivamente: que sentidos subjetivos perpassam o servidor público fazendário no que tange à participação no trabalho? Este artigo visa compreender os sentidos subjetivos do servidor fazendário ante a participação no trabalho. O referencial teórico é a teoria da subjetividade na perspectiva histórico-cultural de González Rey (2003, 2005), que propõe uma concepção de subjetividade baseada numa compreensão histórico-cultural do homem, rompendo com a dicotomia entre o social e o individual. A essa perspectiva da subjetividade são associados estudos de autores (inter)nacionais sobre a participação no trabalho, como O'Donoghue, Stanton e Bartram (2011), Zani e Spinelli (2010), Neves e Castro (2010), Palgi (2006), Cox, Zagelmeyer e Marchington (2006), Demo (1988), Coutinho (2006) e Leal Filho (2009). Adota-se um conceito de participação associado às formas e aos meios pelos quais os trabalhadores e dirigentes de uma organização influenciam seus destinos (MOTTA, 1999). Trata-se de um estudo de natureza qualitativa baseada na epistemologia qualitativa (GONZÁLEZ REY, 2005). As interpretações fundamentam-se na acepção de sentido subjetivo (GONZÁLEZ REY, 2003, 2005). Os sujeitos pesquisados são sete auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito Santo (Sefaz). O levantamento dos dados deu-se em quatro momentos empíricos, entre julho de 2009 e fevereiro de 2010. As interpretações evidenciam sentidos subjetivos relevantes em cada um dos sujeitos ante a participação no trabalho, associados, entre outros: à visão ideológica, ao núcleo familiar, à autoestima, ao novo e à mudança, à formalidade e à família. Os resultados possibilitam também identificar elementos marcantes da subjetividade social prevalente na instituição, destacando-se: cultura baseada no controle, mistura entre relações de amizade e profissionais, e carência de espaços de participação. Por fim, sugerem-se medidas no sentido de aprimorar a relação servidor-instituição e a participação do servidor no trabalho, e são abordadas lacunas, limitações do estudo e questões para pesquisas futuras.
RESUMOapesar dos avanços no processo eleitoral brasileiro e do aumento de mesários voluntários, erros e comportamentos inadequados, que embaraçam ou impedem o exercício do voto, continuam ocorrendo. de modo a estabelecer uma reflexão que contribua para a melhor compreensão do problema, propôs-se analisar os sentidos subjetivos que emergem frente à participação desses voluntários. adotou-se como marco teórico, epistemológico e metodológico, a Teoria Histórico-Cultural da Subjetividade, de González Rey. A pesquisa, além de bibliográfica e documental, é um estudo de caso. os instrumentos utilizados foram questionário aberto, construção de frases, redação e conversações. Participaram deste estudo onze mesários, que atuaram nas eleições de 2008, na 55ª Zona Eleitoral/ ES. Os sentidos identificados relacionam-se a sentimentos de descrédito, desejo de mudança social, obrigação moral/social, satisfação pessoal e benefícios particulares. Conclui-se que os sentidos subjetivos interferem no comportamento durante a participação voluntária, sugerindo necessidade de adequações na gestão do processo.Palavras-chave: subjetividade; sentidos subjetivos; participação voluntária; mesários; eleições.ABSTRACT despite advances in Brazilian electoral process and increase of poll workers, errors and inappropriate behaviors that hinder or impede the exercise of voting rights continue to occur. In order to establish a reflection that will help in better understanding the problem, we proposed to analyze the subjective meanings that emerge opposite the participation of these volunteers. We adopted as theoretical, epistemological and methodological background the Historic-Cultural theory of Subjectivity, by González rey. the methods used were open questionnaire, sentence construction, writing and conversations. this study included eleven poll workers, who participated in the 2008 elections, in the 55th Electoral Zone / ES. The meanings identified relate to feelings of distrust, desire for social change, moral / social obligation, personal satisfaction and private benefits. We concluded that the subjective senses interfere in the poll workers behavior during voluntary participation, suggesting the need for adjustments in the process management.Keywords: subjectivity; subjective senses; voluntary participation; poll workers; elections. IntroduçãoNo Brasil, a tradição da prática eleitoral é longa, quase tão antiga quanto o próprio país. Contudo, o eleitorado brasileiro nem sempre foi numeroso, nem a competitividade e confiabilidade do processo eleitoral garantidas, muito pelo contrário, diversos tipos de restrição ao voto, de violência, fraude, manipulação e interferência do poder privado no domínio público fizeram parte de sua história, contribuindo para a realização de pleitos ilegítimos.Desde o período colonial observa-se a insuficiên-cia do poder público no Brasil, especialmente, naquela época, diante das dificuldades geradas por sua extensa área territorial. o isolamento e a pobreza de boa parte da população motivavam uma relação de grande...
Neste artigo analisa-se - sob a ótica dos presos e dos responsáveis empresas em presídios - o impacto das frentes de trabalho promovidas por duas empresas privadas na ressocialização dos presos no Instituto de Readaptação Social - IRS - em Vila Velha - ES e na Penitenciária de Segurança Média II de Viana - PSME II -ES. Examinam-se, ainda, os aspectos gerenciais relativos à implantação e manutenção dessas empresas nas penitenciárias citadas. Trata-se de um estudo de caso de natureza qualitativa, em que os dados foram coletados, no ano de 2005, através de duas entrevistas semi estruturadas com os responsáveis pelas empresas privadas e dez internos - os resultados foram submetidos à análise de conteúdo proposta por Laville e Dione (1999). Eles apontam a competitividade como o principal motivo de inserção das empresas privadas no sistema penitenciário e a conservação do foco da produção na unidade prisional, sem estender o trabalho aos egressos. Na perspectiva de análise dos internos, o trabalho representa uma fuga ao ambiente carcerário e ao ócio, bem como auxílio financeiro a suas famílias e qualificação. Conclui-se que os trabalhos desenvolvidos pelos internos pouco influenciam em suas pretensões de reencontro com o mercado de trabalho, mas mostram-se de extrema importância no cotidiano de cumprimento da pena.
Resumo Este artigo visa compreender a dinâmica da consciência política no Movimento Empresa Júnior (MEJ), examinando seu papel no fomento da formação cidadã e da identificação coletiva dos empresários júniores, num dos campi de uma universidade pública federal no sudeste do Brasil. A discussão se baseia no Modelo de Análise da Consciência Política para compreensão da participação em ações coletivas de Sandoval (2001). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram coletados através da observação participante, questionários, grupos focais e entrevistas semiestruturadas, submetidos à análise de conteúdo. Conclui-se que o MEJ apresenta a estrutura de um “movimento”, pois se aproxima mais do ideário de uma organização empresarial, que valoriza o discurso empreendedor. Além disso, a ausência de uma identidade coletiva mais sólida, enfraquece a noção de consciência política dos empresários júniores. Assim, o papel do MEJ como fomentador da consciência política e da participação dos gestores, que traria complementariedade entre a formação profissional e a cidadã, se afigura limitado.
Resumo Este artigo visa compreender a dinâmica da consciência política no Movimento Empresa Júnior (MEJ), examinando seu papel no fomento da formação cidadã e da identificação coletiva dos empresários júniores, num dos campi de uma universidade pública federal no sudeste do Brasil. A discussão se baseia no Modelo de Análise da Consciência Política para compreensão da participação em ações coletivas de Sandoval (2001). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram coletados através da observação participante, questionários, grupos focais e entrevistas semiestruturadas, submetidos à análise de conteúdo. Conclui-se que o MEJ apresenta a estrutura de um “movimento”, pois se aproxima mais do ideário de uma organização empresarial, que valoriza o discurso empreendedor. Além disso, a ausência de uma identidade coletiva mais sólida, enfraquece a noção de consciência política dos empresários júniores. Assim, o papel do MEJ como fomentador da consciência política e da participação dos gestores, que traria complementariedade entre a formação profissional e a cidadã, se afigura limitado.
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