A estratégia da Saúde da Família é a principal proposta de reorganização do modelo de atenção à saúde, sendo apoiada político, institucional e economicamente pelo Estado, como alternativa de consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde. A expansão e implementação dessa proposta, em grandes centros urbanos, tem encontrado dificuldades, tendo em vista a complexidade dos contextos sociais, políticos e econômicos que envolvem as famílias residentes nesses territórios, sendo objeto de discussão de diferentes especialistas no campo da Saúde Coletiva. Este artigo faz uma análise dos usos e sentidos atribuídos aos termos integralidade, vínculo e acolhimento, no que concerne à gestão do cuidado em saúde, identificando essas estratégias como elementos das práticas de saúde em programas de atenção integral e da construção do direito à saúde como direito de cidadania.
Pautadas pelo princípio de participação da comunidade no Sistema Único de Saúde (SUS), as Conferências Nacionais de Saúde constituem espaços públicos de deliberação coletiva sobre as diretrizes que devem guiar a estruturação e condução do SUS. Tendo em vista que o referido princípio é significado e construído na prática cotidiana e institucional dos atores implicados, saber como a participação tem-se afirmado nessa instância e quais sentidos têm emergido desse processo social é fundamental para que se compreenda tanto sua presença já concreta, como sua capacidade de intervir no SUS. O objetivo deste artigo é analisar, através de relatórios recentes, as Conferências Nacionais de Saúde e a trajetória dos argumentos relativos ao princípio constitucional de participação da comunidade no sistema. Optamos pela análise retórica dos relatórios da VIII, IX, X e XI Conferências, procurando identificar as questões que se colocaram acerca da participação social, desde a instituição do SUS, suas grandes continuidades e os principais deslocamentos argumentativos existentes.
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra definiu o conjunto de princípios, diretrizes e objetivos voltados para a melhoria das condições de saúde dessa população, incluindo, entre outras, ações de cuidado e atenção à saúde, visando à promoção da equidade e integralidade em saúde. Este trabalho relata a experiência de implantar um serviço de saúde vinculado a um terreiro de candomblé. Na condução do projeto encontramos apoio de gestores e profissionais, mas surgiram alguns obstáculos (preconceitos, intolerância religiosa, racismo cordial, “invisibilidade”). Iniciamos o diagnóstico de saúde das mulheres e suas famílias e desenvolvemos ações de atenção e de educação em saúde. O desafio que se destaca consiste em estabelecer mecanismos de sustentabilidade, pois o projeto não responde por todas as necessidades do grupo e nos permitiu “abrir um olhar analisador” sobre equidade e integralidade das ações de saúde para a população negra vinculada a religiões de matriz afro-brasileira.
Resumo: O envelhecimento populacional é um dos maiores desa os da sociedade contemporânea e das políticas públicas. Este fenômeno está associado a um declínio das capacidades físicas, relacionado a novas fragilidades psicológicas e comportamentais, que demandam diferentes tipos de cuidado. Este artigo faz uma revisão sobre o cuidado, considerando que os conceitos têm em suas expressões uma série de aspectos losó cos que devem ser discutidos e que podem contribuir para uma melhor compreensão das demandas trazidas por idosos na terminalidade de suas vidas. O cuidado necessita de um agente cuidador, que age na perspectiva de ultrapassar a questão técnica pois, como o cuidado só existe como uma inter-ação, uma co-existência e uma con-vivência, ele transcende o ato de cuidar para se tornar uma atitude de cuidar. É preciso identi car e buscar elementos no comportamento de cuidar que incluem receptividade, reciprocidade, conectividade, responsabilidade e compromisso. O cuidado do idoso nas suas necessidades por saúde apresenta diversos desa os. Talvez o maior deles esteja localizado no momento da terminalidade de sua vida, quando ele está ali, existindo, cheio de diferentes e novas necessidades, desejos, sonhos e medos.Palavras-Chave: Idosos; Cuidados ; Terminalidade da Vida; Cuidados Paliativos.Palliative Care: e challenge of care for the elderly in the termination of life Abstract: Population aging is one of the greatest challenges of contemporary society and public policy. is phenomenon is associated with a decline in physical abilities, related to new psychological and behavioral fragilities that demand di erent types of care. is article reviews the care, considering that the concepts have in their expressions. a series of philosophical aspects that must be discussed and that can contribute to a better understanding of the demands brought by the elderly in the terminality of their lives. Care requires a caring agent, who acts in the perspective of overcoming the technical issue because, as care only exists as an interaction, a coexistence, and a coexistence, it transcends the act of caring to become one caring attitude. It is necessary to identify and look for elements of caring behavior that include receptivity, reciprocity, connectivity, responsibility, and commitment. e care of the elderly in their health needs presents several challenges. Perhaps the greatest of them is located at the moment of the termination of their life, when it is there, existing, full of di erent and new needs, desires, dreams, and fears.
definiu o conjunto de princípios, marcas, diretrizes e objetivos voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Incluiu ações de cuidado e atenção à saúde, bem como de gestão participativa, controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente de trabalhadores de saúde, visando à promoção da equidade em saúde da população negra. Este trabalho pretende relatar uma experiência de implantar um serviço de saúde dentro de um espaço cedido em um terreiro de candomblé na zona norte do município do Rio de Janeiro.A partir da reflexão de indicadores de saúde, revisão documental da política para saúde da população negra e contatos com lideranças do Movimento Negro e de religiões de matrizes africanas, surgiu a necessidade, ou melhor, a possibilidade de construção de um projeto de atenção integral e equânime para um grupo de mulheres negras, pobres e vinculadas ao Candomblé. Desigualdades raciais e indicadores de saúdeA classificação em termos de raça, usada no Brasil com fins de estudos demográficos, é, desde 1991, a do IBGE, a qual entende que o indivíduo deve autodeclarar sua cor, sem levar em consideração a categoria biológica que a escolha acarretaria. Enfim, é uma classificação arbitrária, mas que permite ao indivíduo definir em que raça ele se considera inserido (Oliveira, 2004).O censo brasileiro pede às pessoas que se classifiquem dentro de uma das cinco categorias seguintes: branco, preto, pardo, indígena ou amarelo (oriental). Pretos e pardos constituem 45% de toda a população e 98,7% da população não-branca brasileira (Brasil, 1996). No Brasil, entretanto, assumir-se na categoria racial "negra" traz consigo diversos elementos conflituosos, já que a sociedade ainda vê como "certos", "bons" e "bem-sucedidos", pouquíssimos elementos dessa categoria (Oliveira, 2004).
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