O objetivo deste artigo é analisar, em uma perspectiva comparada, a administração pública gerencial e a administração pública societal, propondo uma agenda de pesquisa para futuras investigações. Examinamos os antecedentes e as características desses modelos de gestão pública. Em seguida, comparamos os modelos a partir de seis variáveis de observação: a origem, o projeto político, as dimensões estruturais enfatizadas na gestão, a organização administrativa do aparelho do Estado, a abertura das instituições à participação social e a abordagem de gestão. Por fim, enfatizamos os limites e os pontos positivos de cada um dos modelos, além de enfatizarmos a necessidade de aprofundamento dos estudos sobre a administração pública societal e a abordagem de gestão social.
RESUMOste ensaio não busca defender ou consolidar uma noção específica de identidade, não se detém a apresentar uma tradição teorico-epistemológica em particular, mas objetiva explorar várias vias teóricas e epistemológicas, no intuito de sensibilizar os estudiosos sobre a identidade nas organizações à multiplicidade de caminhos possí-veis. Busca-se, assim, instigar caminhos para a pesquisa sobre identidade nos estudos organizacionais, sugerindo "novas" possíveis orientações para o avanço do conhecimento na área. Mais precisamente, três idéias, aparentemente incompatíveis entre si, são propostas para estimular pesquisas futuras sobre identidade nas organizações. Tratam-se das idéias de identidade pelo prisma da multiplicidade, da fluidez e da autonomia. Cada prisma pode instigar pesquisas que a avancem em relação aos temas que interceptam as três idéias iniciais. Paralelamente, levantam-se algumas indagações, respondemos algumas questões e partilham-se outras tantas dúvidas com o leitor. ABSTRACThis essay does not seek to support or consolidate a specific identity notion. We do not present a theoretical and epistemological tradition in particular. Our goal is to explore several theories and epistemological routes, in order to make organizational identity researchers aware of the multiplicity of possibilities. In this sense, we aim to instigate different ways of identity research in organizational studies, bringing "new" possible orientations to the improvement of this knowledge field. In order to stimulate further studies about identity in organizations, we propose three ideas, which at first seem discordant. We suggest the study of identity according to the focus on multiplicity, fluidity and autonomy. Each point of view can instigate researches improving knowledge on the relation between the three ideas. At the same time, we call attention to some issues, we provide elements of response to others, and we share many doubts with the reader.
In this article, I present a sketch of a new proposition to guide organizational studies: the Cicle of Epistemic Matrices. Inspired by Thomas Kuhn and based on the thesis of paradigms' incommensurability, Gibson Burrell and Gareth Morgan drew the diagram of sociological paradigms, but its inclusion in the academy has encouraged a paradigms war. The Circle of Epistemic Matrices also provides an outline for the guidance of organizational studies, but it is based on Habermas and defends the thesis of cognitive incompleteness, suggesting that the sociological and organizational knowledge grows according to the thesis of epistemic reconstructions. To accomplish these propositions and elaborations, I present the debate about the paradigms' war in literature and I question the adequacy of sociological paradigms of Gibson Burrell and Gareth Morgan to organizational studies, with the issue of the influence that it suffered from Kuhnian paradigms and logic. In the following sections, there is an exhibition of alternative proposition - the of Circle of Epistemic Matrices - and, also, I support the thesis of cognitive incompleteness and the thesis of epistemic reconstructions in order to bring a new theory of knowledge development to the area. Finally, I present the findings and thoughts for future research.
RESUMOO objetivo do artigo é demonstrar a tradição e a autonomia dos Estudos Organizacionais Críticos (EOC) no Brasil e fazer recomendações para manter viva a epistemologia crítica nacional. Para isso, discutimos o movimento Critical Management Studies (CMS) comparativamente aos EOC brasileiros, demonstrando suas diferenças epistemológicas e lançando proposições. Em seguida, apresentamos a metodologia utilizada, indicando congressos e revistas examinados, critérios para a seleção de artigos e a classificação temática aplicada. Analisamos a produção crítica nacional de 1980 a 2008, comparativamente à produção dos CMS entre 1999 e 2007. Concluímos apontando autores brasileiros influenciados por Guerreiro Ramos e Maurício Tragtenberg, fazendo uma avaliação da influência dos movimentos internacionais no Brasil e recomendando pesquisas futuras.palavras-chave Estudos Organizacionais Críticos, Critical Management Studies, críticos brasileiros, anarquismo, fenomenologia crítica. ABSTRACT This article's objectives are to illustrate the tradition and autonomy of the Critical Organizational Studies (COS) and make recommendations to keep alive the critical epistemology in Brazil. A comparison was developed between Critical Management Studies (CMS) and the Brazilian COS, demonstrating epistemological differences and developing propositions. The methodology is presented, indicating examined conferences and magazines and criteria for defining critical articles and the applied thematic classification. A comparison was done between the national critical production from 1980-2008 and the production of CMS from 1999-2007. We concluded by indicating Brazilian critical authors influenced by Guerreiro Ramos and Maurício Tragtenberg, making an evaluation of the impact of the international movements in
Este artigo tem como objetivo analisar as ações de economia solidária como via de inclusão social de usuários/dependentes de álcool e outras drogas. Para isso, foram estudadas duas experiências inscritas na Rede Brasileira de Saúde Mental e Economia Solidária, rede esta organizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Tal discussão se insere em um projeto mais amplo, apoiado pelo CNPQ, cuja proposta é problematizar a relação entre o trabalho e o uso/dependência de álcool/drogas, resgatando formas alternativas de organização que propiciem a inclusão social desse público em particular. Na fundamentação teórica, primeiramente apresenta-se uma visão sobre o que é a parte álcool/drogas dentro do todo saúde mental, principalmente quanto às suas especificidades e a relação com o trabalho. Realizou-se, então, uma investigação exploratória que ocorreu, em Minas Gerais e em São Paulo, verificando a existência de lacunas significativas no que se refere a essas ações. Nas conclusões, ressaltaram-se as dificuldades que emergem, principalmente no que se refere aos dependentes de psicoativos, como a questão do dinheiro, dos ganhos secundários e do desinteresse pelas atividades. Nesse sentido, o artigo reforça a complexidade do fenômeno em questão, que implica, necessariamente, a adoção de ações integrais, que façam parte de uma política mais ampla de atenção a esses indivíduos.Palavras-chaves: Economia solidária, Toxicomania, Trabalho, Políticas públicas. The solidarity economy in the social inclusion of users of alcohol and other drugs: reflections from the analysis of experiments in Minas Gerais and São PauloThis article is an attempt to analyze the actions of solidarity economy as a mean of social inclusion of users/dependents of alcohol and other drugs. For this purpose, two experiences included in the Brazilian Network of Mental Health and Solidarity Economy, which is organized by the Ministry of Labor and Employment, were studied. This discussion is part of a larger project, supported by CNPq, whose purpose is to analyze the relation between labor and use/dependency of alcohol/drugs, rescuing alternative forms of organization that facilitate the social inclusion of that particular audience. In the theoretical foundation, firstly, an overview on what is the part alcohol/drugs in the whole mental health is presented, especially regarding its specificities and its relationship to work. Accordingly, an exploratory investigation, that took place in Minas Gerais and in São Paulo, verifying the existence of significant gaps in relation to these actions, was conducted. The conclusions highlighted the difficulties that arise, particularly with regard to the dependents of psychoactive drugs, such as the question of money, the secondary gains, the lack of interest in activities, among others. In this sense, the article reinforces the complexity of this issue, which necessarily implies the adoption of integral actions which are part of a broader policy of attention to these individuals.
As in other emerging countries, the 1990s in Brazil were characterized by profound economic changes. The business press reflected and influenced this process. Newspapers and magazines grew and assumed an important role, disseminating values associated with neoliberalism and managerialism. In this paper, we aim to contribute to the understanding of the content produced by this media and how the readership reacts to this content. To accomplish these objectives, we used the method of fantasy theme analysis (Bormann, 1972) to analyze four business magazines, and we discuss how Brazilian culture mediates the assimilation of foreign ideas and managerial expertise. Our study also helps to understand how the pop‐management literature, disseminated by the business press, echoes and reinforces managerialism and management culture. Copyright © 2008 ASAC. Published by John Wiley & Sons, Ltd.
ResumoO avanço das iniciativas coletivistas de trabalho tem alcançado amplo destaque nas últimas décadas, o que justifica a importância de discussões que contribuam com suas formas de organização. É neste sentido que o presente trabalho teve por objetivo trazer aportes para fomentar a discussão da autogestão nas organizações solidárias. Para tal, realizou-se uma revisão da literatura, bem como recorreu-se a uma pesquisa participante em uma organização coletivista da Venezuela, com o intuito de elucidar exemplos empíricos que possam aprofundar na fundamentação de práticas da organização do trabalho nos empreendimentos solidários. Enquanto apontamentos, constatou-se que na organização do trabalho o objeto empírico analisado caminha para um conjunto de princípios que visam a negar a lógica de dominação burocrática, dando ênfase a um modo de gestão que preza a distribuição equitativa do capital, a negação das hierarquias e que conciliam o pensar com o agir. No mesmo sentido, a observância de princípios que trazem ideias da equidade em detrimento da igualdade, bem como do consenso em contraponto à votação, apontam para o aprofundamento na constituição de modos de gestão que visam à descentralização do poder. Palavras-chave:Autogestão. Organização do trabalho. Empreendimentos solidários.
Resumo O objetivo deste artigo é fazer um levantamento exploratório da literatura brasileira sobre Administração Pública, para verificar as investigações conduzidas pela comunidade de pesquisadores sobre as inovações institucionais de caráter participativo, tendo em vista traçar um panorama dos limites e avanços dessas pesquisas, apontando lacunas e estabelecendo uma agenda de investigação. Para isso, discutimos as mudanças nas relações Estado e sociedade e as inovações institucionais de caráter participativo. Em seguida, abordamos a metodologia da pesquisa, que consistiu em uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo, a fim de selecionar e classificar artigos sobre inovações institucionais participativas, na Revista de Administração Pública (RAP), no período de 1990 a 2014, e nas edições de 2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e 2014 do Encontro de Administração Pública e Governança da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração (EnAPG). Para analisar os dados e discutir os resultados, recorremos às distribuições de frequência absoluta e relativa, dispostas em tabelas e gráficos. Na conclusão, apresentamos o status das pesquisas sobre inovações institucionais participativas na área, bem como uma agenda de pesquisa para orientar futuras investigações sobre o tema.
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